Dani 05/06/2023
Uma "Bela e a Fera" que não me pegou
Seguindo o nosso tour pelos países da Stefany Brito na série “Amores Estrangeiros”, hoje é dia de resenha do terceiro livro: "Um Lorde no Canadá". Antes de qualquer coisa é bom te contar que a protagonista (Daisy Bergon) faz parte do livro “Um Amor Inusitado" (Série “Uma Nova Chance”).
Importante dizer que a história de Daisy e Theodore Le Blanc acontece entre os anos de 1816 e 1818, porém, temos um epílogo que nos puxa para os dias atuais (sobre ele irei escrever no final desta resenha). A protagonista chega no Canadá fugindo da mãe abusiva e o protagonista é vítima de uma tragédia que, além de resultar na morte do seu irmão e deixá-lo (Theodore) com queimaduras que ocupam quase 50% do seu corpo, os traumas mais profundos estão na sua alma e na sua mente.
Quem acha que, pela história de Daisy, ela seria a pessoa “quebrada” da narrativa, ledo engano. Theodore é o ponto “frágil” do livro, e este é um dos fatores que fez com que esse livro não entrasse na lista dos meus preferidos. Após ler a resenha do livro fiquei muito curiosa para saber mais sobre a história da Daisy, e o aprofundamento não aconteceu. Pinceladas superficiais diante do que, para mim, poderia ser um relato importante sobre as condições de abuso que muitas mulheres viviam neste período da história.
Quando assunto é o passado do Theodore, as informações são mais detalhadas e repassadas diversas vezes no decorrer da narrativa. Sendo assim, o foco do livro ficou mais nele, e não nela. Isso me incomodou pelo fato de que já li outros livros com protagonistas que possuem questões similares (físicas e psicológicas), tornando-se algo repetitivo. Se você não possui esse histórico de leitura semelhante ao meu, possivelmente a história de Theodore te envolva mais.
Em resumo: gostaria de ter lido muito mais sobre a Daisy, inclusive para valorizar ainda mais o trabalho dela de superação dos traumas e do enfrentamento diante da sua mãe. No caso de Theodore, tudo é mais complexo e lento, e entendo que isso seja totalmente justificado, no entanto, em algumas passagens, o recuo dele me causou uma certa irritação.
Já tendo dito que gostei demais do processo de inserção de informações históricas que a Stefany Nunes colocou nessa série, assim como no livro “Um Libertino em Boston”, senti que faltou mais. Sim, você vai encontrar dados sobre a colonização do Canadá pela Inglaterra e pela França, as batalhas...e muitos trechos sobre a neve, o frio, a neve, o frio...E foi isso que me irritou. Na minha imaginação o cenário se resumiu a neve e frio. Não consegui visualizar algo mais complexo. Não consegui criar na minha mente (através da descrição do livro) um cenário completo.
Tentando fechar esta resenha, o casal Daisy e Theodore não me conquistou. A versão canadense de “A Bela e a Fera” não me ganhou. Os personagens secundários tiveram pouca relevância para mim, e olha que estou falando de uma mãe terrível e um administrador fofo (preciso fazer justiça ao primo da Daisy que me fez desejar uma história tendo ele como protagonista).
Sim, eu disse que iria falar sobre o epílogo que acontece nos tempos atuais: seria chato se eu dissesse que achei essa parte do livro desnecessária? Preferia um final se passando anos depois ainda com os personagens originais. Sei que esse epílogo foi para mostrar a força do amor, e tudo isso, porém, hummm...não me tocou.
“Um Lorde no Canadá” recebeu uma nota 3,5, e ela foi dada mais por consideração pela história fazer parte de uma série que virou uma das minhas preferidas. Como, ao escrever esta resenha, já li a série completa, o último livro da série me remeteu as melhores sensações do primeiro. E isso foi ótimo!