Confrontando o Leviatã

Confrontando o Leviatã David Runciman




Resenhas - Confrontando o Leviatã


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Paulo Henrique 22/05/2024

Um aula de política atual
Com certeza esse talvez seja o assunto menos interessante de ser tratado em uma comunidade de livros, que em sua maioria, são de ficção: política. Entretanto para mim é com certeza até aqui, o melhor livro que li em 2024; inteligente, bem escrito, fluido e de fácil leitura, para assuntos muitas vezes complexos. “Confrontando o Leviatã” é um compêndio de artigos que o professor David Ruciman tratou ao longo dos últimos anos pós-covid, onde tenta entender sobre o que está ocorrendo em nosso mundo atual no campo da política, e como o nosso Estado vem reagindo.
O Leviatã, uma palavra que não soa tão bem, tem origem na Bílbia, representando o poder centralizado e opressor, que para Ruciman pode em certo grau ser como o nosso Estado Moderno, isso mesmo, o que está aí fora governando você nesse momento, ditando o que é certo ou errado, punindo ou soltando, e que em resumo se deu o poder de ser o monopólio da violência. A ideia do livro é fazer uma análise da democracia, os desafios políticos atuais e obviamente ter uma reflexão crítica sobre tudo isso.
Olhar como vários pensadores viam o Estado, ajuda a compor uma ideia melhor sobre o que nos governa hoje, independente de onde você esteja. É possível entender o conceito de democracia antiga e atual, o populismo, autoritarismo bem como a ascensão de líderes autoritários em cenários democráticos, o que parece antagônico. Você poderá entender como pensavam além de Thomas Hobbes; Wollstonecraft que escreve sobre os sexo e o direito da mulher; Benjamin Constant e sua comparação entre o antigo e novo Estado; Tocqueville e sua democracia na América (super atual hoje em dia); Marx e Engels, com sua pregação do estado proletariado e que a violência seria o caminho; Gandhi que é a antítese de Max e Engels, com seu pacifismo; Weber e seu Estado que monopoliza a violência; Hayek e seu caminho da servidão quando se deixa o Estado decidir tudo; Arendt sobre a banalidade do mal; Fanon e as diferenças raciais e que como Max e Engels entende que o caminho passa pela violência; Mackinon advogada e mais atual que entende que uma sociedade não neutra não pode ser neutra (um Congresso de maioria masculino não é com certeza neutro) e finalmente Fukuyama que não previu a vitória do Estado moderno
Portanto um leitura rica e instrutiva, que leva a pensar sobre como apesar de as sociedades democráticas ocidentais (democracia liberal) terem saído vitoriosas contra o modelo comunista ou ditaturas, hoje nos deparamos com esses vencedores flertando com o autoritarismo como solução para justamente aquilo que as ditaturas não solucionam.
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