Oppenheimer

Oppenheimer Kai Bird...




Resenhas - Oppenheimer


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Larissa 24/11/2023

Olimpo do século XX
Leitura interessante para curiosos de história e guerra. O número de físicos, militares e alunos de Oppi citados no livro é enorme. Cheguei a me perder um pouco, mas o autor retoma especificando quem é quem, ajuda demais. O livro, diferentemente do filme que focou na bomba e no julgamento, fala mais do Oppenheimer de antes da bomba, da carreira acadêmica e de sua vida familiar. Sem dúvidas, uma das pessoas mais importantes do século XX e com uma história curiosa e pertinente para se conhecer.
Elton.Oliveira 24/11/2023minha estante
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Glaydson5 17/06/2023

Oppenheimer.
Do livro, trajetória de Oppenheimer, suas contradições e curiosidades sobre o autor.

Introdução:
O livro "Oppenheimer", dos autores Kai Bird e Martin J. Sherwin, conta a trajetória de vida de J. Robert Oppenheimer, físico teórico americano que liderou a equipe responsável pela criação da primeira bomba atômica. Sua história é uma junção de genialidade, ideologias controversas e eventos históricos que moldaram o século XX. A obra oferece uma profundidade única na vida de Oppenheimer, suas os encantos e desencantos, suas contradições e fascinações.

Desenvolvimento:
Oppenheimer foi uma figura conhecida por sua complexidade. O livro aborda sua família, sua formação acadêmica e sua posição na física teórica que, mesmo com uma infância privilegiada, cresceu em meio às tensões sociais e políticas. O autor também explora como a ciência e as ideologias idealistas acabaram influenciando sua vida pessoal e política. Uma das curiosidades apresentadas é que, apesar de suas conexões políticas e seu envolvimento com a criação da bomba atômica, Oppenheimer lutou pelos direitos civis dos negros nos EUA.

Mas a complexidade de Oppenheimer não terminou aí. O livro narra sua ascensão a uma das principais lideranças do Projeto Manhattan, e as decisões e atitudes tomadas desde a criação da bomba que levaram à sua queda. Ainda assim, a obra esclarece que a história de Oppenheimer não deve ser reduzida somente à bomba atômica, mas sim por seu papel na formação da política científica em todo o mundo.

Conclusão:
Em conclusão, o livro Oppenheimer, dos autores Kai Bird e Martin J. Sherwin, é uma análise fascinante da vida de um dos físicos mais respeitados da história; mas figura complexa, com uma personalidade multifacetada e controversa. A obra oferece uma análise completa de sua trajetória em um tempo de grandes mudanças, mostrando a importância de sua influência na história, tanto a nível científico quanto político.
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Jean Silva 05/08/2023

Esse livro é um exemplo de pesquisa histórica bem feita, construído a partir de diversas metodologias e por longos 25 anos. Estou surpreso que os autores utilizaram tanto a História Oral quanto documentos escritos para desenvolver essa obra, isso enriquece muito o trabalho e dá um caráter científico a tudo que está sendo dito. A versão em inglês contém inúmeras folhas de referências e notas, essa realmente foi uma pesquisa exaustiva e sensata sobre essa figura tão complexa que foi Robert Oppenheimer.
Com base nisso, qual foi a minha surpresa ao descobrir que a versão física em português ignora completamente essas notas e referências, se quiser ter acesso a elas, você precisa acessar o site da editora e baixa-las à parte. Isso é, no mínimo, um absurdo, entendo que muita gente não tem o mínimo interesse nessas questões, mas o livro custa em torno de 100 reais e a editora nem se deu ao trabalho de avisar que não viria com as notas e referências.

Mas enfim, sobre o conteúdo, como disse, é uma pesquisa de 25 anos e esclarece vários fatores sobre a vida de Oppenheimer desde a infância até o fim da vida. Questões sobre o possível arrependimento dele em trabalhar nas bombas de urânio são debatidas da forma como devem ser feitas, e ajudam a contrapor o que é propagado pela grande mídia.
Esse é um livro muito complexo, semelhante ao personagem ao qual se propõe a tratar. Temas relacionadas a física, filosofia, história, psicologia e etc são debatidos aqui, há de fato uma grande variedade de abordagens e aspectos. Achei espetacular que mesmo lidando com tantas informações, os autores conseguem tornar a leitura muito agradável em termos de escrita, que é muito bem desenvolvida. Sobre os sentimentos que esse livo desperta, depende de cada pessoa, mas tive vários, desde admiração até nojo.

Com certeza uma das melhores experiências que tive com biografias, muito em razão de ter um historiador trabalhando nela. Recomendo muito esse livro!
Maria Ramos 05/08/2023minha estante
Gostei do filme e fiquei curiosa em relação ao livro.




Carlos531 29/08/2023

Oppenheimer
Uma biografia deste gênio da física, o pai da bomba atômica, esse americano de origem judaica. Neste livro mostra a preocupação dos americanos com a educação como fica claro com a quantidade de escolas, instituições culturais e principalmente universidades existente nos Estados Unidos. Quanto a Oppenheimer mostra a trajetória dele desde quando deu início as aulas e seminários de física em diversas universidades até o seu trabalho em Los Álamos na criação da bomba atômica. A criação da bomba a princípio era com a intenção de terminar a gerra contra os nazistas mas acabou sendo utilizada contra os japoneses. Outro ponto de destaque neste livro é a quantidade de cientistas existentes no início do século XX , muitos com prêmio nobel, que estavam no Estados Unidos o que explica o progresso e desenvolvimento daquele país. Outro ponto no livro é quanto Oppenheimer foi do júbilo como herói nacional até sua derrocada acusado de traição como fornecedor de informações a União Soviética e sobre a construção da bomba na época do marcathismo que era um movimento de caça aos comunistas e o evidente exagero com relação a isso. O marcathismo embora claramente exagerado talvez tenha sido uma previsão do que está acontecendo hoje com o movimento esquerdista em todo mundo inclusive lá no Estados Unidos. A leitura serve muito bem para muitas reflexões sobre o papel dos intelectuais, a corrida armamentista das super potencias, o totalitarismo, as esquerdas enfim todos que puderem devem ler.
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Nicolas388 11/02/2024

"Podemos ser comparados a dois escorpiões numa garrafa, cada um capaz de matar o outro, mas com o risco de sacrificar a própria vida"
Este é o tipo de leitura do qual é impossível se sair intacto. Não contestes em simplesmente narrar a vida de Oppenheimer, Kai Bird e Martin J. Sherwin discutem um contexto geopolítico cujas reverberações são sentidas até hoje. A verdade é que este livro, em suas quase setecentas páginas (e considero um valor escasso levando em conta a qualidade e detalhismo de todo material), foi capaz de me assustar, frustar e, ainda assim, me deixar completamente instigado. A frustração veio com a noção de que expressões como "bomba atômica", "responsabilidade científica", "estratégia bélica" e "guerra nuclear" carecem de sentimentos reais na maioria de nossas mídias. Sei que sou leigo e não irei afirmar que uma simples leitura me tornou sensível ao assunto, pois nunca (e espero que nunca) terei essas experiências, porém apenas a brecha revelada já foi capaz de me deixar espantado.

Além de temas sombrios, a vida de Robert Oppenheimer é interessante por si só. Homem culto, indiscutivelmente genial, mas ingênuo. Orgulhoso e arrogante, mas por vezes tímido e quase sempre gentil. Há capítulos surreais em sua vida. Durante uma festa de Ano Novo, quando começou a passar vários meses por ano nas Ilhas Virgens, um de seus convidados, Ivan Jadan, começou a cantar ópera (hábito comum seu, já que arranjava qualquer pretexto para soltar sua voz), o que acabou por irritar um dos únicos vizinhos na minúscula ilha de St. John, que começou a dar vários tiros para o céu para chamar a atenção. Robert, geralmente estoico, saiu furioso, iniciando uma briga que envolveria advogados para uma disputa sobre o direito a praia daquela ilha ? apenas um exemplos dos episódios inusitados de sua história.

Embora excêntrico e um contribuidor indiscutível no Projeto Manhattan, os autores fogem de uma análise simplista e embarcam sem medo nas ambiguidades de Oppenheimer; sem pô-lo como uma espécie de vítima kafkiana ou culpado pelo que viria acontecer, mas como um entre vários outros mecanismo da complexa política dos Estados Unidos. Da mesma forma, Robert é usado pelos autores como um meio a criticar essa nação que, numa histeria anticomunista, acabara por lançar uma arma genocida num inimigo essencialmente derrotado como forma de "exibição".
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Bruna 01/01/2024

Robert Oppenheimer "pai da bomba atômica " professor; fundador da primeira escola teórica de física dos EUA.Ativista político, que o rendeu durante sua trajetória uma intensa perseguição do pelo FBI, sob alegação que estaria passando informações aos soviéticos.

Oppie doou dinheiro para uma causa social através do partido comunista, tinha um flerte pelo partido, mas não se declarava comunista; e durante as duras acusações que sofreu, nunca encontraram elementos incontestáveis.

?Eu era um garoto meloso, repulsivamente bonzinho?, disse mais tarde Oppenheimer. ?Minha vida quando criança não me preparou para o fato de que o mundo está cheio de crueldade e amargura.?

Casou-se com Kitty uma mulher inteligentíssima, intensa, temperanental e difícil de lidar. Passou toda sua vida ao lado dela, teve dois filhos, Peter e  Toni.

O casal vivia bem, davam muitas festas. Kitty era apixonada pelo marido; porém Oppie teve uma grande paixão por uma amiga.


Oppenheimer trabalhou no projeto  Manhattan na construção da bomba atômica,  essa  que matou 225 mil pessoas em Hiroschima e Nagasaki, mulheres e criança,  parte dos civis morreram por envenenamento pela radiação.

Após os testes Oppenheimer apertou as mãos de seu colega e disse ?Agora somos todos filhos da puta.?

Oppie não dimensionava o que representaria o poder de destruição de vidas inocentes; até o exato momemto da explosão, que o trouxe um profundo pesar.

Ele queria construir a bomba para matar Hitler e os nazistas, ele tinha essa ideia, mas Hitler se suicidou antes.

"Apenas uma coisa importava para Oppenheimer: construir a arma antes dos nazistas."

Ele se opôs ao programa para construção da bomba de hidrogênio, levantou debates sobre o perigo atômico sempre que podia.

Oppie morreu em 1067 decorrente de um câncer na garganta.
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romulorocha 17/07/2023

Oppenheimer, de Kai Bird, Martin J. Sherwin

Gênero: Biografias
País: Estados Unidos
Ano: 2023 / 640 páginas
Editora: Intrínseca

Vencedor do Prêmio Pulitzer de biografias (2006) e National Book Critics Circle Award for Biography (2005), Oppenheimer levou mais 25 anos para ser publicado. Publicado pela primeira vez nos Estados Unidos em 2005, só agora, em 2023, quase 20 anos depois, ele ganha a sua publicação em português pela Editora Intrínseca. Uma razão para tal pode ser o grande sucesso e expectativa em torno do filme sobre a história do personagem, dirigido premiado diretor Christopher Nolan e que está prestes a ser lançado nos cinemas. Estou ansioso pelo filme, mas sobre a biografia, até agora a melhor que li em 2023.

Oppenheimer conta nos mínimos detalhes a história de vida do físico e poeta Robert J. Oppenheimer. Filho de imigrantes alemães, Oppie, como era chamado por amigos, alunos e familiares, sempre mostrou intensa curiosidade pelos fenômenos científicos, mas aliado a isto, o jovem cientista também tinha o seu lado sensível, amante da filosofia, música e poesia. Conhecido pelo seu jeito sarcástico e intrusivo, logo se destacou na faculdade de química em Harvard e acabou doutorando-se em Física em Cambrigde, sob a orientação do estimado cientista alemão, Max born, vencedor do prêmio Nobel de física (1954). Ao longo de sua carreira acadêmica, teve a orientação de outros cientistas renomados, a maioria vencedores de Nobel, como Ernest Rutherford, Einstein e Niels Bohr.

Sem muito apego à prêmios, considerado por seus próximos como um cientista prático, Oppenheimer ganhou destaque no cenário mundial pela sua contribuição na criação e testagem da primeira bomba atômica. Os anos que se seguiram a esta criação foram os mais turbulentos de sua vida, os quais envolveram sua participação ativa na política americana e logo após, vindo a ser considerado um "inimigo do Estado e da democracia". Toda essa montanha russa de eventos trouxe impactos indeléveis à sua saúde mental, principalmente em relação aos sintomas depressivos e sua compulsão por fumar. Mas jamais largou sua paixão pela ciência e arte, uma combinação incomum, digna de sua pessoa.

Oppenheimer é uma biografia intensa, cheia de muitas referências, relatos de amigos, familiares e escutas gravadas do FBI. A escrita dos autores é muito envolvente, você fica preso em todas as 640 páginas que se seguem.

Para Oppenheimer, nota 10/10.

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mans 24/07/2023

LIVRAÇO! Mas?
Um livro extremamente completo, bem escrito e que se preocupa em trazer todas as faces desse homem complexo que foi J. Robert Oppenheimer.

Difícil não sentir raiva de Strauss e de Teller, de ficar fascinado com a complexidade emocional de Oppie, de ficar triste com o filme Jean. É um livro denso, sim, mas que abre margem para a emoção.

Só não leva cinco estrelas por culpa da Intrínseca: como eles não colocam as notas no livro? Comprei um livro completo, não parte dele. É falta de respeito com o leitor e com os autores.
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Lucas 31/07/2023

Biografia excelente, edição nem tanto
A biografia de Oppenheimer, o pai da bomba atômica, demorou vinte e cinco anos para ser escrita, e chegou no Brasil graças ao fenômeno cinematográfico Barbenheimer. Antes de entrar na biografia em si, vale pontuar que o trabalho da Intrínseca foi vergonhoso, e espero que não se repita nunca mais algo do nível. A editora simplesmente resolveu lançar o livro sem as notas de rodapé e bibliografia ao final, sob o pretexto de "tornar o livro mais acessível". O problema é que ainda assim o livro é caro, e isso acabou afastando o público. Destaco apenas que li a versão digital, e depois de um tempo ela foi editada para adicionar todas as notas.

Sobre a vida de Oppenheimer em si: uma das maiores figuras do século XX, com certeza. Percebe-se que os autores adentraram na história de Oppie e tentaram narrar as histórias com riqueza de detalhes. Aqui temos a história de uma ascensão problemática, com vários percalços pessoais no caminho, o auge do homem que viabilizou a bomba atômica, e sua decadência, fruto de uma perseguição política que aconteceu em um dos períodos mais sombrios da história dos Estados Unidos.

Kai Bird e Martin Sherwin contam detalhes da genialidade de Oppie, mostrando seu trabalho como professor universitário, que chegou a prever coisas que somente seriam redescobertas apenas 40 anos depois, como é o caso dos buracos negros. Outro ponto importante e definidor da vida de Oppenheimer era a sua relação com mulheres, principalmente Kitty Oppenheimer e Jean Tatlock, responsável pela sua maturação política.

Se você gosta de história da ciência, história do Século XX, história das Guerras, pode ler, que esse livro é para você. E espero que a edição abra caminho para outras obras grandiosas, como o famoso "The making of the atomic bomb", escrito por Richard Rhodes e considerado o livro definitivo sobre a bomba atômica. Caso lancem, espero apenas que não façam feíura como a Intrínseca.
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acaoff 02/08/2023

Obcecada
Encomendei o livro antes da estreia, mas não chegou a tempo e acabei vendo o filme antes.
Eu já fiquei obcecada ali.
Meu livro chegou e fiquei imersa na leitura, adorei conhecer mais a vida de J Robert Oppenheimer.
Apesar de algumas partes terem detalhes até demais, foi uma leitura ótima.

O livro é denso, cheio de referências e história, mas senti falta das notas do Oppie que existem no exemplar original
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juLuiLes 07/05/2024

"Conhecimento é poder"
O livro "Oppenheimer: O triunfo e a tragédia do Prometeu americano" é resultado de 25 anos de pesquisa histórica. Apoiando-se em uma vasta gama de fontes, que vão de entrevistas a cartas, relatórios do FBI, gravações de áudio e vídeo e etc, Kai Bird e Martin J. Sherwin fizeram um trabalho excepcional.

A biografia do ambíguo J Robert Oppenheimer, "Pai da bomba atômica", retrata toda a formação do personagem, partindo desde a união de seus pais ao fim de sua vida. Além disso, devido à qualidade excepcional da pesquisa, também ficamos sabendo, de forma aprofundada, sobre várias pessoas que foram cruciais na vida do Oppenheimer, como seu irmão Frank, sua esposa Kitty, seu amigo Chevalier e etc.

Para mim, acompanhar toda a formação acadêmica e humana do Robert foi algo CRUCIAL para fazer com que eu compreendesse um pouco mais sobre esse ser humano ímpar e sobre seus pensamentos e ideais. O texto martela bastante na posição política de Oppie ao longo da vida e mostra as suas inconsistências, deixando de lado uma parcialidade. Afinal, o objetivo da obra não é fazer juízos de valor, mas sim retratar a verdadeira vida de J Robert Oppenheimer.

A leitura é extremamente rica e densa, além de ser totalmente acessível. Contudo, ainda que a obra te ambiente bem no contexto sociopolítico do século XX, é necessário um conhecimento prévio para que o proveito seja máximo.

A adaptação, grande vencedora do Oscar, é bastante fiel ao livro. Porém, ela deixa muuuita coisa de lado, visto que o seu objetivo é tratar de um único segmento da vida de Oppie: a construção da bomba e o seu julgamento. Porém, querendo ou não, esse trecho é o auge da obra. Foi muito bom ler e ver a adaptação tratar desse trecho que me gerou tantos questionamentos.

Por isso, acho que além de tratar do Oppenheimer, sua biografia busca trazer diversas reflexões sobre a relação entre a ciência e a política e sobre o uso da ciência como forma de dominação.

Sendo assim, vou destacar as reflexões principais da obra abaixo:

O desenvolvimento da bomba só foi possível graças a uma nova ciência: a física quântica. Suspeitando de que a Alemanha Nazista estivesse desenvolvendo essa arma, devido a descoberta da fissão do átomo por Heisenberg, em 1939, os EUA não perderam tempo e deram início ao seu próprio projeto atômico.

J Robert Oppenheimer, um físico com um histórico de esquerda, foi o responsável por encabeçar o Projeto Manhattan, em 1942, devido a sua genialidade e pioneirismo na física teórica. Inicialmente, diversos cientistas convidados a participar do Projeto Manhattan (programa atômico dos EUA) não aceitaram participar devido as implicações de uma arma jamais vista pela humanidade.

Com o desenvolvimento do projeto, chegou um momento em que não havia mais sentido tático em fazer uso da bomba, visto que a Alemanha já estava derrotada e o Japão estava encaminhando para uma rendição. Muitos dos responsáveis pelo desenvolvimento da arma se opuseram a sua utilização. Outros, como Niels Bohr, propuseram que o mundo deveria ter conhecimento da existência da bomba antes de sua utilização. Oppenheimer, por sua vez, posicionou-se de maneira ambígua, ainda que tivesse ciência das consequências do uso de tal arma, o cientista foi bastante "passivo" em relação às decisões militares dos EUA.

O sucesso militar das bombas, que levaram à rendição japonesa em 1945, elevou muito a posição social dos cientistas e da ciência. Robert se tornou uma verdadeira celebridade, sendo convidado para lecionar em diversas universidades e participar de diversos órgãos científicos, como a Comissão De Energia Atômica, em 1946. Onde ele permaneceu até o ápice do Macarthismo. De herói da nação a infiltrado comunista, em 1954, Robert não teve a sua habilitação de segurança renovada devido a perseguição de Lewis Strauss, que alegou que Oppenheimer representava um "perigo à nação"

Durante o fim de sua vida, Oppenheimer lutou para que fossem criadas políticas de segurança em relação a produção dessas armas, baseando-se no princípio da transparência e cooperação científica mundial. Na visão dele e de vários outros cientistas, somente assim seria evitada a corrida armamentista no tempos de Guerra Fria.

Infelizmente, as políticas vieram tarde demais e hoje vivemos as consequências disso. Nosso mundo é extremamente militarizado e vive sob pressão constante. Sabemos que a qualquer momento a Guerra De Todas As Guerras pode acontecer e terminar a vida humana. As políticas de transparência não são adotadas da forma correta, afinal de contas "Conhecimento é poder". Vale tudo para ser a nação hegemônica, até mesmo lançar bombas atômicas sobre inocentes, ceifando cerca de 220 mil vidas.
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Vini 06/02/2024

"Oppenheimer" é pesado, interessante e profundo
Quando o filme "Oppenheimer" de Christopher Nolan foi lançado em 2023 essa foi a primeira vez que muitos jovens encontraram a história de J. Robert Oppenheimer. O filme está sobre os ombros da exaustiva e emocionante biografia vencedora do Prêmio Pulitzer, de 721 páginas, chamada "American Prometheus: The Triumph and Tragedy of J. Robert Oppenheimer", co-escrita por Martin Sherwin e Kai Bird.

Mais do que qualquer homem, J. Robert Oppenheimer representa para nós o fardo insuportável da era nuclear. O "pai da bomba atômica" foi atormentado pelas consequências de Hiroshima e Nagasaki e perseguido tanto por sua consciência quanto pelos histéricos baderneiros vermelhos em Washington. Kai Bird e Martin Sherwin, em uma biografia de 30 anos em construção, tentam desvendar as complicações de um ser humano brilhante e vaidoso.

Quando Martin Sherwin começou a entrevistar pessoas que o conheciam, ele ficou surpreso com a intensidade de seus sentimentos. Os físicos e as viúvas dos físicos, ainda estavam revoltados com a negligência casual que Oppenheimer havia mostrado à sua família.

No entanto, depois que Sherwin se mudou com sua própria família para Boston para um emprego na Universidade Tufts, ele e sua esposa Susan conheceram cientistas do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, que admitiram com vergonha que seus anos trabalhando com Oppenheimer na bomba foram alguns dos mais felizes de suas vidas.

Entre as dezenas de pessoas que Sherwin também entrevistou estavam Haakon Chevalier, o antigo melhor amigo de Oppenheimer, cujos laços comunistas em parte formaram a base da inquisição contra ele e Edward Teller, cujo testemunho na audiência de 1954 ajudou a encerrar sua carreira.

Neste longo livro, não há matemática e muito pouca física. Há pouco sobre a engenharia do "gadget" testado no deserto do Novo México em 16 de julho de 1945. Em vez disso, aprendemos sobre o homem que foi de herói a vilão, e as suas duas faces são expostas por completo.

Em "Oppenheimer" estão os coquetéis, grampos e casos amorosos da existência do "pai da bomba atômica", sua aparência e conversa, a maneira como fumava os cigarros e cachimbos que o mataram, seu famoso chapéu e todos os tiques que seus alunos imitavam e os patriotas e militares desprezavam.

O texto fino é acompanhado por belas fotografias. Um deles mostra Oppenheimer na torre de Alamogordo, de perfil ao entardecer do último dia, usando seu chapéu e fazendo alterações. De repente há a abominação de Hiroshima. J. Robert Oppenheimer envelhece em um piscar de olhos. Kitty Oppenheimer, frustrada e alcoólatra, e duas crianças desnorteadas mostram sua parte no tormento.

J. Robert Oppenheimer é a pessoa mais fascinante que você conhecerá. O homem extremamente inteligente, o seu intelecto era fora do normal, mas a sua inteligência emocional era doente e fraca. Foi difícil ler esse livro, pois além do fim trágico que essa história tem, o "pai da bomba atômica" se acaba em si mesmo.

O físico teve um impacto gigantesco no mundo da física, mas em sua vida pessoal ele foi triste e incompleto. Durante a leitura eu fiquei incrédulo como todo mundo ao redor de Oppenheimer só enxergavam a sua inteligência, ninguém percebeu que confiar um projeto tão arriscado e poderoso a uma pessoa desequilibrada e emocionalmente mal desenvolvida seria um erro fatal.

"Oppenheimer" é uma leitura cheia de detalhes e muito triste. Essa biografia me fez ver que a saúde mental e a inteligência emocional é tão importante para ser desenvolvida quanto o nosso lado intelectual. O livro me mostrou que em muitos momentos relações são muito mais importantes que trabalho ou qualquer outra coisa. A vida de J. Robert Oppenheimer pode te ensinar muitas coisas, por isso deem uma oportunidade para o livro.

J. Robert Oppenheimer mostra que um ser humano não se sustenta sozinho, sem amor, carinho, sem uma relação saudável e genuína com outras pessoas, o mental e o emocional é saúde também. "Oppenheimer" é pesado, interessante e profundo. Kai Bird e Martin Sherwin entregam uma teia de informação muito bem amarrada, sem deixar dúvidas ou perguntas no leitor. Um ótimo livro, e eu recomendo demais.

site: https://www.estantedovini.com.br/post/oppenheimer
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Isabela.Pery 09/02/2024

Só um governo dos eua mesmo pra conseguir jogar uma bomba atômica em uma cidade cheia de civis e essa não ser a principal questão na hora de decidir onde lançar e sim coisas como q msg mandaria pra urss ou isso é mesmo o melhor para o povo "americano"

Depois de ler essa bio eu culpo mais o governo do que os envolvidos na construção da bomba pelo crime de guerra. O oppenheimer é mais culpado por passividade porque tinha alguma influência, mas a maioria dos cientistas que construíram não tinham e até tentaram argumentar que era melhor não usar ou usar em local afastado como demonstração pra não atingir civis
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Ze.Francisconi 20/02/2024

O homem que mudou o mundo
Nem um livro me impactou tanto quanto Oppenheimer, acho que realmente me tornei amigo dele, e como não poderia? Conheci sua infância, conheci sua adolescência, vida adulta e sua velhice, ter acompanhado sua vida me mudou um pouco seja pelas reflexões que ele levantou, seja a consciência que ele despertou em mim ao saber que agora o mundo vive num constante terror de apagar a humanidade, ele criou o problema e depois tentou combater sem sucesso, o que sinto por Oppenheimer é admiração e raiva, raiva por ter me colocado na era mais terrível que um ser humano poderia viver, admiração porque ele sempre foi um ser humano, desde de sua difícil adolescência ate ser um professor renomado e depois um físico extremamente popular, ele sentia, ele via e entendia o mundo, ele era um poeta e um cientista, Oppenheimer é um exemplo a ser seguido e de não ser seguido, entendo que o contexto em que viveu o obrigou a criar a bomba atômica, e se os nazistas tivessem criado ela primeiro? Nunca sabermos e que bom, mas isso não anula as potencias de hoje como Rússia, Coreia do Norte e outros, a segurança se tornou uma ilusão por causa desse homem, mas mesmo assim não consigo deixar de ter um enorme carinho por ele, passei horas e horas, dias e mais dias com ele, vendo cada parte de sua intimidade, tive uma excelência experiência com a leitura desse homem brilhante, mas seu legado vai me assombrar ate o dia que eu fechar meus olhos.
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