UmSimplesGeek 11/12/2023
Finalmente, acabei essa obra.
Antes de iniciar essa resenha, gostaria de me desculpar pelo tamanho final dela, acabei empolgando-me enquanto escrevia ela após finalizar a obra, mas se você sentir-se disposto a ler essa análise por completo, aprecio tremendamente a sua atenção.
Eu sinto que deveria ter acabado ele em novembro (não pude, pois estive extremamente atarefado durante essas últimas semanas), assim como acabei o último conto em pouco menos de 4 horas(acredito eu, não cronometrei), mas, ao mesmo tempo, aprecio o fato de não ter me apressado com essa leitura.
Primeiramente, para apresentar o livro para quem não conhece, é um livro com três contos de autoria de Leon Tolstói, nomeados respectivamente: A morte de Ivan Ilitch; Sonata a Kreutzer; Padre Sêrgui, onde nos é apresentado personagens com uma complexidade invejável e com grandes problemáticas. Cada conto possui a sua temática central: A morte de Ivan Ilitch, trata especialmente sobre a mortalidade e amargura, Sonata a Kreutzer fala sobre como a mulher era tratada na sociedade da época e conceitos como o matrimônio e o amor e Padre Sêrgui trata sobre a religiosidade e propósitos na vida.
Esse livro com o tempo, certamente tornou-se um dos meus favoritos, com seus contos que pegam em um instante e te tornam imersos naqueles universos e em seus personagens. Apreciei os conflitos e problemas deles, o quão imperfeitos e cheios de falhas eles são e, em especial, apreciei como Tolstói utilizou-se desses aspectos para criar reflexões no leitor, diante a sociedade que nos circunda e diante a maneira de viver que tomamos, nossas escolhas, preceitos e princípios, ele faz nos questionarmos sobre tudo isso com essa leitura. Em suma, considero esse livro, sem sombra de dúvidas, um dos melhores livros que já li e, após essa leitura, estou sinceramente ansioso para quais serão minhas sensações com as minhas próximas leituras desse autor, felizmente, já peguei e estão esperando na minha estante outras obras dele como: Guerra e paz e Anna Karienina, obras bastantes aclamadas dele. Planejo ler elas e irei falar mais sobre assim que finaliza-las.
Abaixo aqui, irei disponibilizar análises singulares para cada conto que fiz ao decorrer da leitura, espero que gostem.
A morte de Ivan Ilitch:
Sinto que esse conto reascendeu e resumiu toda a minha paixão por histórias de uma maneira quase rejuvenescedora. Sinto uma tristeza e uma melancolia que não consigo explicar, como Tolstoi conseguiu fazer-me sentir empatia com uma pessoa tão indiferente como Ivan Ilitch foi algo que nunca esperei que poderia me surpreender tanto. Sinto que esse conto é uma das melhores histórias que já vi em toda a minha vida. Acrescentarei mais a essa análise singular, pois não comentei muito no dia. Assim como afirmei anteriormente, esse conto fala diretamente sobre mortalidade e amargura. Iniciamos o conto no enterro do personagem, onde nos é apresentado o ambiente hostil da sociedade da época, repleto de ódio, libertinagem e indiferença. Após um tempo no enterro, a história volta e começa a contar toda a vida de Ivan Ilitch, desde sua infância até a sua fase adulta, onde lá é mostrado que o mesmo é também, membro dessa indiferença da época, possui uma relação distante com a sua esposa e seus filhos, provocada pelas intrigas domiciliares com a esposa, e baseia a felicidade da sua vida à sua eficiência no trabalho, sua aparência externa e aos seus jogos de baralho. No entanto, algo ocorre que muda seu estado e especialmente, seus pensamentos. Irei parar de falar por aqui, já que já revelei muito da narrativa e sinceramente, quero que vocês leiam para tirarem suas próprias conclusões.
Sonata a Kreutzer:
Com o início dessa página, afirmo que finalmente acabei o segundo conto desse livro, nomeado de Sonata a Kreutzer e, Jesus, que conto! Não diria que foi melhor que o primeiro, A Morte de Ivan Ilitch, mas, certamente foi no mesmo nível. Acompanhar o desenrolar desse conto é como você ver uma explosão de perto. Iniciamos a história em um vagão de trem, onde somos apresentados ao personagem narrador, que serve como meio de inserção para o leitor, e aos personagens que envolvem-se ao redor daquele vagão, no inicio eram 4, depois se tornaram 8, e no final, ficam apenas 2, o narrador e o Pózdnychev, o homem que acompanharemos durante o resto do conto. Nesse conto estruturado em um ciclo de conversas tomadas em uma mesma viagem, somos apresentados à vida do desconcertado Pózdnychev e a sua perspectiva diante a vida, em especial, diante às mulheres e ao matrimônio e conceito de amor. Acompanhar essa história, como disse anteriormente, é o mesmo que acompanhar o antes e depois da explosão de uma bomba, de inicio, quando é iniciado o diálogo entre os dois personagens, é mostrado a área da explosão e ao decorrer do diálogo, vemos a razão pela qual ela explodiu no final (Não irei explicar diretamente essa analogia, pois acredito que ela deve ser oculta até a leitura desse conto) e acompanhamos a relação decadente entre o Pózdnychev e a sua esposa, marcada por amor e ódio. Nessa história, achei interessante a maneira que Tolstói utiliza-se dos personagens para criticar a sociedade da época e a sociedade atual, mostrando pedaços de suas perspectivas pelos diálogos. No geral, esse conto é extremamente bom e mesmo que lento em algumas partes, a intensidade intrínseca em sua estrutura apela e te atrai para a narrativa novamente após momentos de cansaço.
Padre Sêrgui:
Esse foi, também, um conto maravilhoso. Padre Sêrgui conta a história de um homem que, no início, entrega-se a um monastério com o intuito de resgatar a sua honra e demonstrar a sua superioridade diante às outras pessoas. Ao decorrer da história, vemos o desenvolver de Sêrgui em alguém mais próximo e dependente da religião, buscando a fé em Deus. No entanto, para conseguir achar essa fé, ele precisa envolver-se em conflitos internos, com seus próprios pecados, princípios e sentimentos. É uma história tremendamente fenomenal que toca diretamente nos princípios e sentimentos humanos, mesmo se você não for religioso, você irá sentir algo enquanto ver esse homem entregando-se à sua religião, enquanto é cercado por momentos de dúvida, em relação à escolha de ter virado um monge, e devido à sua dúvida diante os efeitos da fé e suas reflexões sobre Deus.
Iniciado em:
08/11/2023
Finalizado em:
11/12/2023