spoiler visualizarMaria.Laura 26/01/2024
Vida longa às flores do bem!
?As flores do bem - a ciência e a história da libertação da maconha? é um livro tão inspirador que decidi fazer algo que pela primeira vez faço por vontade própria: escrever uma resenha.
Com muita responsabilidade e compromisso com a ciência e a sociedade, Sidarta Ribeiro desconstrói os mitos criados em torno da maconha com o intuito de demoniza-la.
Apresentando o resultado de inúmeras pesquisas científicas sobre o tema, ele comprova a falsidade de noções populares como ?maconha mata neurônios? e ?maconha é porta de entrada para outras drogas?, além de trazer os inúmeros casos em que a maconha terapêutica é uma excelente alternativa (quando não a única solução) aos tratamentos médicos convencionais de inúmeras doenças e condições clínicas.
Ainda, esclarece que, como qualquer substância, a maconha tem seus grupos de risco. Seus efeitos dependerão de diversos fatores que ele retrata detalhadamente no livro: a genética da pessoa que usa, sua história de vida e o contexto social do uso, além, é claro, da proporção dos componentes em cada maconha.
Sidarta compara os grupos de risco da maconha com as pessoas intolerantes à lactose. Todos queremos proteger os intolerantes à lactose, mas ninguém cogita proibir o leite para protegê-los. Por que, então, proibimos a maconha?
Passando por toda a história da maconha e pelas questões políticas que a envolvem, Sidarta traz uma discussão essencial para esse debate: a guerra às drogas é a principal causa do encarceramento e morte da juventude negra no Brasil.
Por fim, Sidarta se entrega à sua própria relação com a maconha e nos traz sua experiência de forma inspiradora, poética, como não poderia deixar de ser.
Vida longa às flores do bem!
Observação: foram 199 referências bibliográficas para escrever 147 páginas. Pesquisa séria se faz assim.