Gabrielle.Quinlan 17/10/2023
Acolhedor, mas nem tanto
Foi meu primeiro livro coreano, e esse foi o critério que me fez escolher, experimentar uma cultura diferente.
A leitura é fluida, porém é uma narrativa mais lenta, no sentido de que não tem grandes acontecimentos, ao longo da história os personagens vão evoluindo.
A protagonista abre uma livraria de bairro e contrata um barista para o café, ela ainda não sabe que rumo o negócio vai tomar.
Outros personagens vão surgindo e encontrando ali um lugar acolhedor, onde se faz clubes do livro e entrevistas com autores. A dona da livraria é bem ativa nas redes sociais e escreve coluna para revistas, o que ajuda a trazer mais popularidade.
Tem um toque de romance, daquele jeitinho oriental bem discreto, como já encontrei em livros japoneses.
A única coisa que me incomodou é a postura da protagonista, que me pareceu um pouco arrogante. Ela parece classificar as pessoas em leitores e não-leitores, enquanto que eu acredito que realmente existem pessoas que não gostam de ler, porém, acho válido tentar mais de um gênero.
Ela até cita que não pode definir o que o outro vai gostar, mas não é o que ela faz na prática.
Tanto que no fim, ela decide que não vai vender best-sellers porque ela acredita que os escritores menos conhecidos deveriam ter mais destaque, quando alguém fosse procurar o livro X, ela recomendaria o Y.
Achei uma forma um tanto agressiva de interferir na escolha do outro.
O destaque dos pouco conhecidos poderia ser feito através da arrumação da vitrine, e recomendações do tipo "vc gosta desse autor best-seller? Pode ser que também goste desse autor nacional que ainda não é tão conhecido mas escreve muito bem, gostaria de experimentar?"
Enfim, eu, leitora farofinha, me senti excluída do ambiente no fim das contas.