spoiler visualizarLeidimara.Soares 13/12/2023
Esperava mais...
Agatha Christie é uma de minhas autoras preferidas, sou apaixonada por suas obras e seus detetives Mr. Poirot, Superintendente Battle, Tuppence e Tommy Beresford, dentre outros, mas sem dúvida minha preferida é Miss Marple. Amo essa simpática senhora que, com um rostinho inocente, resolve os crimes mais intricados, os quais confundem os mais experientes homens da lei utilizando para isso um grande conhecimento sobre a natureza humana, o seu poder de observação e sua capacidade de relacionar os mais variados criminosos e crimes com pessoas e eventos de seu pequeno povoado de St. Mary Mead. Por isso fiquei extremamente entusiasmada para ler os doze contos que compõem esse livro, pois, através da escrita de autoras contemporâneas de mistério e suspense, poderíamos reencontrar essa personagem tão querida. É claro, que eu não esperava a mesma escrita, uma vez que é impossível um escritor reproduzir com perfeição a escrita de outro, mas eu esperava um pouco de verossimilhança.
Dos doze contos dois eu gostei pela nostalgia, "O segundo assassinato na casa do pastor", por Val McDermid e "O Natal de Miss Marple". O primeiro um traz o cenário e alguns personagens do romance "Um Corpo na Biblioteca" e dos contos "Os Trezes Problemas" e o outro do romance "Assassinato na Casa do Pastor".
Já os contos "O Tipo assassino", por Karen M. McManus; "O mistério do solo ácido", por Kate Mosse e "A Mente Aberta", por Naomi Alderman mesmo não sendo as tramas mais bem elaboradas pelo menos foi interessante como as mortes foram idealizadas e os raciocínios utilizados para as resoluções dos crimes, mesmo que no primeiro, Miss Marple possa ser considerada mais uma personagem secundária.
Em dois contos as autoras resolveram tirar Miss Marple não somente de seu povoado, mas também da Inglaterra. O primeiro foi Miss Marple toma Manhattan, por Alyssa Cole esse, pelo menos, me fez rir um pouco, agora o conto "A Imperatriz de Jade", por Jean Kwok ultrapassou o limite. Meu Deus! Colocaram uma velhinha em um cruzeiro para Hong Kong no século XX. Fiz algumas pesquisas e viajar da Europa para a China, hoje, em um navio, levaria 35 dias. Além disso, o enredo é fraco e o assassino nem apareceu direito na história. Péssimo!
"O desaparecimento", por Leigh Bardugo é outro que não convence. Além de transformarem uma personagem antiga de Agatha Christie em assassina, sendo que todas as vezes que a mulher apareceu nas obras sua personalidade não combinariam jamais com uma assassina em potencial, transformaram Miss Marple em cúmplice de assassinato. Sem palavras para descrever minha incredulidade com o que eu estava lendo.
Entretanto, o pior de todos, com certeza foi Assassinato na Villa Rosa, por Elly Griffiths esse a autora só podia estar com preguiça. Pense na história ridícula. Ela mirou em Agatha Christie e acertou na representação cômica de Píramo e Tisbe dentro da peça "Sonhos de Uma Noite de Verão" de Shakespeare. Eu não consigo definir esse conto como algo aceitável nem se não tivesse nenhuma ligação com Miss Marple. Conseguiu ser pior do que o filme "A Noite das Bruxas". Duas perdas de tempo.
Os demais contos não foram péssimos, mas também, não foram bons, não vale nem a pena serem mencionados. Por isso dou 2 estrelas para esse livro, uma para cada conto que pelo menos me trouxe uma certa nostalgia.