spoiler visualizarJu :) 05/01/2024
O livro nos faz viver vidas que nunca teríamos chance.
Ou teríamos?
Afinal, talvez não fossemos tão diferentes dos livros, talvez só precisássemos nos abrir para o mundo.
O livro mostra Levi, o personagem principal - que é autista - como alguém que não é compreendido, e apesar da distância entre ele e todos os outros, o autor o traz tão próximo que passamos a nos ver no personagem. Passamos a ser Levi, que tem sentimentos intensos que ninguém compreende, Levi que tenta se encaixar, Levi leitor e tantas outras versões do mesmo personagem.
Talvez não fossemos tão diferentes dos livros, porque frequentemente lemos sobre romances os quais pensamos que jamais poderíamos viver, inclusive romances lgbts pois o mundo anda complicado. Apesar disso, vemos que, apesar do que alguns pensam, isso não é modinha. Amor é amor, é foi amor em qualquer outra época.
"Penso nos autores que já li, e questiono-os com minha bravura se eles, de fato, já vivenciaram todas as comparações que fizeram em suas linhas, em seus parágrafos, questiono se toda a vida, ali, havia sido minimamente vivida." Imagino quantos mundos Guilherme Ribeiro já viveu, ou quantos ele ainda é capaz de criar. Me questiono se assim como nós, o autor também sente a proximidade com Levi, e assim como nós, busca alguém que entenda cada traço seu, mesmo que não tenha muito a se dizer. Porque os homens mais fortes são aqueles que se permitem sentir, e sentir emoções como essas não são para qualquer um.
Isso que é literatura nacional. Esse é o tipo de coisa que todos deveriam vez e valorizar. Um romance que prende do começo ao fim, cada minucioso detalhe escrito com atenção e carinho, momentos de conflito interno e externo de um personagem que você aprende a amar ao longo do tempo, mesmo que discordando de algumas das suas atitudes.
Devo parabenizar o autor pela obra que te prende do começo ao fim, porque hoje em dia não parece fácil encontrar livros de pauta LGBT+ com um plot que não seja somente briga. Também por todas as frases marcantes, que nos fazem refletir e que com certeza levarei comigo (espere uma notificação com alguém falando que tatuou uma frase, essa aí vai ser eu). Quero que me digam o próximo dele para eu ler, pq eu leria com prazer.
SEM BEIJINHO, GUI??? Tadinhos dos meus meninos. Ainda mais quando o Levi desejava tanto beijar o Hoho, sabe ??, injustiça essa conosco.
Com certeza virou um dos meus livros prediletos no top 3. Espero futuramente ter mais contato com as obras do autor, porque só ele me tirou da ressaca literária nesse momento. (Depois de um ano todinho sem ler nada) Estarei panfletando esse para sempre, assim como em breve avaliando também na Amazon, que foi onde tive acesso ao livro.
Por fim, quero agradecer ao Levi e ao Honorius (que não existemkk) por mostrar que tudo bem. E que mesmo que não esteja, vai ficar. Não tem nada de errado em sermos quem somos - e não temos nenhum problema que não pode ser nomeado. Se não tem nome, não existe - por ensinar a coragem em enfrentar novos mundos, por ser sensível e empático. Por amar sem medo de estar errado, pois não existe forma certa de amor. Amor é amor.
Cada lágrima que derramei - socorro a historia dos meninos -, cada risada que dei ou espanto que tive valeram a pena. (Guilherme cadê meu livro físico? ???)
A classificação etária do livro também está corretíssima, visto que não me vejo em qualquer outra idade abaixo dela lendo cada palavra delicada ou experimentando tantas emoções antes de morrer do coração.
Eu amo de coração esse livro, e obtive um grande carinho pelo autor que acompanha de perto cada reação dos leitores - seja aqui ou na rede do lado - valeu cada centavo.
Leiam.