Claudinei 30/04/2024
Ansioso pela continuação...
Como leitor, nada supera a satisfação de concluir a leitura de um livro bem escrito. Essa sensação de "que pena que acabou" é incomparável! Estas foram as emoções que senti ao terminar "Santo Guerreiro – Ventos do Norte", o segundo volume da trilogia de ficção histórica escrita por Eduardo Spohr, que narra a vida de Georgios Anício Graco.
Se no volume anterior acompanhamos a jornada do jovem Georgios pelas terras do Império Romano, fugindo de seus perseguidores ao lado de seu tutor Strabo, neste volume testemunhamos seu amadurecimento diante das intricadas burocracias e tramas políticas do império. Agora um comandante do exército, Georgios percebe que pode ser apenas uma peça na engrenagem movida pelos interesses dos poderosos de Roma.
A narrativa é um verdadeiro rito de passagem para a vida adulta de Georgios. Como tribuno, ele precisa lidar com a responsabilidade que sua patente lhe confere: treinar e preparar homens para o dever. Inteligentemente, ele conquista a simpatia e confiança dos soldados sob seu comando em Ulpia Trajano, enfrentando um grande desafio quando uma invasão dos bárbaros Francos, responsáveis pela morte de seu pai, se aproxima.
Durante esse episódio, o desenvolvimento do personagem é magistralmente construído pelo autor. Georgios aprende que a vida de seus homens está acima de sua sede de vingança, tornando-se um líder exemplar ao ouvir conselhos e aprender com seus erros. As descrições das batalhas e táticas militares, bem como os diálogos entre os personagens, são excepcionais.
Nessa mesma batalha, Spohr mergulha na parte mais mística da trama, deixando espaço para a ambiguidade na interpretação do leitor sobre possíveis eventos sobrenaturais. Georgios se vê envolvido nas práticas pagãs dos Francos, ao mesmo tempo em que observa a fé inabalável dos Cristãos, que se torna uma fonte de esperança para seus soldados.
No entanto, os inimigos de Georgios não são apenas os Francos, mas também poderosos desconhecidos que buscam vingança pelas ações heroicas de seu pai. Manipulações políticas e intrigas são enfrentadas com a ajuda de seus amigos, que se tornam sua única esperança quando ele é injustamente julgado.
O livro termina de maneira satisfatória, como o próprio autor afirmou, embora seja parte de uma trilogia, cada volume pode ser lido separadamente, embora a leitura completa enriqueça a compreensão da trama. Ao mergulhar nessa história, aprendemos muito sobre o período pré-cristão do Império Romano e como suas bases culturais moldaram a sociedade ocidental, especialmente no que diz respeito às questões políticas.
A conclusão desta magnífica ficção histórica promete ser épica. Para essa leitura, minha nota é 9.
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