rxvenants 27/05/2024Leva e traz, o livro.Quero fazer um texto pequeno, mas não prometo nada já que Rebecca Ross simplesmente acabou com esse livro.
Ruthless Vows é uma decepção.
Talvez os problemas de construção de mundo deveriam ter sido o meu sinal pra esse livro, mas eu tinha muita fé que essa duologia seria boa nos dois livros.
Eu achei que Ruthless Vows acabou com a minha percepção tanto do primeiro livro, quanto dos personagens em si.
Eu não consigo negar que Ross é muito boa em mexer com as suas emoções e que a escrita dela tem certo grau de poesia, mas me incomoda muito o rumo que ela levou a história e o jeito que ela omite informações importantes.
Senti que faltou muita coisa nesse livro. Parece algo totalmente desconexo do primeiro.
O enredo por si só já é bem fraco, mas tudo fica ainda mais triste com os personagens principais sendo tratados como secundários e os secundários quase nem aparecendo.
Eu talvez tivesse entretida no começo com o mistério do Roman (inclusive, a Rebecca Ross deu uma de Peeta Mellark com o Roman, hein), mas olhando agora no final, eu consigo ver como o enredo é simplesmente chato.
O plot do livro é um leva e traz de informações, não tem nada realmente tocante como o primeiro, em que a gente vê em primeira mão os problemas da guerra. É um bando de politicagem sem sal e muitas vezes sem aprofundamento.
Entendo que a guerra também tem muito disso, mas é o SEU livro. Você escolhe como contar a história. E se você quer falar de estratégia e política, o mínimo que eu espero é que você aprofunde isso.
A beleza de Divine Rivals era o núcleo de personagens que se encontraram em situações muito difíceis e fizeram o possível e impossível para ajudar quem precisava no meio de uma guerra cruel.
O que a gente encontra em Ruthless Vows são Iris e Roman totalmente descaracterizados e sem a química incrível do primeiro livro, com personagens secundários que só estão lá para serem convenientes e dois deuses que são, no mínimo, incompetentes e não merecedores dos poderes que têm.
Quando eu pedi que a Rebecca explicasse mais dos deuses, não era isso que eu estava pedindo.
Não vou falar de tudo, mas aqui vai uma lista das inconsistências desse livro:
? O Dacre fala que sente o sangue e os ferimentos do Roman no começo do livro/final de Divine Rivals e nesse ele simplesmente não percebeu que o Roman estava com dor? Como pode ele ser o deus da CURA e não saber quando os próprios soldados estão sentindo dor e recuperando as memórias? Ele chega a PERGUNTAR pro Roman se ele tá mal. COMO ASSIM????? VOCÊ é o DEUS DA CURA!!!!! Como que ele não apaga definitivamente as memórias das pessoas? Que tipo de poder inútil é esse?
? A Enva tá presa em Oath, beleza. Ela matou os outros deuses, beleza. Mas ela não se presta a aparecer pros próprios soldados? O único contato que eles tem com ela é quando ela tocou para eles se alistarem, mas agora que ela não toca mais, é isso? Nada? Fica até vergonhoso Ross achar que a gente ia achar a Enva muito fo'da se ela nem aparece direito e nem usa os poderes que tem além de falar com a protagonista e os secundários pois eles precisam carregar a história. O poder dela diminuiu, ok, mas e o poder dos outros três deuses que estão nela?
? A Iris entra na casa do Roman PELA JANELA e ninguém vê. O Dacre deu um dia de descanso pra ele por nenhum motivo e acredita nele também por nenhum motivo e não coloca ninguém pra vigiar ele, mesmo suspeitando de um X9 na equipe? É um absurdo completo isso. Acho que de tudo que eu li, essa é de longe a coisa mais me impressionou.
A guerra pausada e os soldados fora da cidade pois o Dacre tava mimindo e o Roman tava com em Day Off.
? Os Graveyard só tão na história pra pegarem o lugar dos governantes depois que a cidade cai. Não tem nada explicando eles no final, nada que me fizesse gostar deles ou da rebeldia deles.
? O poder do protagonismo é FORTE aqui. Eu já tinha comentado sobre isso no primeiro livro, mas acabou que rola nesse também. Tudo é entregue pra esses personagens de mão beijada.
A espada foi dada pra Iris de forma rápida, o Forest tirou a Iris da guerra e depois desapareceu nesse livro (sério que eu deveria me sentir mal por ele quando a autora nem se prestou a colocar desenvolvimento entre ele e a Iris?), o Shane salvou o Roman só por ele ser protagonista (pois no primeiro momento que pôde, deixou ele sozinho ? ALIÁS, eu sei que o Roman é bonzinho e tudo mais, mas você JURA que ele ficou pra ajudar o cara NUMA HORA DAQUELAS???), o Roman descobre as coisas por acaso (assim como a avó do Roman sabia da história dos deuses por algum motivo desconhecido também) como ver os mapas quando o Dacre tá dormindo (ele não tinha falado que os deuses raramente dormem?) e a Iris só repassa as coisas e quase não FAZ de verdade que nem no primeiro livro (ela é jornalista ou correspondente? o que muda na história ela escrever já que qualquer um pode pegar a máquina e escrever também? parece que ela e o Roman são os únicos do mundo que sabem usar uma máquina de escrever e que ninguém sabe escrever a mão).
? O Dacre mor'reu pois a Enva apareceu e ele teve pane no sistema e ESQUECEU que tava no meio de uma briga. Se fosse fácil assim, eu não teria esperado as bombas caírem, eu ia pedir pra Enva aparecer muito antes. Foi a coisa mais anticlimática do mundo. Que briga mixuruca, com música mixuruca e personagens mixurucas.
Enfim, eu tenho mais pra comentar, mas como essa resenha já tá gigante, deixa pra um clube do livro.
Só quero terminar dizendo que o final não é nada satisfatório (Iris e Roman já não estavam os melhores no romance e tiveram um final qualquer), nenhuma informação é deixada no final (cadê a espada? quem é a chanceler? cadê a Marisol? o que aconteceu com o grupo Graveyard?) e nada que me cativou no primeiro existiu aqui.
É uma continuação que os personagens principais não aparecem no próprio livro. Roman e Iris nem pareciam as mesmas pessoas e as partes que eles se encontraram só foram bem "aham, tá bom" também.
Eu comecei essa resenha esperando dar 3 estrelas, mas eu percebo que fiquei bem frustrada com essa leitura. Os 50% finais acabaram com a história.
No final, a surpresa que eu tive com Divine Rivals ser um YA que apela pra todas as idades só mostrou pra mim como Ruthless Vows é um YA que queria ser Adult Fiction, mas não teve capacidade da própria escritora pra que isso acontecesse.
A experiência desse livro foi bem difícil pra mim. Totalmente decepcionada.
OBS.: Só quero comentar que quando o Dacre dá a opção pras pessoas irem pro lado dele ao norte e serem salvas ou ao sul e serem bombardeadas, a Attie e a Iris conversam que é decepcionante ver tantas pessoas indo pro norte e que "as vezes elas só esperam pra mostrar quem verdadeiramente são".
Olha, desculpa, mas numa guerra, não sei se é assim que funciona, PRINCIPALMENTE quando você recebe a notícia DO NADA que ou você encontra abrigo rápido QUE NEM É DE TANTA CERTEZA ou você pode ser salvo por um dos lados da guerra.
Não sei se dá pra julgar pessoas desesperadas por segurança. Achei meio ehhhhhh da parte da autora escrever isso.