Coisas humanas

Coisas humanas Karine Tuil




Resenhas - Coisas humanas


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Mari Pereira 17/03/2023

Antes de mais nada preciso dizer que adoro literatura francesa! Adoro o cinismo, a crítica social ácida, a forma de olhar para a sociedade sempre com um tom entre a amargura e o deboche...

Não foi diferente com "Coisas Humanas". Um livro que narra o desmoronamento de uma família que se esforçava para ser aparentemente perfeita.
Gostei muito das escolhas narrativas, das questões deixadas em suspenso e da mediocridade da maioria dos personagens, explicitadas pela autora ao longo de todo romance.

Um livro que produz desconforto, propicia reflexões importantes e gera certa desesperança nas relações sociais.

Envolvente e melancólico.
Uma ótima leitura.
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Carolina.Gomes 27/04/2024

Coisas verdadeiramente humanas
Os Farel são um casal poderoso. Jean e Claire têm um filho que estuda em uma prestigiosa universidade americana. Tudo parece funcionar para eles.
Até que uma acusação de estupro vai abalar essa construção social perfeita.

Como sói acontecer, por trás de uma estrutura familiar, aparentemente perfeita, há uma série de imperfeições. Olhando a capa da edição da TAG, tenho certeza que combina perfeitamente com essa leitura. Pequenas fissuras aqui e ali, denunciam a queda anunciada da estrutura familiar perfeita.

Achei a escrita da autora extremamente afiada e bem amarrada.

Me senti completamente envolvida por essa leitura.

A abordagem de temas sensíveis e atuais me fez ficar grudada na leitura.

Um livro que retrata um estupro(?!), o impacto das redes sociais em nossas vidas, as falhas e fraturas da sociedade, o comportamento dos indivíduos na sociedade moderna, a fragilidade das aparências, coisas VERDADEIRAMENTE HUMANAS.

Eu me senti no tribunal com os personagens do livro. A autora nos provoca e nos incita a tomar partido. E se fosse comigo? E se fosse alguém da minha família?

"Senhora presidente, senhoras e senhores jurados, o que este processo nos ensina é que todo mundo pode um dia se encontrar no lado errado. Na vida, nunca estamos longe de uma queda, de cometer um erro de percepção e destruir, em poucos segundos, aquilo que terá levado toda uma vida para ser construído. A vida, sua vida, pode se transformar a qualquer momento numa tragédia. Por muito pouco, tudo pode se perder."

Amei a leitura. Um dos favoritos do ano, com certeza!

E para vc? Houve ou não o crime? Leia!
Ana Sá 27/04/2024minha estante
Com essa resenha, vamos de "quero ler"!


Carolina.Gomes 27/04/2024minha estante
Acho q vc vai gostar, Ana!?


Monica.Amota 28/04/2024minha estante
Esse eu perdi, mas já coloquei na lista dos desejos


Carolina.Gomes 29/04/2024minha estante
Monikinha, leiaaaa!




Welber 03/12/2023

Edição
É obscena a quantidade de erros de escrita nessa edição da Tag: termos repetidos, pontuação, ortografia? Parece até que o livro nunca passou por uma revisão.
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Rodolfo 07/04/2023

Os Farel são, à primeira vista, o que se pode considerar uma família exemplar. Jean um jornalista respeitado, Claire uma ensaísta e defensora do feminismo e Alexandre um filho exemplar, estudioso que parecer ter o futuro todo planejado.
Tudo começa a ruir quando Claire decide se separar do marido para viver um relacionamento com um homem mais novo. O leitor também vai sendo apresentado a um lado extremamente narcisista e psicótico de Jean que faz de tudo para não ser tratado como velho.
Porém o cenário de família perfeita é abalado quando Alexandre passa a ser acusado de estupro e vai a julgamento.
É nesse momento que a autora instiga o leitor, pois ela passa a "brincar" com a defesa de cada personagem envolvido, levando o leitor a pensar e questionar seus conhecimentos e suas crenças se estivesse diante de um fato real como o tratado no livro.
A autora ainda joga luz em temas bastante polêmicos como a relação com o poder, feminismo, xenofobia, etarismo, que ajudam a compor uma narrativa extremamente instigante.
Mais do que uma simples história, a autora consegue criar uma enorme reflexão sobre um tema ainda polêmica na sociedade que com certeza irá fazer o leitor se questionar durante toda a leitura.
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Ederson 21/03/2023

Livro rico e necessário sobre a cultura do machismo
Coisas Humanas me surpreendeu de várias formas. É um livro que traz com sua temática tantas nuances que me fez ficar desconcertado alguma vezes.
Como a sinopse diz, trata-se de uma família burguesa francesa que se vê em um escândalo com grandes proporções midiáticas após o filho, Alexandre, ser acusado de estupro pela enteada de sua mãe.
É impressionante como a escritora consegue deixar o leitor em dúvidas sobre o acontecimento, já que a narrativa escolhida é do ponto de vista da família do acusado. Assim, como disse, tive sentimentos vergonhosos quando me peguei duvidando da vítima. Ao mesmo tempo em que sentia nojo das atitudes do acusado. E é neste ponto que está a grande qualidade da escrita.
A história contextualiza bem o caso em meio ao movimento #metoo e é rica em trazer detalhes de retórica contra esse movimento e contra as vítimas de abuso. Isso significa que a autora, além de grande escritora, pesquisou muito sobre a retórica machista. É de se espantar quando vemos neste livro, lançado em 2019, um argumento que apareceu no caso do jogador Daniel Alves recentemente. Para vocês verem que a cultura do abuso e machismo tem raízes profundas e se repetem incessantemente.
Coisas Humanas é imperdível, necessário, faz um mosaico das relações familiares, religiosas e profissionais à luz da cultura do estupro de maneira brilhante, expondo as contradições entre discursos e ação, mostrando que na vida, em meio a um caso desses, os acontecimentos são nebulosos. O livro também faz um retrato fiel do julgamento e da leis e mostra quem mais perde e quem sempre sai ganhando assim que a sentença é definida.
Joyce 30/03/2023minha estante
Parabéns pela resenha! Descreveu tudo que eu senti ao ler esse livro.


Paula 03/04/2023minha estante
Perfeito! Exatamente como me senti lendo o livro.
Nada é óbvio, parei várias vezes para pensar e considerar.




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Pandora 11/07/2023

Jean e Claire estão juntos há mais de vinte anos e tem um filho, Alexandre, que aos 21 anos, é estudante em uma prestigiosa universidade estadunidense. Jean, um jornalista político de sucesso, é quase trinta anos mais velho que Claire e quer se manter jovem e reconhecido ad eternum, o que o faz, entre outras coisas, esconder Françoise, sua amante há muitos anos e que é quem ele realmente ama, porque ela tem quase a sua idade e está profissionalmente apagada. Claire, uma ensaísta e feminista respeitada, acaba se envolvendo com um professor judeu com problemas no casamento e eles resolvem deixar os parceiros e viver juntos. Um dia, quando o filho está de passagem por Paris, ela pede que ele leve a enteada, Mia, a uma festa e no dia seguinte a garota acusa Alexandre de estupro.

A premissa por si só é intrigante, mas o livro é mais do que isso.

A narrativa começa com uma reflexão que já me conquistou de cara: “A extrema deflagração, a combustão definitiva, era o sexo, nada mais - fim da mistificação”. Algo que eu já havia presenciado, como tanta gente atenta aos escândalos, mas que nunca havia me levado a analisar com mais afinco. O sexo pode ser o estopim da bomba que leva uma vida construída com rigor, pessoal e publicamente, a ir pelos ares e ser para sempre lembrada por um só ato, às vezes uma simples foto, que tenha sido divulgada largamente. Todo o resto passa a ser secundário: o extremo profissionalismo, o sucesso na carreira, as boas relações de amizade, a família harmoniosa, a reputação construída minuciosamente. Aquele deslize - não o ato em si, mas a divulgação dele - é o que será eternizado.

A narrativa nos faz parar para pensar sobre vários temas: escândalo sexual, a vida de aparência (inclusive física), a exclusão profissional pela idade, a aceitação de ser sempre uma segunda opção profissional/amorosa, as questões étnico-religiosas e de imigração, a fogueira das vaidades midiática/profissional, a geração com competência acadêmica, mas fragilidade emocional, o suicídio assistido, os limites do ser humano. No início do livro eu parava a cada duas páginas pra analisar.

A autora tem um estilo que me cansou um pouco no princípio: dar muita informação numa simples frase: “Jean conhecera Françoise Merle três anos após o nascimento de seu filho, Alexandre, nos corredores de uma associação que ele criara, Ambição para Todos, reunindo jornalistas dispostos a ajudar os estudantes de ensino médio oriundos de classes desfavorecidas a ingressar nas escolas de jornalismo (…)” - pág. 24. Eu preciso imaginar os personagens no corredor, a criança aos três anos, os jornalistas, os estudantes, a realidade dos estudantes, a idade dos estudantes, as escolas de jornalismo… Háháháhá... sei que não precisa, mas EU preciso, então fico cansada. Mas depois, não sei se isso diminuiu ou eu fui me acostumando e fluiu melhor.

Aliás, ao longo da leitura, as várias camadas do livro de Tuil, as coisas tão intrinsecamente humanas que ela nos traz, me fizeram ponderar inúmeras vezes. Eu realmente não imaginava que fosse gostar tanto deste livro.

Porém… há alguns problemas técnicos aqui: uns cochilos de revisão, um erro material quanto a uma data na pág 117, uma mistureba na escolha dos pronomes pessoais e uma questão que já observei em mais de um livro com tradução recente: suprimiram o uso de ênclise. Por quê? Qual o problema em usar encontrá-lo, dizer-lhes, deixá-lo etc? Será que eu dormi e acordei após mais uma reforma linguística? Quando eu digo que não me incomodo de pagar mais por um livro bem editado… é sobre isto que eu falo. É triste e um bom livro não merece isso.

“Denunciamos os responsáveis pelo que eles fazem, não pelo que eles são.” - pág. 32

Nota: Há um filme de 2021, dirigido por Yvan Attal, Les Choses Humaines (A acusação), baseado neste livro.
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Alê Magalhães 02/03/2023

Uma das melhores leituras do ano
Este livro foi uma das melhores leituras que fiz no ano de 2022. Trata de um tema contemporâneo que precisa ser constantemente debatido pela nossa sociedade. A escritora constrói com maestria a narrativa e nos conduz a reflexões muito importantes.
Augusto100 03/03/2023minha estante
O livro é excelente. Trata de um assunto muito discutido atualmente uma sobre uma dúvida entre uma relação consensual ou um estupro. O livro é destes que vc não quer largar




Danilo546 03/04/2023

Nome: Coisas humanas
Autora: Karine Tuil
País de origem: França
Período de leitura: 29/03 a 03/04/2023

Comentário SEM SPOILERS: O livro acompanha uma acusação de estupro feito por uma jovem judia e conservadora contra um jovem branco e rico, mas com um passado difícil e questões psiquiátricas. O livro é muito bem escrito e nos sentimos realmente acompanhando um processo criminal durante os capítulos que narram o julgamento. Algumas partes são bastante complexas e não é fácil formar uma opinião, pois a autora realmente desejou mostrar a complexidade das relações humanas e como muito da nossa sociedade está invariavelmente destinada ao fracasso.
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Roberta236 15/03/2023

Julgamento
O texto traz uma temática atemporal, envolvendo pessoas de diversos níveis sociais e intelectuais. Põem em dúvida, em diversos momentos, se de fato alguém mentiu, mas acima de tudo, fala das relações familiares, como elas levam anos para serem construídas e segundos para serem destruídas.
Não é uma leitura fácil, e sendo uma ficção, em diversos momentos pude me colocar no lugar das mais diversas personagens, julgando e me sentindo julgada.
Creio, que acima de justiça, a autora nos faz questionar o julgamento que nós, como sociedade, impomos, e é esse julgamento, principalmente em redes sociais, que precisamos repensar todos os dias.

Com toda certeza, será um livro que irei reler em diferentes fases da vida.
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Bê. 29/04/2023

Potente, necessário, cheio de gatilhos e?mal editado.
Eu sei, eu sei, juro que sei que um dos instrumentos utilizados na Literatura para conduzir o leitor a uma reflexão é o choque, o grotesco, o sujo? E muitas vezes, o simples retrato de uma realidade cotidiana basta para conter tudo isso num bolo só. Mas, confesso: foi difícil terminar a leitura pelo excesso de gatilhos e aspectos nauseantes que estão presentes do início ao fim.
Então, inicialmente, acho importante fazer essa ressalva:
?? Aos futuros leitores que possam ser fragilizados psicologicamente com alguns dos temas abaixo, tenham muita cautela ao prosseguir com essa leitura:
- violência sexual
- feminicídio
- negligência parental
- coação ao aborto
- uso de drogas
Isso feito, posso prosseguir pra falar sobre a minha experiência literária?
?Coisas humanas? é um retrato da podridão humana. Aqui se encontra de tudo: narcisistas, hipócritas, misóginos, manipuladores, elitistas, agressores de vários tipos, entre outros exemplos do pior que nossa espécie é capaz de demonstrar em sua individualidade.
Mas não para por aí, essa podridão também é escancarada na organização humana coletiva: violência de gênero, superioridade de classes, sistema patriarcal e misoginia institucionalizada, revitimização processual e sexismo invisibilizador.
E toda essa sujeira nos conduz por uma narrativa muito forte e com muita potência para levar à conscientização de diversos temas de extrema relevância. Uma coisa é certa, não é possível passar por essa leitura sem que algo seja profundamente tocado em nosso ser.
Por se tratar de ?coisas humanas?, se presume que não haverá ?final feliz?, mas choca como a autora consegue nos levar ao ponto de perceber que, para a personagem vítima do grande mote do livro, nem um ?final? qualquer lhe é de direito. A ela resta só o apagamento, a invisibilização.
Quem tem o destaque (positivo/negativo/ambíguo) é e sempre será quem tem o privilégio do poder. Ele é o agressor, agredido, a fênix, e a vida dele importa. O resto é detalhe.
Foi um dos livros mais difíceis de digerir que já li, mas não posso jamais negar a potência dessa obra sobre quantas reflexões profundas ela é capaz de despertar no leitor.
Sensacional e pesado.

??O ÚNICO MOTIVO PELO QUAL NÃO DEI 5 ESTRELAS: Apesar da obra ser tão impactante, a TAG e a Editora Paris de Histórias entregaram uma edição vergonhosa. A quantidade de erros de revisão é absurda, especialmente para um Clube de Assinatura cujo mote de existência é oferecer edições exclusivas e de qualidade para seus associados mediante o pagamento de um valor mensal considerável. Não é somente um descaso com o assinantes, mas especialmente com o trabalho da autora, que teve seu livro publicado como ?qualquer coisa? sem nenhum zelo.
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inasantos 29/01/2024

O livro começa bem devagar, mas antes da metade a narrativa fica mais envolvente e prende a atenção.
Por muitas vezes me senti lendo sobre uma grande fofoca, mas de assuntos sérios e que precisam ser discutidos.
Tive asco, revolta, empatia e agonia ao ler.
Com muitos diálogos e capítulos curtos, é um livro que vale a pena.
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Amanda 24/03/2024

Coisas humanas, de fato.
Um livro que incomoda, à princípio.

O começo é um pouco mais lento, com as apresentações das personagens e contexto da história.
O meio é perturbador, quando acontece o principal ponto do livro mostrado sob a ótica de um dos envolvidos.
A reta final te desestrutura e aterroriza, na mesma proporção em que te prende. Em um só fôlego (e haja fôlego), é como se você estivesse nos 5 dias de julgamento assistindo tudo.

E no fim, o incômodo do começo não era nada comparado às reflexões, agonias, decepções e, para mim, desespero ao vermos o quão presente essa história está no nosso dia a dia a nível mundial.

As coisas humanas são escancaradas de forma nua e crua nesse livro.
O que nos faz sermos quem e como somos? Qual a nossa história? O que justifica e/ou explica nossas atitudes? Até que ponto vão nossas convicções?
Como mudar tudo isso?

(Sobre a edição, faltou uma revisão mais atenta porque tem muitos erros bobos)
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