O que é meu

O que é meu José Henrique Bortoluci




Resenhas - O que é meu


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Dany Favilla 26/04/2024

Um livro intenso e potente sobre a história de um caminhoneiro, mas que também traz todo um contexto político e social social do Brasil de acordo com as histórias do pai nas Estradas brasileiras e os conhecimentos do filho, que quem escreve o livro. Bortoluci tem conhecimento acadêmico em filosofia e faz narra sobre o contexto pandêmico e a descoberta de um câncer em seu pai.
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Taly 21/04/2024

Excelente livro!
Amei a leitura, acompanhar as lembranças desse pai me trouxe memórias pessoais de familiares caminhoneiros. Eu terminei essa leitura com a impressão de ser um membro dessa família.
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Bruna Jéssika 17/04/2024

O que é meu só eu posso enfrentar.
Temos aqui uma obra prima. Zé escreve a história do pai ao mesmo tempo que narra a história de quem ajudou a construir o nosso país. A linguagem é simples, repleta de referências acadêmicas, uma vez que nosso escritor é um professor universitário, mas o que me encantou mesmo foram as referências da vida de seu Didi. Os causos, as pelejas, os medos e as aventuras de um homem que foi caminhoneiro por mais de 5 décadas, mas que também foi pai, marido, filho, amigo...
Zé me fez refletir sobre quem de fato constrói a história, mas que acaba sendo escamoteado, deixado à margem.
Quantos seus Didis a história apagou?
Não pude deixar de lembrar da minha avó, costureira, semi analfabeta, doutora em viver e em sobreviver.
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Luís Gustavo 13/04/2024

Mistura de biografia, autobiografia, História e Sociologia
O autor é muito sensível na forma de contar a história do seu pai e de entrelaça-la com a História do Brasil e com a sua própria história.

Ele aborda questões da finitude da vida, da formação social e econômica do Brasil, da participação dos caminhoneiros na economia do país, da forma como a elite intelectual ignora boa parte da população brasileira. Tudo isso mesclando as histórias de caminhoneiro do seu pai com citações de diversos autores e artistas: de Susan Sontag a Roland Barthes, de Kafka até José Rico e Milionário.
Ao longo dessas citações, fica claro o ponto que ele traz ao longo do livro sobre a diferença de formação acadêmica dele com a de seus pais.

A escrita é fluida e envolvente, e me deixou com muita vontade de que tivesse mais páginas pra ler.
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Helder 08/04/2024

Na boléia!
Terminei o livro hoje e queria ter gostado mais do que gostei. O livro é uma mistura de um Livro de Memorias X Um Tratado Sociológico e estas partes as vezes me pareceram meio forçadas e outras eram interessantes, mas quebravam o ritmo da leitura, apesar de levantarem temas relevantes.
Assim como o próprio autor cita Annie Ernaux, eu já estava lembrando da autora e seu livro O Lugar, onde ela conta o impacto que ela ter estudado causou na sua família, criando uma distância cultural enorme entre ela e principalmente seu pai.
Se naquele livro a esta distância já era grande, aqui ela é descomunal. Vindo de um pai caminhoneiro, o filho foi parar na Rússia em uma Olimpíada de Matemática, se formou em uma faculdade nos EUA e hoje dá aula em uma das mais renomadas faculdades do país.
O autor, doutor em sociologia por uma universidade americana, vai nos mostrando estas diferenças culturais e sociais existentes em nosso país, mas sem julgamentos.
Porém o mais interessante do livro para mim foram as histórias do pai dele, que nos mostra a real importância que os caminhoneiros tiveram na história de nosso país e não fazem parte de nenhum livro de história. E eles são a História!
Que loucura acompanhar as viagens até o Acre, ou mesmo no cerrado sem estradas ou no Norte com caminhões sendo levados por dias em balsas por rio onde seriam instaladas hidroelétricas.
Da Mogi Bertioga a Usina de Belo Monte, aquele caminhoneiro esteve por lá, e ao pegar estas lembranças tirando seu pai do anonimato, José Henrique Bortoluci cria um emocionante documento histórico e uma bela homenagem de um filho para seu pai.
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Ana Manhani 06/04/2024

Uma leitura envolvente
Apesar de contar a história do pai que está doente, a leitura é leve e fluida.
Acompanhamos flashs da infância do autor e da vida na estrada de seu pai. Criamos um laço, um vínculo com uma história que é simples e comum, mas que exatamente por ser assim se torna tocante.
Recomendo a leitura demais!
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Alanis 15/03/2024

O que é de cada um.
Quase escrevi para José. Imaginei algumas vezes como seria encontrá-lo num café e na quantidade de coisas que me viriam à boca. Eu acho difícil que outro livro me toque de maneira tão pessoal quanto O que é meu. José deu nome à tantas coisas da minha vida, coisas que eu sequer tinha acesso. É isso, ele trouxe do fundo um monte de dores e amores. Descreveu as tristezas da quase fome, deu corpo à complexidade das falas simples do pai, olhou tão bem aos próprios processos, de modo que quem não via, agora vê. Me sinto revirada, e peno pra não chorar ao recordar dos trechos-cortes. Tô desfigurada. Avessada.

Que o mundo lhe conheça, foi um prazer viver essa história. Obrigada, José.
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Victoria.Salles 14/03/2024

A sensível narrativa de um homem comum
O que é meu é poesia.
Trata de um filho narrando a vida de um pai que foi caminhoneiro durante toda sua vida. Trata de Brasil, de São Paulo e, principalmente, da solidão (ou liberdade, rs) de uma vida na estrada.
Me fez pensar em assuntos que jamais pensaria, é bonito, mas é triste.
Uma classe extremamente importante na vida dos brasileiros e ao mesmo tempo tão menosprezada.
Ao mesmo passo que conta a história de um homem na cabine, conta a história de um senhor, que, diga-se de passagem foi pai e esposo ausente, e sua trajetória no hospital.
Fala de política, de amor, de liberdade e da solidão.
Um livro lento, as vezes difícil, mas lindo.
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Lurene 09/03/2024

Sensível e profundo.
Como narrar a história de um homem simples???
Essa é a missão do autor, que a faz com excelência!
Narrando as dores, alegrias e desafios de uma vida inteira, como caminhoneiro, o autor traz de forma sensível e profunda a vida de seu pai.
Traz críticas e reflexões pontuais sobre a sociologia e política.
Vemos assim, a grandeza de um homem simples em enfrentar um câncer!
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olivia.tomazela 18/02/2024

Rádio Novelo me fez ler este
Por meio da contação de história da vida de seu pai - caminhoneiro aposentado e paciente de câncer - Joã faz paralelos com a sociedade e política brasileira através dos anos com senso crítico agiado, apesar de eu pouco compreender referências bibliográficas utilizadas, afinal, trata-se de um ensaio acadêmico.
As partes que mais me apeguei foram, sem dúvida, as narrações transcritas do pai, com toda sua humildade caipira.
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Stela Marçal 13/02/2024

O que é meu
Um livro genuíno, onde conta não só a história de vida do seu pai, mas também do Brasil.
Envolve territorialismo, política, família, educação, saúde pública.
Excelente livro!
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Gabriel 15/01/2024

Como se narra a vida de um homem comum?
Comecei o livro sem saber de detalhes cruciais da proposta (o pai dele tem câncer!). Li por recomendação, então não sabia do que se tratava o conteúdo, exatamente. Logo no início, o pai o questiona se estará vivo para ver o lançamento do livro, momento em que soube que ia me desmontar aos poucos durante a leitura.

O autor lida com um problema básico: biógrafos não se debruçam sobre a vida de homens comuns. E homens comuns não narram a sua vida de forma unitária ou teleológica. Para lidar com a escassez de fontes, ele usa uma polifonia de arquivos (filmes, músicas, entrevistas gravadas) para reconstruir a trajetória do pai, numa tecelagem muito bonita (quase etnográfica).

O rico do livro, senti, são os momentos em que o autor se permite ser vulnerável diante das histórias contadas pelo pai, colocando-o como o protagonista da história. Entre (belos) trechos transcritos das histórias de amizade do pai e paralelos feitos entre a história do autor e a sua percepção sobre o pai (como a ligação entre os ônibus soviéticos e a simplicidade do pai - que lindo), o ouro do relato é a sensibilidade com a qual o Seu Jaú é retratado.

Do meio para o final do livro, o academicismo começou a me incomodar? embora reconheça a falha da ?esquerda acadêmica? de sobredeterminar as histórias de grupos populares via conceitos abstratos, o autor parece colocar as narrativas do pai num plano secundário em longas elucubrações sobre a história do país. Teria sido interessante ouvir mais o que o seu pai tem a dizer sobre esses episódios, como é feito nos capítulos iniciais.

Apesar dessa limitação, o ensaio de fato entrelaça passado, presente, história nacional e história de vida de um trabalhador, como queria o autor. Entre os momentos mais lindos, estão aqueles em que um gramática Maior de política vai se tornando Menor nas descrições da batalha contra o câncer: ?Dos pés à garganta, as cicatrizes desenham o eixo vertical de seu corpo, um meridiano que o corta ao meio como uma estrada rasgada na pele?, li, me arrepiando lentamente.

Leitura sensível com um texto delicadamente construído.
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Douglas.Bonin 10/01/2024

Um relato de viagem dos que ficam
Já disse em outro momento sobre lembranças de minhas férias escolares na infância que remontam a algum posto de beira de estrada onde, sentado em um banquinho de madeira ao lado do caminhão às seis horas da manhã, aguardava o café terminar de passar. Os cheiros do óleo no chão se misturam ao embutido que frita. O café dos campeões: pão com linguiça, acompanhado de um café com leite em pó. Refeição que acompanharia eu e meu pai por toda a manhã.

Em ?O que é meu?, de José Henrique Bortoluci, experimentamos uma escrita que ultrapassa a reconstrução das memórias de um pai caminhoneiro; ela representa quase um trabalho antropológico sobre "ser caminhoneiro". Os personagens que compõe a narrativa são, em sua maioria, arquétipos de sujeitos que fizeram parte de minhas próprias lembranças.

O autor consegue intercalar entre lembranças familiares, recortes históricos em que os caminhoneiros estiveram presentes e reflexões pessoais sobre o papel da categoria na construção do Brasil. Mas, principalmente, o autor constrói uma literatura sobre sujeitos que foram ignorados pela história institucionalizada.

O livro é maravilhosamente bem escrito, representa uma história que ultrapassa as margens que guiam esses profissionais. Revelando a perspectiva daqueles que ficam e têm esperanças pelo retorno dos que corriqueiramente se vão.

A formação escolar dos filhos de caminhoneiros, que com esforço coletivo conseguiram cursar o ensino superior, contrasta com a realidade de seus pais, cujas necessidades profissionais não possibilitaram sequer chegarem ao ensino médio. Ao mesmo tempo, as vivências profissionais obrigam que esses sujeitos constituam uma forma especial de ver o mundo em que se tem uma solução para tudo e para todos os problemas existe uma caixa de ferramenta na boleia do caminhão.

José Henrique Bortoluci é Doutor em Sociologia pela University of Michigan, mas antes da titulação, é filho de outro José, melhor reconhecido por Didi. Este livro, antes de mais nada, é uma linda homenagem de um filho de caminhoneiro que encontrou nas linhas escritas o mesmo sentido que seu pai encontrou no traço das estradas. Uma história de um Telêmaco que aguarda o retorno de seu pai Ulisses.
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Bruna.Bledoff 09/01/2024

Em um momento em que estamos sempre esperando o extraordinário, olhar para o lado e ver que essa história é também a história nos nossos avós, pais, nos faz encarar a grandiosidade dessas figuras.
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Marina 08/01/2024

Acadêmico e humano
Eu li o livro do José Henrique depois de tê-lo ouvido falar sobre o livro no episódio do podcast Rádio Novelo Apresenta, no qual já tinha ficado profundamente emocionada.

O livro é lindo, mas talvez não seja tão popular pois possui uma forte pegada acadêmica. Não surpreende, o autor é doutor e a estrutura do texto às vezes afasta-se do literário e se aproxima do texto científico (o que eu, particularmente, achei que torna o livro ainda mais lindo). Como eu também me identifico com essa transição de capital cultural, eu achei lindo ver os traços do caminho acadêmico do autor na obra - acho que se é uma questão de ser o que se é, isso faz parte dele tanto quanto as belíssimas histórias e jornadas da infância mais pobre, e nada mais justo que conste no livro.

É um livro primoroso, de uma importância central pra discutir o Brasil na mesma medida em que aborda o amor de um pai por um filho e de um filho por um pai.
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