karlinismo 25/08/2022
Há algo de estranho aqui...
Eu gosto do Papa Francisco. Sua figura envolve-se frequentemente em situações curiosas, para não dizer suspeitas, mas, ainda sim, a mensagem cristã que esforça-se para transmitir chega a nós sem grandes rasuras.
Eu nunca havia lido antes uma carta dele do início ao fim. Até então acompanhava apenas suas homilias. E apesar de correr um certo risco de precipitação, esse pequeno escrito pareceu-me muito esclarecedor sobre a evidente maneira de ser desse papa.
Primeiro que a simplicidade de sua comunicação me encanta e aqui ela permanece fiel, apresentando-se como uma característica inata. Sua sabedoria a mercê disso torna-se deliciosamente acessível.
E assim ele tem alertado incansavelmente, as vezes de maneira sutil, noutras mais contundente, sobre excessos, desordens, em nossa relação com Deus, que se repetem ao longo da história cristã, conhecidos atualmente como neopelagianismo e neognosticismo.
Perfeito! Eu sou uma entusiasta desse tema. E mais: considero impecável a apresentação de Francisco sobre ele.
No entanto, as coisas se complicam quando ele consegue contradizer-se enfaticamente num espaço de um parágrafo. Daí o estranhamento.
E não me refiro a uma pequena incoerência imperceptível, mas a algo escandaloso. Está lá, é só ler com atenção. Li, inclusive, para ampliar minha percepção textual, em português e espanhol.
Não entrarei em detalhes. Veja você mesmo.
Mas, de maneira geral, gostaria de expressar minha decepção em notar o Brasil e os países latinos abandonados. Um lugar onde nenhum possível benfeitor olhe para nós desde perto, conhecendo a realidade eclesial tal como é. Os problemas, quando não totalmente ignorados, são vistos de forma caricata, míope, e parecem compreender uma elite que não o povo de Deus.