Dezessete anos

Dezessete anos Colombe Schneck




Resenhas - Dezessete anos


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Retalhos e Prefácios 08/01/2024

Importante
Escolhi ler "dezessete anos" agora, em sequência de "O acontecimento", justamente por se tratar de uma espécie de desabafo-resposta ao livro de Annie Ernaux.

Aqui, a autora, Colombe Schneck, também francesa, resolve relatar o seu próprio "acontecimento", ocorrido no ano de 1984, quando tinha 17 anos, e o inicia estabelecendo um diálogo direto com Ernaux.

Colombe era filha de pais bastante liberais, que apoiaram e acolheram sua escolha e, no ano em questão, o aborto já era legalizado na França. Diferença significativa nas experiências das duas autoras e, também, no que estamos acostumados no Brasil.

Contudo, culpa e medo são sentimentos presentes nas duas, independente dos privilégios e falta deles.
Livros com essa temática ajudam a pôr luz sobre um assunto que ainda é tabu na maior parte do mundo e que segue gerando resultados tão caóticos diante de suas resoluções.

"dezessete anos" não tem a escrita envolvente de Annie Ernaux, mas cumpre seu papel.
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Lurdes 14/12/2023

O ab0rto ainda é um tema tabu que assombra muitas mulheres.

A autora nos conta sua experiência quase como um desabafo/confissão que resolveu fazer após ler o livro O acontecimento de Annie Ernaux.

Duas experiências diferentes mas que deixaram marcas nas duas mulheres.
No caso de Colombe, ela se descobre grávida em 1984, quando tinha apenas dezessete anos.
Na França, nesta época, o aborto0 já era legalizado e, do ponto de vista legal e moral, ela não sofreu reprimendas. Seus pais a criaram com total liberdade de escolha e apoiaram sua decisão. O procedimento feito em hospital, com todos os cuidados, não a colocaram em risco, como acontece em países onde o mesmo não é legalizado.

Mais que culpa, a autora descreve sua surpresa e desalento ao perceber que, afinal, a liberdade das mulheres em dispor de seu corpo é limitada pela possibilidade de engravidar.
A liberdade sexual almejada pelas mulheres esbarrando na possibilidade de perdernos o controle sobre ele.

Um relato curto e conciso que me provocou muitas reflexões e uma certa melancolia.
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RobsBia 21/08/2023

Um relato íntimo. Apesar do tema tabu e da experiência visceral, a Colombe ainda teve muitos privilégios para lidar com toda essa situação. As vezes ela parecia patética falando mas esse acontecimento a moldou de forma definitiva e sua reflexão final ainda a acompanha.
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Matheus656 04/06/2023

No livro ?dezessete anos?, colombe schneck inicia um diálogo direto com a escritora annie ernaux, vencedora do prêmio nobel de literatura. a ideia do livro surgiu como uma resposta à convocação implícita de ernaux (?o acontecimento?), como se ela estivesse falando diretamente com schneck, instigando-a a contar sua experiência com o aborto na primavera de 1984.

a obra é uma importante contribuição para a literatura, abordando um tema tabu que ainda é pouco discutido: o aborto e os interditos ligados ao corpo feminino.

com uma abordagem crua e sensível, a autora compartilha a sua experiência pessoal com o aborto, levando-nos a refletir sobre como a sociedade lida com esse tema e, acima de tudo, como isso afeta a vida das mulheres. o relato é impactante e sincero, revelando a sua coragem em expor a verdade sem constrangimento.

a escrita fluída, simples e descritiva torna este livro uma leitura envolvente que pode ser facilmente devorada em uma única sessão. fiquei encantado com o estilo descritivo da autora e recomendo bastante essa leitura, especialmente por conta do seu teor crítico e social.

schneck descreve com muita simplicidade sentimentos tão complexos. super rápida a leitura, mas marca demais nossa forma de ver o mundo.

livro muitíssimo interessante.
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