La Maison: Minha história na prostituição

La Maison: Minha história na prostituição Emma Becker




Resenhas - La Maison: Minha história na prostituição


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Jessy 16/08/2023

“Eu esperava que minha voz tornasse humana a realidade da prostituição – porque os livros têm esse poder –, mesmo que eu fosse a única lutando por essa mentira.”

La Maison: minha história na prostituição é um livro que demorei muitos meses para vir falar sobre, por mais que eu o tenha lido num gole só. Eu adoro autoras, principalmente quando elas saem de suas caixinhas, mas aqui, mais uma vez, a literatura me surpreendeu.

Emma Becker trabalhava com jornalismo, mas o seu sonho sempre foi ser escritora. O romance é autoficcional, e assim como esse termo da literatura é em alguns momentos um pouco confuso de ser definido, ao longo dessa narrativa eu senti uma confusão envolta num misto do que aconteceu com Emma, o que ela viu e o que ela criou.

A autora é francesa e ela se mudou para Berlim com 25 anos de idade, país este onde a profissão é legalizada. Sempre com o hábito de se questionar sobre diversos temas, foi nesse assunto em específico que ela reuniu as suas forças, e o seu próprio corpo, para investigar mais a fundo esse recheado mundo de estereótipos.

Você sente que o objetivo desse livro é dar luz às vivências das mulheres que trabalham nessa profissão. As mulheres. Esse é o cerne de toda essa obra: quem elas são dentro do La Maison, quem elas são quando deixam para trás esse prédio, como elas se sentem no trabalho, como elas são tratadas, e muitas outras indagações.

Não posso negar que essa foi uma leitura que me revoltou em muitos momentos, mas também foi uma leitura que ensinou como o feminismo é muito mais vasto e complexo do que eu imaginava.
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Zeka.Sixx 22/09/2023

Provavelmente o melhor livro sobre prostituição escrito no século XXI
Este romance da francesa radicada na Alemanha Emma Becker foi uma das grande sensações literárias da Europa quando de seu lançamento, em 2019. A autora jura de pés juntos que passou dois anos exercendo a prostituição nos bordéis de Berlim Le Manège e La Maison (nomes fictícios) - vale ressaltar que a profissão é legalizada na Alemanha, ao contrário da hipócrita França, país natal de Emma. Que usava o codinome Justine, como a personagem do Marquês de Sade. Que ganhava cerca de 4.000 euros por mês. E que fez tudo isso de propósito, desde o início com o objetivo de escrever um livro sobre a prostituição.

Se é verdade? Impossível saber. Mas basta iniciar a leitura desse misto de romance autoficcional com jornalismo gonzo para que essa pergunta se torne irrelevante, diante da escrita simplesmente irresistível e arrebatadora de Emma Becker, que alterna momentos cômicos, poéticos, dramáticos com maestria.

Que fique claro: isso aqui não é "O Doce Veneno do Escorpião" escrito com mais competência - aliás, para um livro com esse tema, "La Maison" é até bem "comportado". Trata-se, provavelmente, do melhor romance sobre prostituição escrito no século XXI. Não lembro de ter visto outra obra que aborde com tanta perspicácia as inúmeras questões e dilemas que envolvem tanto quem escolhe tal profissão quanto quem busca por esse tipo de serviço.

É um dos fortes candidatos a melhor leitura do ano até aqui. Façam um favor a si mesmos: leiam esse livro, leiam esse livro, leiam esse livro.
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Fabinho 10/10/2023

Nada inovador
Já li obras parecidas. Muito bem escrito mas foi me perdendo no meio das histórias. Uma pena, estava gostando.no início mas foi me perdendo.
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Moni 14/03/2024

A princípio eu queria dar cinco ou quatro estrelas e meia no mínimo, mas acho que a autora podia ter dado um ênfase melhor no trabalho da prostituição em si. Às vezes ela sai em algumas tangentes sobre a vida pessoal dela que, francamente, não interessam muito, ao invés de focar no que o leitor quer saber: como é a prostituição.

Dito isso, achei o livro muito interessante e esclarecedor. Muito pouco é dito sobre a indústria do sexo que não seja feito por uma lente puritanista e demonizadora ou de tragédia, como quando só lembram da prostituição quando alguma prostituta é assassinada.

A autora entra bem nos funcionamentos da prostituição e como as coisas mudam de fato de uma casa para a outra. A forma com que as mulheres são tratadas, o que se espera delas, o quanto elas ganham, o ambiente que se forma, tudo isso vai variar dependendo da casa.

Ela traz também algumas percepções sobre o feminino e o masculino. A forma com que os homens percebem as mulheres e como o trabalho com sexo influencia a visão das próprias putas sobre os homens que vão às casas atrás de sexo.

Ao mesmo tempo, a autora não se distancia das partes ruins da prostituição, como os abusos, drogas e riscos que as putas sofrem durante o trabalho e às vezes até depois.

Achei que foi uma visão muito boa e que não conseguimos ter normalmente com essa profissão tão marginalizada. Uma ótima leitura pra quem quiser saber mais sobre como realmente funciona a prostituição, pelo menos na França e Alemanha.
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