Triste não é ao certo a palavra

Triste não é ao certo a palavra Gabriel Abreu




Resenhas - Triste não é ao certo a palavra


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Mateus 21/05/2023

Catártico
É difícil descrever a profundidade que a literatura consegue atingir em nós, sobretudo com obras tão excêntricas ? impacta diferentes pessoas de formas distintas.

Enquanto uns veem receituários, bulas, fotografias e excertos de cartas como ?enchimento de linguiça?, eu, por outro lado, vi parafraseada uma história dolorosamente familiar.

Tão logo tive meu primeiro contato com a expressão que dá nome à obra, pus-me a divagar sobre o que encontraria relatado nela.

Deparei-me com o reflexo de medos profundos, que fazem parte do que sinto ao lembrar de meu avô materno, acometido pela doença de Alzheimer ? similar à patologia-mote deste ensaio sobre a memória e o esquecimento.

?Triste não é ao certo a palavra? me moveu e comoveu da primeira à última página. Engoli a obra em uma tarde.

Recomendadíssimo!
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Tiago 12/03/2024

Recortes de uma perda
Em Triste não é ao certo a palavra, o autor Gabriel Abreu tenta lidar com a perda progressiva da mãe para uma doença degenerativa. Ele faz isso a partir do conteúdo de uma caixa de recordações com cartas, fotos, diários.

O livro, assim como o conteúdo da caixa, vai se construindo como uma bricolagem de memórias e recordações. No percurso, o autor vai tentando reconstituir a história da mãe e a própria história em um diálogo de vozes.

Obra visceral, que foge aos rótulos dos gêneros literários. Ao ler, me peguei refletindo sobre as minhas próprias memórias e como elas me ajudam a definir quem sou (ou quem penso que sou).
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Marcelo 09/10/2023

Resenha publicada no Booksgram @cellobooks ?
"Triste não é ao certo a palavra" (2023) de Gabriel Abreu é um romance que explora a complexidade das emoções e relacionamentos diante da perda, especialmente quando essa perda envolve a demência de um ente querido. O livro segue a jornada de G., um filho que perde gradualmente sua mãe, M., para uma grave forma de demência. Embora ela esteja fisicamente presente, sua essência se desvanece lentamente.

A história se desenrola quando G. encontra uma caixa antiga na casa de seus pais, contendo um diário, uma coleção de fotografias e 68 cartas escritas por sua mãe ao longo de décadas. Esses tesouros revelam uma mulher que, ao cuidar de seu filho recém-nascido, expressa seus sentimentos e experiências em um diário que documenta o primeiro ano de vida dele. As fotografias mostram uma versão jovem de sua mãe, antes de se tornar mãe. Nas cartas trocadas, emerge uma jovem cheia de sonhos e esperanças para o futuro.

O romance de Gabriel Abreu não segue uma narrativa linear, assim como a própria memória. Em vez disso, os capítulos se movem entre o passado e o presente, incorporando diferentes formas de mídia, como fotografias, registros médicos, trechos de cartas, páginas de diários e até mesmo bulas de remédio. Cada um desses elementos contribui para a construção de um quebra-cabeça narrativo sensível.

O livro aborda temas de perda e redescoberta. É uma exploração da mãe que se perde para a demência, à medida que a doença gradualmente apaga sua identidade. É também sobre o filho que perde sua mãe, mesmo que ela ainda esteja presente. G. se esforça para reencontrar sua mãe no passado, por meio das memórias que resistem à doença e ao esquecimento, e essa busca o leva a uma jornada de autodescoberta.

O romance oferece uma exploração multifacetada da complexidade do luto, do processo de encontrar e perder, e da busca por identidade em meio à perda.

Para mim a parte mais tocante está no capitulo 36, onde o autor tenta descrever o sentimento que se tem com a perda, onde ele começa dizendo que ?triste não é ao certo a palavra?.

Trata-se de uma boa narrativa e para quem gosta do tema e de emoções complexas envolvendo a perda e o luto, é uma boa indicação.
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Talita | @gosteilogoindico 12/11/2023

Minhas impressões de leitura
Achei de uma sensibilidade única. Fiquei pensando nas memórias com os meus. Sinto que também receio de esquecer momentos, de viver pouco os momentos, de buscar respostas para as perguntas.
Acredito que o autor conseguiu transmitir o que ele sente: um quebra-cabeça que, do início ao fim da leitura, falta uma peça para fechar. Essa ?ânsia? por entender sobre a mãe, e saber que não vai conseguir, gera incômodo também nos leitores. Tô aqui ainda digerindo tudo.
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Pollyanna Reis 29/05/2023

TRISTE NÃO E AO CERTO A PALAVRA
? Perder alguém nunca é fácil. Agora imagina, uma perda em vida, perder esse alguém lentamente. Difícil até mesmo para imaginar, e é por isso que esse livro é tão melancólico e tão arrebatador.

?Neste sensível e ousado romance de estreia, Gabriel Abreu monta um emocionante quebra-cabeças de registros, afetos e lembranças que apenas um filho, em vias de perder a mãe, pode ter.?

Triste não e ao certo a palavra é um livro com uma carga emocional enorme, com uma narrativa super diferenciada e que mexeu demais comigo.

?Um diário, centenas de fotografias e sessenta e oito cartas é tudo que G. tem de sua mãe, além das lembranças de um passado comum.?

?? Confesso que essa resenha foi uma das mais difíceis de escrever, pois essa leitura foi um baque e tive vários sentimentos conflitantes ao virar de cada página.

Uma leitura rápida, mais que deixa tantos pensamentos e reflexões, quase inevitável não traçar paralelos com a nossa própria vida.

Enquanto fazia a leitura parei para pensar em quantas vezes peguei álbuns de família, fotos dos meus pais ainda jovens, objetos guardados acima do guarda-roupa, lembranças e memórias registradas e fiquei por horas tentando montar um quebra-cabeça, tentando vislumbrar a vida deles antes da minha chegada.

Ler ?Triste não é ao certo a palavra? foi uma experiência dolorosa, reflexiva, mais também uma experiência única.

? Entre as páginas do livro encontramos: bula de remédio, exames, fotos, instruções, registros de diários, cartas, documentos e e-mails.

? A Companhia Das Letras fez um belíssimo trabalho. Edição caprichada e com uma diagramação super confortável para leitura.
izy :) 29/05/2023minha estante
não li a sinopse mas só pelos quotes e pela resenha já adicionei na lista




eliabxanca 12/03/2024

O título deste livro despertou minha curiosidade, e iniciei a leitura sem conhecer muito do que se trata a trama. Gabriel, de maneira sensível, expressa a dor da perda, especialmente quando se trata de perder gradualmente. Sua narrativa sobre tristeza me atravessou, refletindo minha própria dor de maneira precisa. Apesar da intensidade, é belo testemunhar a construção delicada da relação entre mãe e filho. Recomendo muito.
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Fayne Rafaela 11/04/2023

Obrigada NetGalley e Companhia das Letras pela cópia digital deste livro em troca de uma resenha honesta.

Li esse livro em menos de 3 horas, abri o arquivo no Kindle e comecei a ler as primeiras páginas para me familiarizar e quando percebi já tinha avançado 20%.

No geral gostei da história, parece confuso, muda de perspectiva na narração, ora lemos uma história em terceira pessoa, ora cartas, receitas, descrições médicas, ora um filho falando diretamente com a mãe que ele não consegue estabelecer comunicação. É um retrato do processo de tentar conhecer alguém que não tem condições de se apresentar.

Existe um momento na vida em que percebemos que nossos pais são seres humanos. Que a pessoa que nos trouxe ao mundo existiu antes disso.

O autor tenta retratar essa confusão mental, o quebra cabeça que são as memórias que ele tem acesso, mas apesar disso achei que a história como enredo tem algumas pontas soltas. De qualquer forma, é um bom livro de estreia.
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Marcos Junior 31/10/2023

O livro me parece partir de uma estrutura experimental que vai além do padrão da literatura. É uma obra de arte para além da escrita, é uma obra estrutural é muito bem feita em todos os aspectos.
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Aline.Guimaraes 19/04/2023

Belo e triste
Você já ouviu o Samba da benção, do Vinícius de Moraes, onde ele diz que ?pra fazer um samba com beleza é preciso um bocado de tristeza?? Só me lembrei desta música ao ler o livro de estreia do autor carioca ??????? ?????, pois é um livro lindíssimo, mas cheio de tristeza.

Aqui temos um quebra-cabeças: o jovem G. sofre pela ausência da mãe. Um dia seu pai lhe entrega uma série de coisas que eram dela ? entre elas uma caixa, que ele descobre conter cartas, fotos e até um diário. Neste diário ele ?ouve? sua própria voz, pois a mãe costumava registrar o desenvolvimento do filho quando bebê como se ele próprio falasse: ? hoje dei meus primeiros passinhos?, ?estou muito esperto?...

Logo de início já me emocionei, pois tenho uma filha pequena e sei como as mães falam como se fossem seus filhos, como tentam interpretar seus desejos e emoções. Achei lindo, muito verdadeiro, pois a conexão mãe e filho na infância é algo extraordinário, transcendental. Em que momento essa ligação se torna frágil? Quando eles passam a não se entender mais?

G. percebe que não sabe muito sobre a mãe - e talvez nem sobre si mesmo - e decide então mergulhar em uma busca pela história da mãe por meio das cartas que eram dela e por uma incursão à casa de seus avós, que costumava frequentar quando criança, mas que agora já não tem moradores. Será que ele vai achar uma resposta para o que procura?

Bem, melhor já deixar um aviso: o livro não é conclusivo, assim como a própria vida não o é. O que encontramos nessa obra são vislumbres da vida desta família, com recortes do seu dia a dia e de sua história. Só temos impressões do que poderia ter acontecido ali e por isso mesmo a obra é tão bonita e poética, pois é um retrato do que pode ser a vida de qualquer ser humano. É um belo romance de estreia que mexeu com meus sentimentos.
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Diz ela que lê 31/10/2023

?
Eu não estava esperando por nada do que encontrei nesse livro quando ele me encontrou.
Vai ecoar ainda muito.
???
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FellipeFFCardoso 20/07/2023

Não é uma biografia, tampouco uma autobiografia. É preciso despir-se das fichas catalográficas para entender, ou melhor, para sentir este livro. Ele é uma mapa investigativo, é um reconhecimento de que, mesmo diante da nossa própria história, o que nos sobram são lacunas, invenções, projeções que confrontamos com a realidade. Para quem está acostumado ao tradicionalismo narrativo com início, meio e fim, acompanhar uma investigação, esmiuçando quaisquer vestígios, de bula de remédio a cartas de amor, requer também de nós, enquanto leitores, um desprendimento comunicativo. Não cabe a nós preencher os espaços vazios ou desembaralhar os novelos. O que nos cabe é entender o que fazer com as nossas próprias mazelas e desafios uma vez que entendamos que, diferentemente do que pensamos com frequência ao usar o sentimento para justificar qualquer ação ou falta dela, triste não é ao certo a palavra. Lindo livro.
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Rayssa6 11/10/2023

Se sentimentos gritassem
Não sei traduzir para fora do peito o quanto gostei desse livro. Adoro essas experiências íntimas de leitura que cutucam e torcem o fundo da consciência e essa foi uma das melhores delas.

Achei incrível a disposição dos capítulos, trouxe um nível novo de experimentação de memórias alheias que, aliadas a esse estranho reconhecimento de si nos mergulhos intrusivos na vida de G., construiu, para mim, uma puta atmosfera aterradoramente confortável. Ou desconfortável. Não sei.

A narrativa traz um monte de reflexões, não gosto da palavra reflexões na verdade, não parece abranger a profundidade da coisa toda, mas o final me pareceu correr por águas menos tranquilas enquanto todo o resto é um tour grandioso por cada nuance de pensamentos e sentimentos e humanidade.

Nada de mais no mar de pontos positivos, sinceramente, ainda adoraria sentar com o protagonista para tomar um café.

4.75
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Gustavo611 17/10/2023

?Triste não é ao certo a palavra", de Gabriel Abreu
?Teu olhar percorre o meu rosto, ele é tudo o que resta. Deixo que você me observe, que encontre meu olhar e fique com ele, comigo?. (Pg. 184)

?Triste não é ao certo a palavra," escrito por Gabriel Abreu, é uma obra comovente que nos guia pela jornada emocional de um narrador em busca da memória e da identidade de sua mãe. A história nos permite sentir as emoções e os desafios enfrentados pelo filho, que se esforça para estabelecer uma ligação com um passado que traga de volta essa identidade que está se perdendo aos poucos.

Embora a narrativa apresente muitos pontos fortes e momentos emocionantes, eu achei que faltou conhecer mais sobre esse narrador, que nos compartilhasse mais de suas reflexões e emoções, aprofundando a conexão emocional com a história e fornecendo uma compreensão mais profunda das complexas dinâmicas familiares e da jornada de autodescoberta que ele está iniciando.

No entanto, essa falta de exposição não invalida a jornada desta leitura. No final, é uma história comovente que ressalta a importância da memória, da conexão com o passado e das histórias familiares. Gabriel Abreu, através de diversos elementos, como cartas, fotos e recortes de jornal, nos guia por uma viagem emocional que nos faz refletir sobre a relevância de manter vivas as memórias de quem amamos. Esta obra é um testemunho do poder do amor e da busca contínua pela verdadeira identidade.
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Eryka.Bento 16/09/2023

Inevitabilidade da vida
Esse livro me fez refletir sobre como a vida só acontece e não tem muito que a gente possa fazer sobre
nossos pais envelhecem
as relações vão mudando de um jeito estranho e inevitável

é sobre um filho lidando com a perda da mãe
descobrindo o passado, buscando uma conexão

me fez pensar sobre minha relação com meus pais, em especial com minha mãe
sobre como eles tinham uma vida antes e tem uma vida sem mim

é um livro bem com a premissa de "a vida é assim e é isso" e tô gostando de livros assim ultimamente
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Oscaraujo 13/10/2023

Juro que eu não consigo descrever a magnitude desse livro. É de um sentimento tão palpável, são imagens, palavras, memórias, colagens da maior saudade do mundo: a da nossa mãe. Me pegou demais, me senti conversando com um amigo que me entendia totalmente, mas diferente de mim, um amigo que falava tudo que saía de seus dedos por conta de um certo remorso, que nunca é revelado, mas eu sinto em suas imagens, palavras, memórias, colagens da maior saudade do mundo: a da sua mãe.
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