elo 18/01/2024
Às vezes, não há segundas chances para a felicidade.
Caramba! Que livro bom! As situações vão se desenrolando tão rápido que eu só me dei conta da quantidade de coisas acontecendo quando fui tentar explicar a história para minha mãe. O desfecho melhorou tanto o livro! Até o epílogo contém reviravoltas!
Bom, não há personagens perfeitos. Estamos lidando com figuras reais. Personagens que erram, que se arrependem, que são governados por medos e desejos. Dignos de um bom livro de suspense. Mas Taryn Moore foi me irritando mais e mais no decorrer da narrativa. Ela era uma universitária completamente obsessiva, sem propósito, carente e, como Jack mesmo disse, desesperada por amor. A coitada ficava achando que era uma heróina da mitologia grega. Você não é a Medeia não, amor. Ela já havia construído uma vida inteira com Liam em sua cabeça, o perseguia, o cercava. Magoava e usava Cody. E tornou Jack alvo de seus delírios em poucos dias. Sufocava o professor. Na primeira relação já estava falando que o amava! Em nenhum momento ele te amou nem deixou de amar Maggie, minha filha! Vai destruir o casamento de outra pessoa! Nossa, me irritei. Não culpo Liam de a ter deixado. A carência de paternidade resulta nisso. Em uma adulta complexada e obsessiva.
Não estou dizendo que o que Jack fez não foi errado. Foi terrível. Ele ter feito pela segunda vez foi pior ainda. Jack tinha tudo. Bizarro como jogou tudo pelo ralo. E seria impossível fugir das consequências. Porém, no final das contas, - nunca pensei que diria isso - estava torcendo para Maggie perdoar a traição. Este foi um clássico caso de carência mútua, no qual o casal sofre pelo distanciamento de suas próprias rotinas e se perguntam do porquê de ainda estarem juntos. Até que alguém comete um erro. E, então, a culpa o faz se lembrar, o faz dar valor para o que tem quando chega em casa. Que tristeza. Jack errou muito.
?Jack queria dizer a Maggie que sentia muito, que a amava. Mas sua voz não saía. Olhou para a mão ensanguentada de Maggie, pressionada contra seu peito, e focou na aliança de casamento. A aliança que ele colocou naquele dedo doze anos antes. Eu me casaria com você de novo. De novo e de novo e de novo.?
Bom, sobre o assassino? aos 70% do livro eu já esperava. Mas foi incrível mesmo assim. Quando Jack e Maggie se dão conta de quem havia matado Taryn, ela insistindo que não havia sido o marido, foi um momento muito eletrizante do livro. Mas pior ainda foi quando Charlie atira em Jack. QUE ÓDIO! Tudo culpa do Cody. Outro complexado. Como eu fiquei desesperada nessa cena! Ler o ponto de vista de Jack, vê-lo se arrependendo profundamente de suas escolhas desde o momento que as fez, vê-lo se flagelando, querendo sofrer pelo que tinha feito, me partiu o coração. Queria que ele sobrevivesse. Queria que ele criasse seu filho. E quando li: ?Duas lápides de granito estão dispostas lado a lado?, as lágrimas começaram a aparecer. Me enganaram direitinho, Tess e Gary.
?Acima de tudo, pensa em Maggie, a mulher que tinha tudo até que, de repente, não tinha mais nada. Mas essa é a natureza da tragédia. Você passa pela vida sem nunca apreciar a alegria de um dia normal até o momento em que isso acaba. E você acha que nunca mais vai ter um dia normal de novo. Você enterra o corpo e junta os cacos da sua vida. Segue em frente com dificuldade, rumo ao novo normal. É isso que Maggie Dorian terá de fazer, com ou sem o marido.?
Adorei as menções à literatura clássica durante toda a narrativa, o livro não seria o mesmo sem esse toque especial. No fim, parece que Jack sofreu as consequências de seus atos e simplesmente as aceitou. Maggie se mostrou um ser humano forte e resiliente, conseguindo dar a volta por cima dos infortúnios da vida (na minha cabeça, Jack e ela já estão juntos de novo). E Frankie, uma policial brilhante e uma pessoa virtuosa. Adorei que tenha se unido à família.
?No trabalho de Frankie não existem finais felizes - apenas dor, perda e tragédia, e Jack Dorian sem dúvida será assombrado por essas três coisas pelo resto da vida. Ele destruiu seu emprego e seu casamento. Carregará as cicatrizes físicas da bala. E o pior: nunca esquecerá do papel que desempenhou na morte de uma jovem entusiasmada. Não, pensa Frankie, isso não pode ser chamado de final feliz.
Mas, neste momento, chega perto o suficiente.?