Rafael Oliveira 02/11/2023
Suicidas
Nove jovens são encontrados mortos no porão da casa de campo da família de Zak, um dos jovens, após participarem de uma roleta-russa.
No local onde tudo ocorreu, junto com os corpos, é encontrado um caderno escrito por Alê, outro dos nove jovens suicidas, contando todos os acontecimentos em tempo real.
Um ano após o incidente, a delegada Diana reuni as mães dos jovens para uma roda de conversa informal com a finalidade de entender realmente o que ocorreu, colocando em pauta detalhes que nenhuma mãe tinha o conhecimento.
Além da leitura do caderno de Alê sobre a roleta-russa e da reunião entre as mães e a delegada, outras anotações de Alessandro são apresentadas, de acontecimentos anteriores ao incidente, acrescentando mais detalhes dos nove jovens.
O porquê dos jovens decidirem participar da roleta-russa, foi para mim o maior mistério. A estória me prendeu praticamente até o final para revelar todas as motivações.
No decorrer dos acontecimentos fui criando minhas teorias, porém logo em seguida, principalmente durante os momentos das mães com a delegada, estas mesmas teorias eram criadas por elas. Várias vezes acreditei que fui instigado a criar estas teorias.
O final é surpreendente, não tinha como prever o desfecho desta estória. É uma reviravolta fantástica.
SPOILER A PARTIR DESTE PONTO
No decorrer da estória, principalmente conforme lemos os acontecimentos no porão, vi que Zak tinha ficado fora de si, fazendo atos desumanos, como torturar Otto, motivado Noel cometer necrofilia, decidido por Dan a morte dele, entre muitos outros casos.
Devido a isso, acreditei e não passou em minha cabeça em momento algum, que todo o jogo da roleta-russa tinha sido arquitetado por Zak. Foi uma reviravolta fantástica o final, revelando que por trás de tudo sempre tinha sido o Alê.
De Zak ser homossexual, ficamos sabemos pouco após o início, e como sua amizade com Alê é bem forte, suspeitei muitas vezes que Alessandro gostava de Zak, mas que o mesmo apenas via o Alê como amigo.
E novamente o final, onde Alê aproveitou da amizade e da fraqueza de Zak para arquitetar tudo. Neste ponto, Zak que foi a vítima.
Alguns pontos tive a percepção boa, acertei da moeda de Waléria ter duas faces iguais; de Waléria estar grávida de Zak e de Débora, e consequentemente o Alê, estar pro trás das mortes dos Vasconcellos. Mas deste último ponto foi uma intuição sem baseamento, pura sorte kkkk.
Livro sensacional, a única parte que não curti muito, e talvez seja porque foi minha primeira vez neste tipo de leitura, foi o fato de ter mais de uma linha temporal de acontecimentos, sendo as anotações de datas distintas de antes do incidente, do incidente em si e da reunião das mães com a delegada.
Por fim, achei interessante e de certo humor, a referência (puxa saco kkk) do Alê querer publicar o livro pela editora Companhia Das Letras, a que foi publicado o livro Suicidas em si, e também o fato dele ter mudado o nome para Raphael Montes.