Resenhas - Meu pai e suas apostas

Hellen 07/01/2024

Este livro conta a história de Francis Coffin, uma menina preta que mora em cubículo no Harlem com o seu pai (apontador de jogos de azar), sua mãe (dona de casa e faxineira) e seus 2 irmãos. No decorrer da leitura nos deparamos com vários gatilhos, como: mau trato de animais, abuso infantil, prostituição de menores, racismo, entre outros. Como disse a tradutora em uma nota, o livro é triste, melancólico, engraçado e pungente, e em algumas partes me causou asco.

Maria Fernanda Greiner 24/02/2024

Meu pai e suas apostas é um romance autobiográfico que narra a vivência de uma menina negra de 12 anos no Harlem, bairro estadounidense, durante a década de 1930.

Eu adorei conhecer essa obra da grande Louise Meriwether, figura importantíssima no movimento negro norte americano. Nessa obra pudemos entrar dentro da casa de uma família no Harlem naquela época, ver sua união, seu orgulho, sua fé? Leitura muito rápida e agregadora.

LeonardoGS89 09/01/2024

Achei muito interessante esse livro, a leitura é ágil e cativante, com uma escrita refinada e capítulos curtos, eu gostei muito da narração da Francie, que me fez sentir próximo da sua realidade e de todos ao seu redor, me envolvi com as pessoas do Harlem e com as suas lutas, e desejei que elas encontrassem a felicidade e a liberdade que mereciam.
Meu Pai e suas apostas narra a saga de uma família negra que vive no Harlem, em Nova York, nos anos 1930. O livro é um retrato de uma época marcada pelo racismo, pela violência policial, pelo movimento pelos direitos civis e pela efervescência cultural. A autora mostra com delicadeza e ironia os conflitos, as esperanças e as frustrações dos personagens, que buscam encontrar o seu espaço em um mundo hostil e desigual, há algumas partes pesadas e tristes, como a naturalização dos abusos e a cena do telhado com o gato (não citarei mais ocorridos para não dar spoilers).
É uma leitura que indico e vale a pena ser lida, oferece uma perspectiva original e emocionante sobre uma família e uma comunidade que enfrentam os desafios de uma sociedade racista e opressora.

Rick Shandler 29/01/2024

Meu pai e suas apostas- Louise Meriwether
Vidas entregues às odds. Não só a vida do pai de Francie, mas também as vidas de Francie e de toda sua comunidade no Harlem de um século atrás eram pautadas por apostas. Assim como seguem sendo pautadas as vidas em diversas comunidades nas periferias do mundo afora. Porém, não há prêmio aos sorteados. Há, através das mais diferentes formas de violência, a consumação da segregação racial que persiste em nossa sociedade.

Cada vez que Francie saía de casa era uma aposta que ela fazia. Um jogo contra às odds. Ela apostava, assim como muitos jovens de periferia fazem hoje, não uma aposta de 25 centavos, mas uma aposta que vale a própria vida. Quando Francie sai de casa, ela tem sim uma chance de chegar ilesa na escola. Mas, tem também a chance de ser espancada por uma vizinha, de ser assediada por diferentes ?homens de família?, de ser abordada pela polícia ou até mesmo de se envolver em alguma confusão com a qual ela não tem nada a ver. É um verdadeiro jogo de azar, de por inveja ao jogo do bicho.

Apresentar o Harlem através dos olhos de Francie é a grande jogada de Meriwether. Francie é uma garota inocente, que encontra o pai deitado na cama de uma vizinha e precisa que lhe expliquem o que isso significa. É através dessa ótica inocente, de uma personagem totalmente imersa em seu meio mas que ainda assim traz um certo tom de imparcialidade, que somos introduzidos ao Harlem. Conhecemos uma bairro de muita escassez, em que a violência, muitas vezes representada pelo próprio estado, insiste em se permear em cada instância da vida de seus moradores mas enfrenta a resistência de um senso de comunidade muito forte, onde família e vizinhos se juntam, se unem e se ajudam, seja para emprestar um pouco de açúcar ou dividir uma carne enlatada, seja para chorar a morte de um filho ou a prisão de outro.

Meu pai e suas apostas é um retrato de um Harlem de um século atrás. Apesar da distância temporal e de tratar de um lugar específico e com todas suas particularidades, a realidade abordada por este livro é muito atual e possui reflexos facilmente encontrados em qualquer periferia. Tem que ler.

Lucy 18/02/2024

Livro de janeiro da TAG, traz o tom de início de ano para reflexão. O livro se passa no Harlem dos anos 30, e mostra o olhar de uma menina sobre os acontecimentos de violência, separação familiar, gangues e a realidade de um futuro incerto.

Gigio 02/02/2024

O livro retrata o cotidiano violento de uma família afro-americana na década de 1950, sob a perspectiva de uma criança. Moradores do Harlem, Francie e sua família enfrentam os desafios de uma família carante numa Nova Iorque pós quebra da bolsa de 29, abordando temas como racismo, pobreza, violência doméstica, abusos e a luta pela sobrevivência. Gostei bastante da obra, que me tocou em vários pontos, principalmente por perceber o quanto da inocência de uma criança é roubada por essa realidade, onde comportamentos abusivos são normalizados e a carência rouba os melhores anos da infância.

Luciano498 17/02/2024

Todas as apostas que fazemos na vida
MEU PAI E SUAS APOSTAS, é aquele tipo de livro que é preciso mergulhar com intensidade nas mazelas que se passam na história. É um livro para repensar pautas como as raciais. Para sentir a dor junto com os personagens, ao mesmo tempo em que eles estão apenas dando o seu melhor para sobreviverem. É um livro para estourar a sua bolha de privilégio e olhar como a violência, pobreza e preconceito, são ferramentas horríveis que um estado pode utilizar, para marginalizar uma população.

Merece ser lido e discutido. Intensamente.

Leitura e . 15/01/2024

Primeiro Tag
Foi minha primeira experiência com os livros da curadoria Tag. Eu gostei sim, me prendeu do início ao fim, embora tenha achado um pouco superficial. Toca em diversos assunto bastante sensíveis como estupro, prostituição, roubo e violência, mas sem se aprofundar muito, um pouco disso acredito ser devido à narração ser de uma garota de 12 anos. Foi legal conhecer um pouco da vida no Harlem na década de 30.

Rodolfo 12/01/2024

Harlem, década de 1930. É nesse cenário que acompanhamos a história de Francie e toda uma geração de negros na luta pela sobrevivência e na luta pelos seus direitos.
O Harlem foi um dos grandes centros da revolução cultural que as pessoas negras transformaram em Nova York, mas mais do que isso, nessa história acompanhamos seus desafios de se estabelecerem em um novo lugar.
O livro tem caráter quase autobiográfico, visto que a autora vivenciou muito da época, porém ela joga luz para o que realmente era desafiador para a época, a luta por um prato de comida, as expectativas de vida e muitas vezes o destino já ser traçado pelo simples fato de ser negro. 

Marina Rosa 21/01/2024

Leitura densa e pesada
Recebi a obra de Louise Meriwether, Meu Pai e suas Apostas, na caixinha de janeiro da Tag Livros. O livro é curto, com apenas 188 páginas, mas por ser denso e pesado, tive a sensação de que a todo momento eu estava muito longe do fim.

O poder deste livro está na narração inocente, contada pela perspectiva de Francie Coffin, nossa protagonista de 12 anos. A autora descreve seu angustiante amadurecimento em Harlem da era da Depressão na década de 1930, onde reside em um cortiço com o pai, a mãe e seus dois irmãos. Acompanhamos a vida de Francie por um ano enquanto sua família se desintegra. O livro não esconde as realidades da pobrez@, do racism0 estrutural, da violênci@, do víci0, da agressã0 sexua1, da prostituiç@0 e do abus0 infanti1.

?Apesar de tudo, a gente nunca desistia. A gente sempre acreditava que as coisas iam melhorar?

A escrita é direta e fácil de ler, mas os personagens são representados de forma simples, com poucos traços de personalidade, bem unidimensionais.

Ver o mundo através dos olhos de Francie enquanto ela gradualmente descobre o que está acontecendo ao seu redor é doloroso. Uma das cenas que mais me entristeceu é com Francie e seu irmão Sterling, onde os sonhos da infância se chocam contra realidade.

?éramos todos pobres, pretos, e provavelmente continuaríamos assim, e era isso?

Partes deste livro foram difíceis de ler, a história é forte que prende a atenção e nos faz pensar sobre as desigualdades e a discriminação que ainda existem na nossa sociedade.

Eliza.Beth 24/03/2024

Bom
Gostei médio dessa leitura. Não é ruim, mas é o tipo de livro que traz acontecimentos da época e é isso.
Fala sobre vários temas relevantes e complicados.
Achei a escrita simples e não me passou um sentimento de ter sido intencional pela autora (como foi levantado por alguns leitores em nosso grupo de discussão). Já li outros livros, com escritas simples, mas que são uma pedrada e fica difícil não perceber que é intencional do autor.

Acabei até gostando mais do livro após a discussão em grupo. Alguém sempre traz algo que não percebemos. Mas minha nota não alterou. Aquelas 4 estrelas de um livro que foi bom de ler, porém não sinto que a história ficará comigo.

Madame Marisa 07/01/2024

A vida do preto nua e crua
Duro! Escancara a vida da família preta de tal maneira que não se sabe se estamos nos anos 30 ou em 2024, até pq nada, absolutamente nada mudou. Ainda estamos vivendo da mesma maneira, as mesmas dores, as mesmas lutas, as mesmas dificuldades. Só que agora estamos sendo filmados. Esses livros acabam comigo! Como mulher preta, compartilho da mesma desesperança que a Francie no final do livro.

Carla 09/03/2024

Triste e verdadeiro
O livro conta a história da jovem Francie e sua família, no bairro do Harlem, em 1930.
O pai de Francie era apontador de uma espécie de loteria clandestina.
A mãe se esforça para manter a família unida e os filhos na escola, mas a vida deles é muito difícil e são muito pobres .
Francie sobre muitos abusos e os irmãos mais velhos acabam largando a escola, mesmo o Sterling, que era o mais inteligente, porque segundo ele:"quem vai contratar um professor ou químico negro, então não vale a pena o esforço".
Para Francie as alternativas são a prostituição, casar e ter um filho por ano ou se matar de trabalhar em uma lavanderia por alguns trocados.
Muito triste e verdadeiro.

VinAcius50 12/01/2024

é bom
é uma historia boa, cativante e que consegue te por no lugar da protagonista e ver o mundo pelos olhos dela. não foi meu livro favorito, mas recomendaria

Arthus.Mehanna 08/03/2024

Impactante
Francie, obrigado por me guiar por entre as ruas do Harlem e me mostrar que a realidade de um tempo arrasta-se, na raça, gênero e classe, por seus futuros possíveis.