desventuras 12/08/2023
Maravilhoso!
? ? ?Estas memórias formam uma narrativa não linear porque ser queer é intrinsecamente não linear, são jornadas que convergem e dialogam entre si. Dois passos para a frente, um passo para trás.?
Quando soube que Elliot Page, um dos atores que mais admiro, iria lançar um livro, fiquei muito feliz. E essa felicidade perdurou até colocar as mãos nessa obra tão significativa.
Em seu livro de estreia o ator abre portas sobre seu passado e seus sentimentos de maneira sincera e crua. É uma leitura interessante e com escrita fluída que desperta um leque grande de emoções ao passar das páginas, uma verdadeira montanha russa de emoções.
Pageboy é quase como um diário, um aglomerado de lembranças que com cuidado e carinho foram contadas pelo ator. É um livro muito importante e com grande significado, que trata de assuntos como gênero, transição, abusos e problemas familiares, mas também fala sobre amores, sonhos e descobertas. Além de, claro, nos mostrar um lado íntimo de Elliot que não conhecíamos.
? ? ?Não importava o que viesse depois (um tipo diferente de exposição, vulnerabilidade), aquilo valia a pena. Foi um grande passo. Preferia sofrer por ser quem sou a me esconder. Meus ombros ficaram mais aprumados, não havia segredos em meu coração; podia viver no mundo de uma maneira que antes me parecia impossível: de mãos dadas. No entanto, lá no fundo um vazio permanecia. Um sussurro. Ainda muito vívido em meus ouvidos.?
Pageboy não é uma leitura fácil pois aborda temas sensíveis em diversos capítulos, é um livro que deve ser lido com cuidado? Sim, mas que merece ser lido por completo, com devida atenção.
Elliot é um ator incrível e uma pessoa maravilhosa que entrega seu íntimo a cada página escrita nesse livro de memórias.