Juliana.Bragiato 19/04/2024
Em A Última Contadora de Histórias, depois que uma erupção solar desviou o Cometa Halley, a Terra está com os dias contados. É nesse cenário pré-apocalíptico que iremos conhecer Petra Peña e sua família. Petra é uma menina de 13 anos, apegada a avó Lita, que contava histórias para ela e para o irmão mais novo Javier. Ela não se conforma em ter que deixar a avó para trás, enquanto ela, os pais e o irmão embarcam em uma nave, rumo ao novo planeta Sagan, destino escolhido para ser o novo lar dos humanos. Antes de partir, Petra promete para a avó que quando acordar no novo planeta, ela será uma contadora de histórias, assim como sua avó.
Uma vez na nave, Petra descobre que ficará em hibernação em uma capsula, imersa em um gel criado especialmente para mantê-la viva e saudável até o momento de despertar em Sagan. Durante a hibernação, um sofisticado software irá baixar informações diretamente no cérebro de Petra, assim, quando ela acordar, será especialista em uma área pré-determinada, estando apta para ajudar com a colonização de Sagan. Porém, ela não contava que um grupo denominado Coletivo, tomaria conta da nave com o intuito de reprogramar o cérebro das pessoas em hibernação, e assim, de maneira deturpada, garantir que não haja mais guerras, fome, desigualdade ou qualquer outro mal que a humanidade tenha cometido. Quando Petra é reanimada pelo Coletivo, ela é renomeada como Zeta-1, especialista em botânica e geologia, ela, então, se dá conta de que é a única que se lembra da Terra e de como a vida era antes do Coletivo tomar o controle da nave. Cabe a ela, descobrir uma maneira de reavivar as memórias de seus companheiros, encontrar sua família e evitar que o Coletivo tenha sucesso.
Sabe aquele livro que te ganha pela capa, e quando você lê a sinopse fica com mais vontade ainda de ler? Pois bem, A Última Contadora de Histórias é esse livro.
Peguei o livro empolgada com a promessa de uma grande ficção cientifica, porém, me deparei mais com um livro infanto-juvenil, que conta como uma garota de 13 anos, com sérios problemas de visão, era a única pessoa que se lembrava da Terra, e em como ela usa os contos que ouvia da Avó para tentar despertar as memórias de seus companheiros de dormitório.
Petra se comporta de maneira estranha o livro todo e não levanta a mínima suspeita da Chanceler ou de qualquer outra pessoa responsável por manter o Coletivo.
A escrita da autora é coesa, a história se desenrola de maneira fácil, e os obstáculos apresentados são transpostos sem grandes dificuldades. O final fica em aberto, para uma possível continuação ou até para o público imaginar o que aconteceu com Petra e os tripulantes da nave colonizadora.
A premissa do livro é interessante, se direcionada para o público certo. Eu esperava mais.