Italo159 13/05/2024
Becky poderia ter resumido esse livro a uma thread de twitter
Longe de mim dizer que as pautas que a autora traz não são importantes. Na verdade, considero-as relevantes e válidas. No entanto, questiono se a melhor abordagem seria dedicar um livro de 385 páginas, onde, por cerca de 350 delas, temos uma menina lamentando por ser hétero e sem que mais nada aconteça.
É algo que, literalmente, leva o leitor à exaustão. É possível avançar facilmente 20 páginas sem perder nenhum ponto significativo porque ela está repetindo os mesmos questionamentos, da mesma maneira, diante da mesma situação.
Todos os diálogos do livro giram em torno da sexualidade, já que os personagens constantemente se resumem a isso. Portanto, cada conversa dela com os amigos parece mais uma reunião do DCE discutindo as letras da nossa sigla.
Se você compartilha das mesmas aflições que Imogen e isso te interessa MUITO, talvez funcione para você. No entanto, se busca um romance leve, uma comédia romântica ou algo do tipo, provavelmente se sentirá decepcionado.
Lembro-me de ler "Com amor, Simon" e apreciar a escrita de Becky. Continuo a apreciá-la, mas todos os personagens parecem tão iguais, tão LGBTs descolados, que só consegui diferenciar as amigas dela e a irmã nas últimas 50 páginas do livro. Essas páginas, ao levar a trama adiante, acabam sendo a melhor parte do que poderia ser apenas uma thread no Twitter, ao invés de um livro com 384 páginas.