Amanda.Riselli 13/12/2023
Sobre O Primeiro Natal da Morte
#4ªDeContos
Eu estava ansiosa para ler esse conto desde que a Mariana Lucioli anunciou o seu lançamento. E posso dizer que valeu super a pena ter baixado e conhecido essa deliciosa aquisição com cheirinho de canela, baunilha e gengibre!
A trama nos conta que todos os anos, Noel tem o direito de realizar um número específico de milagres, salvando assim, almas entusiastas do Natal que estão marcadas para morrer nessa época. Porém, há um problema: Nix, a elfa funcionária encarregada por esses milagres, está testando os limites deste acordo, salvando mais almas do que deveria, atrapalhando assim, a o trabalho da Morte. Portanto, nesse ano, a Senhora do Fim não deixará nada passar, nem que para isso precise ensinar uma lição para essa elfa intrometida que cruzou o seu caminho.
Através de uma narrativa envolvente, leve (apesar de conter uma personagem fúnebre) e fluida, a autora construiu uma história natalina diferente de tudo que já li, dando uma versão ousada e criativa para a Rainha dos Fantasmas: tirando o cajado, a imagem da morte nada se parece com aquela tão famosa e já pintada nas páginas de outros livros. Aqui ela se apresenta como uma garota teimosa, arrogante, loira, linda e sedutoramente mortífera. Eu amei a interação dela com a elfa Nix, as trocas de farpas se transformando inesperadamente em beijos doces e apaixonados. E a revelação de quem foi o cupido dessa relação, sem dúvidas trouxe uma surpresa a mais para o desfecho.
Além disso, eu me encantei com os cenários do Polo Norte, cheios de pisca-piscas dourados, com casinhas vermelhas de telhados triangulares, escondidos sob um cobertor alvo de gelo, enquanto suas chaminés baforavam fumaça limpa para um céu estrelado, tudo em total contraste com o submundo para onde as almas condenadas eram levadas.
E por fim, mas não menos importante, temos as mensagens lindas nas entrelinhas sobre aceitar que o equilíbrio do universo é necessário (mesmo esse nem sempre sendo justo), que quando chega a nossa hora, não há como escapar e que absolutamente ninguém está imune ao amor, nem mesmo a Morte!