Monica Quintal 13/04/2024
"Resistir, persistir, insistir."
"Eva Mercy é mãe solo, escritora best-seller de livros eróticos e se sente muito pressionada por todos os lados. Shane Hall é um romancista recluso, enigmático e premiado que, para surpresa geral, aparece em Nova York.
Quando Shane e Eva se encontram em um evento literário de forma inesperada, faíscas surgem, mexendo não apenas com os traumas enterrados dos dois, mas também com as opiniões dos literatos negros. O que ninguém sabe é que quinze anos antes, os adolescentes Eva e Shane passaram uma semana louca e tórrida, completamente apaixonados. Eles podem fingir que não se conhecem, mas não podem negar a química que existe ― nem o fato de que seus livros foram escritos um para o outro ao longo dos anos.
Nos sete dias seguintes, em meio a um verão quente no Brooklyn, Eva e Shane se reconectam, mas Eva não consegue confiar no homem que um dia partira seu coração e o quer fora da cidade para que a vida dela possa voltar ao normal. Antes que Shane desapareça, Eva precisa de algumas respostas..."
Escolhi ler esse livro puramente pelo hype, pelo tanto de gente que favorita e indica. Confesso que achei o início chato, não me apeguei aos personagens... Até o aparecimento do Shane. Ele simplesmente aparecer e MUDOU a história (a química entre eles é absurda)! Mas o que realmente me pegou nesse livro, que me fez destacar quase todas as páginas, foi quando o passado começou a ser revelado - e que passado intenso e avassalador. Eva e Shane adolescentes tem todo o meu coração. Acho que tenho uma quedinha (não tão pequena) por "segundas chances", por encontros e reencontros.
Esse livro trata de TANTAS questões importantes, que eu não sei nem por onde começar. Tem protagonismo negro, aborda questões sobre maternidade, doenças invisíveis, transtornos mentais, uso de drogas, alcoolismo, automutilação... Não tenho nem palavras suficientes pra descrever a importância desse livro e dos temas que aborda de uma forma que, na minha opinião, é muito responsável (apesar de achar que o livro poderia ter o dobro de páginas). Inclusive o final do livro me pegou DEMAIS por esse mesmo motivo - a questão da responsabilidade afetiva (não vou explicar muito pra não dar spoilers) também foi muito marcante pra mim.
Que vontade de proteger Eva e Shane adolescentes. Que vontade de proteger o Ty. Que vontade de abraçar Eva, por todo seu esforço - a romantização que Eva faz na vida da Audre me pegou DEMAIS, é a quebra de um ciclo, é amor na forma mais pura, ainda que muita gente considere controversa e equivocada. Até que ponto podemos (e devemos) proteger nossos filhos?
A questão dos livros que ambos escreveram, e de toda a carga emocional que cada um carrega em sua essência, sem contar os momentos que entendemos detalhes da trama de cada um desses livros... Foi emocionante demais pra mim!
Enfim, esse livro tem MUITAS camadas, muitos detalhes... Se fosse pra apontar um defeito, seria de ter só 300 páginas. Pra mim foi emocionante demais, daqueles que a gente termina de ler e fica olhando pro teto, sabe? Terminei já querendo reler!
"Mulheres adultas sabiam que não deviam se prender a bombas-relógio. As adolescentes mal podiam esperar para serem arruinadas."
"Não havia inferno que ela não arriscaria por aquele homem. E ele sabia disso."