annyca 11/04/2024
?A apaixonada e o mentiroso, a mentirosa e o apaixonado.?
O tanto que eu amei essa duologia é indescritível; ela entregou dramas, crimes, investigações, romance, ficção científica, eventos históricos, política, traições e muito mais, com certeza uma das melhores obras que eu já li na vida.
Este volume se passa aproximadamente 6 meses após o fim do outro, bem no ano novo do calendário gregoriano; dado o final fatídico de Prazeres Violentos, já é de se imaginar que este se inicia tão aflitivo quanto. Aqui, um novo vilão e novos monstros surgem, novamente aterrorizando a cidade; a relação entre Roma e Juliette, nossos protagonistas, está mais conturbada do que nunca e segredos podem causar finais catastróficos ? ou melhor, violentos.
?Amantes transformados em estranhos, e essa ferida cortava fundo a ponto de sangrar.?
Antes de qualquer coisa, posso ser sincera? Eu não sou o tipo de pessoa que chora muito lendo, mas dessa vez eu derramei toda a água do meu corpo nas primeiras 100 páginas. Ver o que os protagonistas se tornaram após os eventos anteriores foi a pior sensação da vida, a cada cena em que eles se encontravam eu chorava mais, de angústia e de melancolia. No entanto, após mais de 50% da história, a vitória chegou
?Desta vez, o caos tomará forma, ganhará mandíbulas e dentes afiados, patrulhará as esquinas atrás de qualquer oportunidade de atacar. E fará a cidade dançar sob suas cordinhas.?
Saindo um pouco do aspecto romance e sofrimento, nesta sequência o conflito político se faz muito mais intenso e caótico e a guerra iminente torna-se ainda mais alarmante; com todo esse cenário somado a 5 monstros assombrando a cidade, Xangai está predestinada a nunca mais ser a mesma.
Finalmente a ciência por trás da criação dos monstros foi explicada e, apesar de eu sentir uma certa dificuldade em entender a complexidade desta ficção científica, fechou muito bem os pontos em aberto do volume anterior.
"Mas, afinal, não era essa a raiz de todo ódio? Não era isso que o tornava tão feroz? Nunca havia um motivo. Nunca um bom motivo. Nunca um motivo justo."
Creio que o único aspecto que não necessariamente me incomodou, mas me deixou aflita, foi o fato de terem prolongado muito os eventos finais, eu entendi o motivo, mas meio pareceu que nos últimos 30% a autora esqueceu do fator monstros e vilão e, de repente, faltando umas 50 páginas para acabar: BUM ? não entrarei em detalhes. Achei super compreensível terem adiado tudo isso para o clímax final, mas me deixou aflita mesmo assim.
"? Para amá-lo e protegê-lo, e nem a morte pode nos separar - sussurrou Juliette.
? Nesta vida e na próxima ? respondeu
Roma ?, pelo tempo em que nossas almas existirem, a minha sempre encontrará a sua."
Por fim, podemos, por favor, falar sobre o quão emocionante e reflexiva esta obra é? A história de amor do Roma e da Juliette é extremamente avassaladora e tocante e todo o conflito político em que não só eles, mas todos os personagens, estão inseridos sem nem sequer terem pedido por traz uma intensidade muito maior para toda a conjuntura. Não me canso de falar sobre o quão bem desenvolvidos são esses personagens e o quão maravilhosamente a Chloe Gong conseguiu unir romance com história e revoluções com ficção científica, a diva está de parabéns.
Enfim, super recomendo essa duologia, ou melhor, todos os livros desse universo da autora, para os amantes de história e política com dramas e conflitos românticos no meio ? mas lembrem-se: a escrita é mais arrastada, não venham depois falar que o livro é chato por terem dificuldade na leitura.
Foi isso, meus amores. Espero que todos vocês tenham uma excelente leitura, cheia de lágrimas e emoções. Beijinhos ?
?..., mas nem a morte pode nos separar.?