Descolonizando afetos

Descolonizando afetos Geni Núñez




Resenhas - Descolonizando afetos


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Jessica1248 26/05/2024

Amei a escrita da Geni Núñez!! É um livro que trouxe paz à incompreensão que senti pela forma como penso e trato os meus afetos (que estão tão fora do padrão da monocultura). Nos faz enxergar que ter uma prática relacional com cuidado e afeto vai além de vínculos românticos ou familiares.

O livro põe em cheque tudo o que entendemos como relacionamento e amor, a partir de uma narrativa histórica e cultural. O que está por trás do nosso pensamento colonizado!?

Ao discorrer sobre diversos temas, a autora discute possibilidades de enfrentamento libertadoras, que não visam condicionar o leitor dentro de uma verdade absoluta, mas de uma verdade que busque construir respostas éticas.

?É preciso desorientar-se do caminho reto para desfrutar de outras errâncias.?
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moedasebotoes 25/05/2024

um ótimo livro para quem deseja aprender mais sobre a monogamia e a não-monogamia. aborda não só os temas já citados, como também vários preconceitos e como eles estão relacionados com os tipos de relacionamentos. recomendo para quem deseja aprender mais sobre formas de afetos, sobre preconceitos e, como o título diz, sobre a descolonização.
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Adriana Procópio 20/05/2024

Sensacional
Um guia básico pra entender não só as relações, mas a configuração da sociedade e também ser acolhide.
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Nay__ 19/05/2024

Aprofunda os conteúdos que embasam o que é divulgado pela internet a fora. O texto tem a medida certa pra não ser cansativo.

Como ela mesma diz, é um convite a pensar o que nos faz ser como somos e refletir sobre nossas escolhas.

Eu gostei muito porque ela entregou muito do que eu tava esperando com a bell hooks em tudo sobre o amor.
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naoeumaresenha 15/05/2024

O colonialismo é isso, afetou e afeta nossas afetações. a questão histórica que a autora traz é muito interessante para entender essa construção da monogamia mas sobre o amor coletivo senti que faltou muita coisa, vi em outros livros sobre amor muito mais coletividade. no mais, foi uma leitura importante para entender conceitos.
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Messias 14/05/2024

Muito impactado depois de devorar esse livro. Uma escrita extremamente agradável de ler, com densidade acadêmica sem ser desnecessariamente acadêmica no modo de escrever e explicar as coisas. Super didático, consegue explicar bem os pontos centrais da não monogamia e sua relação com a descolonização dos afetos. O livro ainda é brindado por um projeto editorial cuidadoso, agradável de ler, com páginas de ótima gramatura. 10/10.
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Leila267 10/05/2024

Sensacional
Na minha “sede de saber decolonial” confesso que peguei o livro pelo título, sem identificar a autoria, mas logo ao iniciar a leitura me surpreendi com o tema, mas pela linguagem única da autora, logo percebi, a autoria de Geni Nunez, pois, já conhecia seu trabalho através de apresentações, palestras e mesas redondas, mas nunca tinha lido nenhum livro da escritora.

Uma experiência incrível, o livro é muito bem escrito. E como muitas leituras que fogem do eurocêntrismo, traz uma perspectiva de sociedade e mundo, diversa e diferente da que fomos inseridos.
Me surpreendi com o rumo que o tema toma, onde a não monogamia ultrapassa o amor romântico, vai muito além, envolve também descolonização, saúde mental, transformação, desconstrução de padrões.... Nos faz repensarmos sobre ideias preconcebidas, aguça nosso pensamento crítico.

O livro está dividido em três partes: na primeira, a autora aborda a influência e imposição da colonização, na forma de nos relacionarmos e o impacto nos dias de hoje.
Na segunda, trata de mitos e equívocos mais comuns a respeito da não monogamia.
Na terceira parte, desenvolve reflexões que buscam servir de acolhimento e amparo a pessoas que desejam vivenciar outras formas de se relacionar.

Leia sem medo, você começa a ler o livro com uma perspectiva de mundo e termina com uma visão bem mais ampla e crítica sobre a nossa sociedade, vivências, relacionamentos.

É um livro excelente eu recomendo muito a leitura!
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Charleees 07/05/2024

Na primeira parte DESCOLONIZAÇÃO E RELACIONAMENTOS, Geni traz um estudo histórico maravilhoso de como os povos indígenas viviam relacionamentos não monogâmicos sem se importar com uma 'moral' que não existia para eles, essa só veio a existir com a chegada dos colonos e dos Jesuítas que lideravam missões de evangelizar e trazer os nativos para o cristianismo.

A todo momento ela vai fazendo paralelos de como os indígenas veem os relacionamentos assim como veem a relação com a natureza: de liberdade, de não ter posses sobre a terra, de ver a natureza como um igual.

"Não somos donos da terra, somos a terra"
- Casé Tupinambá

Outros assuntos tratados nesse capítulo é como a monogamia é tratada juridicamente no país que se diz laico, mas proibe a bigamia baseado em conceitos cristãos, mesmo sem dizer isso claramente, o direito ao divórcio que só se fez presente a partir de 1988 com a promulgação da Constituição. Que só em 2005 o adultério deixou de ser crime previsto no Código Penal e como a grande maioria das pessoas ainda o veem como pecado, também com base em preceitos cristãos. E como as violências misóginas, o feminicídio, por exemplo, está atrelada a monogamia, quando principalmente o homem passa a ver a mulher como sua posse e ao não aceitar o fim dos relacionamentos se ver no direito de agredir e mat4r na maior parte dos casos suas ex-parceiras.

E de como essa ideia que querem nos empurrar que a não Monogamia é algo recente é uma falácia, pois os nativos indígenas viviam relações não monogâmicas muito antes da invasão colonialista a estas terras e a nenhum deles isso soava como ofensivo ou ia contra a moral.

O que se vê hoje em dia são mais pessoas dispostas a dialogar sobre o tema, colocando-o em evidência.

Na segunda parte do livro, DESMESTIFICANDO A NÃO MONOGAMIA, ela começa mostrando que termos como poligamia, poliamor e amor livre não traduzem a mesma ideologia. Quando a gente fala em monogamia e poligamia temos a ideia errônea de associarmos esses termos a quantidade de pessoas no relacionamento e não é bem assim. Na não monogamia, alguém que queira se relacionar com apenas uma pessoa, tem o direito de fazê-lo, mas isso diz respeito somente a si mesmo.

E mesmo os monogâmicos têm desvirtuado o sentido original e restrito da palavra mono (um) gamia (casamento), uma vez que há pessoas que tenham tido mais de um casamento ao longo da vida. Isso seria ser uma pessoa monogâmica?

Uma indagação muito boa que ela joga, diz respeito às relações: "por que, em geral, apenas as relações nas quais há a  presença de vínculo sexual e/ou romântico são consideradas relações? Não são também relações amorosas outras tantas que podemos ter sem essa centralidade sexual e romântica?" questiona a autora.

Logo, em um sentido mais amplo, todo mundo que ama mais de uma pessoa ao mesmo tempo em sua vida, quer esse amor envolva ou não práticas sexuais, poderia ser descrito como poliamoroso, considerando que o amor vai além da dimensão romântica e/ou sexual.

Se temos pessoas que nos amam, nos apoiam e nos fortalecem, não estamos solteiras/sozinhas.

Na monogamia as amizades são o plano B do amor, o estepe, o complemento. É preciso desmantelar essa hierarquia.

Só consigo me sentir amado se demonstrarem desejo sexual por mim? Só consigo intimidade através do sexo? Quais companhias invisibilizo quando me digo só (solteiro/sozinho)? Quem me inspira paixão e encantamento?

É preciso nos questionarmos.

Com base no livro bíblico de 1 Coríntios 7:4, Geni mostra que a monogamia é uma orientação cujas bases vem diretamente do cristianismo. Ela diz sobre o direito ao corpo.

Se monogamia fosse a decisão PESSOAL de se relacionar com apenas uma pessoa, não chamariam de traição quando a outra decide estar com outras.

A monogamia é um contrato de exclusividade sexual.
Mas, e se foi acordado, combinado?

Geni pergunta "tudo que combinamos é ético e válido? Será que é saudável terceirizarmos nosso consentimento em nome de um combinado?" Será que não estamos sendo levados por uma pressão global que prega que a monogamia é a única maneira certa de se relacionar?

Ser não monogâmico significa que a pessoa não terceiriza decisões sobre seu corpo, de maneira que ela pode usar sua liberdade de escolha inclusive para não se relacionar com ninguém.

Não monogamia é uma porta aberta para entrada de ISTs (infecções sexualmente transmissíveis) no relacionamento.

Será?

Estudos mostram que nos últimos 10 anos (2009-2019) houve um aumento de 1.370% de ISTs na população cis-heterossexual e que é no âmbito relações de namoro/casamento que essa disseminação vem aumentando.

A traição está presente em 70% das relações monogâmicas brasileiras.

Na terceira e última parte do livro OS DESAFIOS DA DESCONSTRUÇÃO, ACOLHENDO INSEGURANÇAS E ANGÚSTIAS, Geni traz um outro desafio para o leitor que é lidar com a não monogamia na prática. Ela explica que o caminho da descolonização precisa ter sempre em perspectiva o acolhimento das nossas vulnerabilidades. Pessoas não monogâmicas não nascem com uma iluminação especial, um "gene" que torna tudo mais fácil, ao contrário, temos os mesmos desafios de lidar com ciúmes, insegurança e angústias diversas. A diferença é que não impedimos a autonomia do outro como forma de aplacar nossos medos. Buscamos não culpar e moralizar o outro pelo que nós sentimos.

No amor romântico, a promessa é a de que tudo seja suprido por uma única pessoa, seja para dar sentido à vida, seja para ser a única fonte a ser demandada para tudo. Assim como a terra, que, quando abusivamente explorada, se torna estéril, o amor também seca quando se toma dele toda gota.

No tópico acolhendo a singularidade, Geni fala sobre atentarmos para o modo como somos amados numa relação é fundamental, mas ser amado de maneira saudável não significa ser amado do mesmo jeito que amamos. Devemos celebrar as diferenças que nos constituem como a parte mais bonita dos vínculos amorosos.

Existem infinitas formas de demonstrar cuidado, afeto, carinho, generosidade e gentileza. Que tenhamos criatividade para construí-las.

Que a promessa de exclusividade não garante cuidado, afeto e nem a própria exclusividade. A não monogamia nos mostra que confiança e lealdade não serão acessadas pela promessa de exclusividade e que nossas experimentações não monogâmicas não torna a vida sem problemas, sem questões ou dificuldades, pelo contrário, outras questões vão surgindo.

Que não é porque não acreditamos em alma gêmea que não vamos caminhar juntos, de mãos dadas com as falhas, faltas, solidões e o que mais transbordar dos encontros que nos sustentam no mundo.

Ao final do livro, Geni nos dá um abraço com suas palavras ao dizer: "em tantos séculos de colonização, é preciso que reconheçamos humildemente nossa pequenez. Não damos conta de tudo nem de todos, fazemos o possível e isso já é tanto!"

A artesania dos afetos, desconstruir o que a monocultura nos ensina o que as religiões pregam sobre monogamia há tantos séculos não é fácil, mas pode e deve ser uma delícia.


? Livro 06 de 2024
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Vic 06/05/2024

Um dos conceitos mais marcantes do livro para mim foi o de "caravela epistêmica", a ideia que parte de, nós, brancos, de que um conhecimento é novo e autoral porque nós estamos ainda o descobrindo e discutindo inicialmente, quando já fazia parte do pensar e do viver de povos e culturas que pensam o mundo de maneiras diferentes da nossa. Confesso que olhava com preconceito para a não monogamia, ler esse livro me fez perceber que era só desconhecimento e vontade de permanecer na ignorância por não querer repensar minha maneira de me relacionar. O contexto histórico foi extremamente importante para entender de onde vem a monogamia e como ela é essencial para manter sistemas que oprimem, controlam e violentam. Para além de uma profundidade na maneira de compreender as relações como políticas, a discussão proposta me apresentou muitos jeitos novos de olhar para as minhas relações de maneira geral, pro meu jeito de amar e de dar afeto. Sinto que contribuíram muito para que eu enxergue algumas coisas, sempre tão pesadas para mim, com muito mais leveza. O tipo de leitura da qual é impossível sair intocada, que te faz sentir vontade de ler mais de uma vez para realizar novas reflexões, que te faz sentir necessidade de ler aos poucos para processar todos os incômodos trazidos por ela. Repensei e transformei meu jeito de pensar, observar e sentir. Principalmente, repensei meu olhar em relação a mim, ao outro e à unicidade das relações.
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Zattar Ribeiro 04/05/2024

Dicotomia do amor
Eu aprendi na escola que dicotomia é a divisão de um elemento em duas partes, em geral contrárias, como a noite e o dia, o bem e o mal, o preto e o branco, o céu e o inferno etc.

Com origem no grego dikhotomía, uma dicotomia indica uma classificação que é fundamentada em uma divisão entre dois elementos.

Sem dúvidas, o livro é muito bem escrito e consegue trazer nuances importantes sobre uma sociedade patriarcal, machista e muitas vezes intolerante.

Mas, eu senti que enfrentar conceitos dicotômicos com mais dicotomia, talvez não seja a solução (pelo menos pra mim).
Não acho que a monogamia ou não-monogamia seja um conceito preto ou branco, e sinto que defender os dois lados, as vezes, cai nesse mesmo paradigma.

Me considero uma pessoa 100% monogâmica, mas acho importante entender diferentes pontos de vista. Gostaria somente que tivesse sido algo menos dicotômico. Não há certo oie errado quando fala-se em amor. Cada qual ama de uma maneira.

Mas, de maneira geral, livro extremamente bem escrito.
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Raoni Pereira 01/05/2024

Monocultura dos afetos como exercício de poder
"Descolonizando Afetos", escrito por Geni Nunes, é uma obra profunda que mergulha na interseção entre afeto e descolonização. A autora desvela como as estruturas coloniais moldaram nossas formas de amar, sentir e nos relacionar, apresentando uma jornada reflexiva e transformadora.

Nunes desafia os padrões impostos pelo colonialismo, convidando o leitor a reconhecer e desmantelar essas influências em suas próprias vidas.

Com uma linguagem poética e provocativa, o livro oferece uma visão enriquecedora sobre como reconstruir nossos afetos de maneira mais autêntica e libertadora.
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Suelen.Krausen 30/04/2024

Um livro que aborda a influência das estruturas colônias nos afetos humanos, nós trazendo a uma análise crítica de como a sociedade influência na nossa forma de nos relacionar e como a descolonização vai além da esfera política. Um livro que fala para além da Não Monogamia.
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laura solzinho 24/04/2024

UAU
Não sei nem o que dizer. só sei dizer que recomendo pra todo mundo!
uma narrativa linda que faz a gente questionar o quanto (MUITO!) somos afetados pela história do Brasil.
estou repensando sobre tudo e sobre o que significa amor em um país colonizado.

muito incrível! mais incrível ainda saber que a Geni também é graduada em psico pela UFSC que nem eu ??
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Gabriela 20/04/2024

Poesia
Geni é poesia pura da primeira à última página. Particularmente, minha experiência com o tema sempre foi a de me sentir uma pessoa não-monogâmica adoecida por viver em um mundo extremamente monogâmico. Cedo em minhas vivências, não há outra palavra melhor que ceder. Ainda não sei com o quê sonhar, tampouco me conheço em um universo onde tive a coragem de exercer minha liberdade.

Descolonizando afetos é um alento e o processo de respeitar as raízes por onde crescemos e de que nos nutrimos é, não só um ato de amor, como de coragem.

"Em vez de dizermos que somos 'donos' de algo, falamos que estamos em sua companhia"

"Não somos donos da terra, somos a terra.""

"O jeito que amo não é importado, nem enlatado, vem sem manual, é artesanal e potável."

"Será que é saudável terceirizarmos nosso consentimento em nome de um combinado?"

"Todos os seres merecem bem viver para além de sua utilidade, de sua funcionalidade para os outros. Que as expressões afetivas sejam também sobre transbordamentos e abundâncias, e não apenas sobre faltas e necessidades."
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