@tayrequiao 16/04/2024A história se repete, mas em novos formatos?A história é construída de momentos que parecem insignificantes.
A queima de livros em plena praça pública em Berlim, em 1933, foi um desses atos sombrios que, à primeira vista, pareciam pouco significativos, mas que, em perspectiva, marcaram profundamente a história da humanidade.
Sob o argumento de promover uma ?limpeza na literatura?, mais de 20 mil livros foram queimados em apenas uma noite, em um evento acompanhado por mais de 40 mil pessoas.
Enganava-se, o mundo, ao acreditar que ?eram apenas livros?; que ?era apenas um ato representativo da força alemã?. Deliberadamente, ignorava o que o poeta alemão Heinrich Heine já havia alertado anos antes, que ?onde se queimam livros, acaba-se queimando pessoas?. O que ocorreu depois, todos nós sabemos. O preço a pagar foi caro.
A verdade é que quando uma sociedade recorre à queima de livros, ela não apenas destrói objetos físicos, mas renega simbolicamente o poder transformador da informação e do pensamento crítico.
Ao optar por suprimir ideias divergentes, fecha as portas para a pluralidade de perspectivas e para o fortalecimento do conhecimento. Não queima apenas palavras, mas a possibilidade de progresso e aprendizado.
E você pode pensar: ?Ah, isso não ocorre hoje em dia!?. E eu preciso te lembrar que:
Em 2022, 2.571 títulos foram objeto de censura nos Estados Unidos. Entre eles, clássicos como ?O Sol é Para Todos?, de Harper Lee, ?Ratos e Homens?, de John Steinbeck, ou ?O Olho Mais Azul?, da ganhadora do Nobel de Literatura Toni Morrinson.
Agora em 2024, o livro ?O avesso da pele? de Jeferson Tenório, que faz uma crítica ao racismo do Brasil, foi objeto de censura e por isso retirado de diversas escolas públicas da cidade de Santa Cruz do Sul.
Volto a dizer: um ato a princípio insignificante tem o poder de escalar para algo até então inimaginável.
O fogo que no passado consumia as páginas, hoje opera de forma mais sutil, por meio de restrições de acesso e proibições; do controle dos discursos sob o pretexto da proteção de valores.
O que fazer, então?
? Promover a literatura;
? Atribuir a devida importância quando os fósforos forem acesos;
? E não se deixar cegar pelo brilho das chamas.
[ Uma história gostosa de ler e que pode lhe proporcionar boas reflexões! ]