spoiler visualizarMah a ler 29/08/2023
Culpa minha ter visto o filme primeiro
Não conhecia esta história até lançarem o filme e, por isso mesmo, só comecei a ler depois de ver o ver. Big mistake! Passei mais de metade do livro à espera de novidades. Talvez por isso, tenha sido uma leitura muito difícil até meio da história. Mas à medida que o livro se distanciou do filme, a coisa começou a fluir bem melhor.
Apesar de ter alguns pontos bem diferentes do filme, a primeira parte do livro é muito semelhante ao filme e isso deixou-me entediada. Ansiava por factos novos, por algo surpreendente, o que só chegou depois do meio do livro, com a viagem à Bahamas nos aniversário do Nick. Até aí, mais coisa, menos coisa, não houve uma grande novidade. Curiosamente, os granted ponto de viragem da história são completamente diferentes entre livro e filme. E isso foi tão bom de ler.
Comparações entre livro e filme à parte, achei a história muito lenta. Todo o livro se passa num mês, mais ou menos (exceto o epílogo). A primeira parte então (que para mim vai até à viagem às Bahamas), são apenas duas semanas. 65% do livro só para duas semanas. Há passagens de tempo como ?desde a última discussão que não vejo o Nick?, e nós pensamos ?ok, passaram uns três ou quatro dias? Não. Passaram apenas horas. Chega a ser uma tortura de tão lento. O lado positivo é que mesmo sendo lento, não deixa de haver história ou acontecimentos importantes. Só acho que está tudo muito em cima umas coisas das outras.
Podemos falar da trope ?meio-irmãos?? Ok? A NOAH E O NICK NÃO SÃO IRMÃOS! Desculpem, mas isto realmente chateia-me. Eles não são irmãos, nem meios-irmãos e nem ?como irmãos?, visto que nem foram criados juntos. Não há qualquer relação de consanguinidade (ainda bem) entre eles, nem qualquer sentido de fraternidade, visto que não se conhecem. Não dá para pensar neles como família. Simplesmente não dá. São dois estranhos que acabaram de se conhecer, que por coincidência, os respetivos pai e mãe se casaram à revelia dos filhos. É que nem uma convivência pré casamento houve. Então, nem venham com essa de meios-irmãos! No livro, nem o William nem a Rafaella se importam com isso, então não entendo o porquê de existir esse foco tão grande numa relação que não existe: a de ?irmãos?.
Outra das coisas que mais me incomoda nesta história é a facilidade com que a Rafaella vai a um cruzeiro e sai de lá casada com o primeiro homem que lhe apareceu à frente. Sem sequer falar com a filha. Não para pedir autorização, obviamente, mas quer dizer? É uma situação estranha. Ainda mais alguém que tem uma péssima experiência com relacionamentos. Não me interpretem mal, ela tem todo o direito de refazer a vida e ser feliz. O estranho é a facilidade, a rapidez e a total alienação da filha numa decisão que acaba por afetar também a Noah.
O Will, no início, também me parece uma pessoa estranha. Toda aquela ânsia de tratar a Noah super bem, de a elogiar freneticamente? Deixa-me bastante desconfortável. O Will é um estranho até ao dia em que a Noah entra naquela casa, claro que ela não vai ter uma relação super próxima dele no primeiro dia. E toda aquela simpatia inicial? Uh muito desconfortável!
A única cena que eu gostaria de ver no livro, foi uma das que mais foi diferente. Porém, eu super entendo essa diferença entre livro e filme. Toda a cena da piscina, em que a Noah tenta esconder o Nick do Dan é super engraçada no filme e uma lufada de ar fresco para quem assiste. No entanto, no livro não tem nada ver. No livro, é a própria Noah que propõe ao Nick fingirem que estão juntos, para que o Dan se vá embora. Pessoalmente, prefiro este confronto direto. Até porque eles não são irmãos, então não há nada para se preocuparem sobre isso. Mas, entendo que visualmente é muito mais interessante para o filme a cena cómica da piscina.
A outra cena que eu tinha alguma curiosidade de ver descrita no livro, era a tão empolgante cena dos carros frente a frente. Bom, é bem mais empolgante no filme, sem qualquer ponta de dúvida. No livro, simplesmente há um tiro e o homem cai duro no chão. Ponto final.
Mas porque nem tudo é mau. Apesar de ser um idiota, gostei muito mais do Nick do livro que do Nick do filme (que seria um grande canastrão, se não fosse o brilho do Guevara). Conseguimos entendê-lo e chegar a ele muito mais facilmente. No filme, gostamos do Nick porque o ator é bonito e seduz-nos, no livro não temos essa (grande) ajuda visual por isso torna-se mais ?sincera? a forma como o compreendemos e gostamos dele. O Nick do livro tem sentimentos e muitos mommy issues que nos dão vontade de o abraçar. Quando ele vê a Rafaella a acariciar o cabelo da Noah e se lembra que a mãe dele lhe fazia o mesmo, chega a doer quando percebemos que a falta da mãe ainda o magoa.
Já a Noah, pelo contrário, está muito mais agradável no filme. A Noah do livro é realmente uma criança em muitas situações. Às vezes duvido que ela tenha 17, mais parece que não passou dos 11. No filme ela é muito mais aguerrida, mais firme e muito mais determinada. Mas quando começa a lembrar-se do passado, dá um aperto no coração. Não dá para ignorar todo pelo qual ela passou e todos os traumas que ainda carrega. Mas senti mais dificuldade em ligar-me a ela, principalmente no início.
Resumindo: foi um erro ter visto o filme primeiro. Tenho a cerque teria gostado bem mais do livro se tivesse lido primeiro. Entendo que a autora tenha optado por ambientar a história nos EUA, para chegar a mais público, mas há certos pontos e informações que foram um pouco ao lado.
Acredito que possa gostar mais do segundo livro e terceiro livros, nem que seja porque ainda não vi os filmes.