O Bibliófilo Aprendiz

O Bibliófilo Aprendiz Rubens Borba de Moraes




Resenhas - O Bibliófilo Aprendiz


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Carolina 09/09/2023

Uma prosa sobre bibliofilia
"Não vive verdadeiramente quem não gosta de dar uma prosa com um amigo ou ler um livro com vagar."

Ainda que eu não seja nenhuma entusiasta de livros raros ou primeiras edições, tal qual o autor, ainda que a minha forma de bibliofilia esteja mais próxima daquilo que Richard de Bury descreveu em seu "Philobiblon", este livro me cativou devido a forma divertida de sua escrita e às diversas curiosidades narradas.

Esse tipo de bibliofilia voltada para a coleção de raridades, anda de mãos dadas com o amor pela história do livro. Foi desta forma que eu entendi o valor que os livros raros têm - mesmo quando seu conteúdo não é relevante, eles ainda são documentos que testemunham sobre a história da tipografia e da edição de livros.

Ou seja, colecionar livros raros é o mesmo que colecionar documentos que atestam sobre a história do livro no Brasil e no mundo.

Este livro em si é muito voltado para a Brasiliana (livros sobre o Brasil) muito procurados por colecionadores do mundo inteiro, e no fim aponta para a Brasiliense (termo cunhado pelo autor para discriminar os livros da Brasiliana que não são procurados no exterior, mas apenas dentro do Brasil) que seriam os livros escritos por brasileiros ou editados no Brasil.

Indico a leitura pra todos os amantes da história do livro, pois a narrativa perpassa assuntos como: coleção de livros, impressão, encadernação, restauração, preservação, primeiras edições, bibliografias, censura, tipografia, colação, primeiros livros impressos, brasiliana, brasiliense... Todos os temas são bem desenvolvidos, de forma leve, divertida e muito instrutiva, dada a erudição do autor, que é um verdadeiro profissional bibliotecário e colecionador.
Emanuel.Müller 09/09/2023minha estante
Muito boa a sua resenha! Recomendo em complemento com este livro, a leitura do ensaio "Memórias da Livraria" de George Orwell, em que o escritor inglês comenta de sua experiência de ter sido vendedor de livros usados em um sebo.


Carolina 09/09/2023minha estante
Gosto desse autor, li Revolução dos Bichos, ainda lerei mais dele




Tarso 29/04/2013

Muito bom para quem deseja se aventurar pelo mundo da História do Livro no Brasil
O livro é interessante, de leitura extremamente agradável. O autor nunca desejou realizar um manual para todos aqueles que desejam se tornar colecionadores de livros ou meros apreciadores, mas dar relatos pessoais, a partir de situações concretas (algumas ainda são atuais, apesar da obra ter sido editada em 1965), das questões que envolvem livreiros e bibliófilos e critérios de raridade (por sinal utilizados até hoje). Para quem gosta de frequentar bibliotecas e ainda se emociona ao manusear uma obra, esta é uma boa pedida.
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Ludmila119 31/08/2016

O bibliofilo aprendiz
Pensam que têm uma biblioteca razoável em casa? Esqueçam. Qualquer pensamento nesse sentido será rapidamente dissipado quando pegarem neste livro, onde se falam de colecções de livros, a sério.

Desde logo o autor aconselha a que se delimite o tema da colecção que se pretende reunir – sem se dissiparem os esforços será decerto mais fácil construir uma colecção mais valiosa e rara, aumentando quer o valor do conjunto, quer a satisfação de um colecção coesa e temática.

Cedo se percebe que o próprio autor escolheu um tema concreto reunindo livros sobre o Brasil, conhecendo episódios históricos quer de obras publicadas sobre o país, quer da história da publicação brasileira. O que faltará? Alguém que pesquise os princípios da publicação nalguns estados brasileiros.

Homem culto, disserta tanto sobre a forma de ir obtendo os livros, como sobre a forma de os armazenar e comercializar, diferenciando desde logo o comum dono de uma biblioteca do coleccionador a quem interessa reunir obras raras em perfeito estado, e, ainda do livreiro.

Se o livreiro tem de pensar primeiro no lucro das negociações, o coleccionador nunca poderia enveredar por tentar a carreira de livreiro, pois rapidamente acabará por tentar guardar para si os melhores e mais raros, vendendo aqueles a que ninguém interessa.
No texto vamos encontrando observações que são verdadeiras pérolas, desabafos de um coleccionador, verdades para quem gosta de ter os livros, e se sente exasperado em tentar explicar a quantidade de estantes ocupadas. Bem, esta pergunta já a ouvi diversas vezes e não me importuna. É preferível a perguntarem-me “Para quê tantos livros, não são todos iguais?”.

Não é de estranhar que o autor se debruce sobretudo sobre a atmosfera brasileira e realce tanto as obras que têm como tema o Brasil – apesar de ter passado grande parte da sua vida na Europa, nasceu em São Paulo e tem no país um misto de fascínio pela sua história e de crítica pela forma como não foram mantidos intactos e incólumes determinados exemplares.

Apesar de algumas especificidades, este livro tanto poderia ser sobre o Brasil como sobre outros países – por ignorância e por vaidade dos novos ricos, alguns livros acabaram descaracterizados ou danificados, outros desaparecidos (pelo menos de circulação).

Não sou, decerto uma coleccionadora. Gosto de ter determinadas edições de determinados livros, principalmente edições ilustradas de cada dura ou edições especiais de algumas editoras – mas nem por sombras sonho a ter uma colecção tão especializada e rara quanto a do autor. Tal carece de muito tempo e disposição, coisas cada vez mais raras.

Mas para quem gosta de livros e bibliotecas, é um livro curioso, carregado de episódios semi cómicos, de quem não sabe (nem quer) esconder alguma frustração, mas a aproveita para dissertar fluidamente sobre o tema. Uma leitura excelente.
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Lori 26/07/2011

Esse é um livro, no mínimo, difícil de comentar. Como não e um livro literário ou de ciências humanas, não é de uma área que eu conheço. Na verdade é um livro sobre um tema que não tenho a mínima noção, que são livros raros. Comprei pensando que fosse de um tema mais amplos sobre coleção e manutenção de livros, porém me enganei. Valeu a pena por saber como era o comércio de livros em décadas anteriores. Discordo de Rubens Borba em muitas passagens, porém penso que se deve por sermos de épocas diferentes e a relação com os livros mudou. Também nossa situação econômica é diferente, então não posso me dar ao luxo de falar que uma biblioteca boa é feita de livros caríssimos, quando compro os meus com esforços.

O meu principal incômodo com o livro se deve que para o autor uma biblioteca é formada por livros de certo gênero/autores/assunto e tem que ser especiais/raros. Eu não consigo concordar com isso, acho que uma biblioteca é formada pelo que a pessoa desejar sendo o livro de que época for. É ótimo quando se há uma organização e livros diferentes, contudo acho que vale mais a pena ter livros que importam para a pessoa, do que livro que importam por um erro de datilografia. Talvez ele esteja certo e isso não é algo de bibliófilo, contudo penso que talvez esse termo devesse ser mais amplo, onde não precisasse ter recursos para a pessoa se considerar algo. É ótimo quando se tem dinheiro para isso, porém não penso que um livro de centenas ou milhares seja melhor do que vários livros mais comuns.

Ele tem histórias interessantes sobre os leilões, a criação, os livros especiais e suas características únicas. É engraçado de pensar em uma época de pessoas a procura de livros. Ainda existem hoje, porém imagino que sejam poucos e ainda mais afortunados. O livro também dá algumas dicas interessantes para a preservação de livros, embora imagine que já sejam antiquadas, porém é bom ver as coisas que utilizavam, chegava a ser engraçado. O livro é um pedaço de pensamento antigo, onde livros não eram ameaçados como são hoje, ainda era um artigo que muito buscavam. Como será que Rubens Borba pensaria quando o governo alega que 94% da população é alfabetizada, porém pesquisas apontam que menos de um livro é lido por ano por pessoa nesse país.

Será que no futuro haverá livros discutindo sobre o futuro do mesmo frente a tecnologia e alguém estará lendo em um reader achando graça?

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http://depoisdaultimapagina.wordpress.com/
Carolina 09/09/2023minha estante
- Os assuntos tratados neste livro relativos à biblioteconomia, como a história do livro, a bibliofilia etc, fazem parte das ciências humanas.

- As críticas do autor se direcionam para pessoas que pretendam colecionar livros raros. Ele deixa claro que nem todo livro antigo tem valor para colecionador, apenas aqueles que apresentam certas características, relacionadas aos tipos utilizados, encadernação, erro de impressão etc. Os livros raros contam uma história, impregnada da própria história do livro no Brasil e no mundo. Se a pessoa vai juntar os cascalhos para comprar um livro antigo, que seja um bom livro antigo, e para isso o autor vai passar vários capítulos descrevendo quais são os livros que realmente interessam. Do contrário, a biblioteca do colecionador será apenas um amálgama de livros velhos sem valor, e não uma boa biblioteca.

Logo, as críticas do autor não se referem a outros tipos de colecionadores, como eu por exemplo, que não tenho interesse em colecionar livros raros.

- Os colecionadores de livros continuam existindo, inclusive os colecionadores de livros raros. Nada mudou com relação a isso.

Nunca foram muitos os que buscaram os livros. Hoje em dia podem ser ainda menos, porque há várias outras fontes de informação à disposição, inclusive gratuitas.

Rubens Borba de Moraes com certeza era conhecedor de todo tipo de estatística de leitura, e provavelmente considerava os índices brasileiros bem baixos. Durante todo o livro ele tece diversas críticas à falta de interesse e cuidado com os livros em países subdesenvolvidos como o Brasil.




garrido79 11/05/2019

Para bibliófilos e/ou amantes de livros
É um ótimo manual para quem está se iniciando neste mundo bibliófilo ou que tenha desejo em entrar nele, porém é um mundo que precisa tem uma alma feita para isso...
Se você não tem alma de bibliófilo, mas ama livros terá um ótimo proveito de qualquer forma, pois ele trás uma ótima historiografia do livro.
Se você está iniciando o hábito da leitura agora, pode ser que não compreenda algumas passagens, mas com certeza poderá ajudar a se apaixonar pelo livro.
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Két 07/11/2019

O bibliófilo aprendiz
O livro ?O bibliófilo aprendiz? foi publicado pela primeira vez em 1965 e escrito por Rubens Borba de Moraes. O autor nasceu no ano 1899 em São Paulo e faleceu aos 87 anos no ano 1986. Entre muitas ocupações Rubens Borba de Moraes foi bibliotecário, bibliógrafo, bibliófilo, historiador e pesquisador brasileiro. Em sua obra (O bibliófilo aprendiz), o autor propõe ser um guia para formar uma coleção de obras, sejam elas raras, antigas ou modernas.
De acordo com o autor, ao se iniciar uma coleção é preciso definir sobre o assunto que a biblioteca irá contemplar, pois isso tem relação com o valor que essa biblioteca terá. É comum ás bibliotecas públicas ter de tudo e não ser especializada em nada. Então o primeiro passo é pensar antes de agir. O autor é muito feliz em sua dica, prevenindo bibliófilos de gastar dinheiro à toa, idealizar possuir livros que jamais terão condições de possuir ou de ficarem perdidos sem um objetivo. Grande parte das informações, principalmente históricas, são apoiados em dados científicos, pesquisas e outros documentos. O livro é também uma fonte de informações e um livro de curiosidades sobre livros e tudo que está relacionado a ele, sobre livros brasileiros, sua origem e evolução. Tudo de forma sucinta e de fácil compreensão. O livro é repleto de informações e curiosidades importantes para bibliotecários e pessoas que se interessam por livros. Dados técnicos de uma obra, como encadernação, edição, reimpressão, erratas, imprensa, entre outras coisas mais são apresentados detalhadamente.
Em algumas passagens é possível perceber ideias machistas, como por exemplo atribuir encadernações artísticas somente às senhoras e senhoritas e, além disso, dizer que isso não é bem executado. Tudo isso sem ao menos apresentar um dado concreto que comprove tal afirmação. O autor tende a generalizar, sem um suporte científico, ao afirmar que os bibliófilos não gostam de esportes, por isso sua preferência por livros. Pode ser uma forma bem-humorada de tratar a preferência desse grupo, mas generalizações limitam pessoas, colocam elas em caixinhas e reforçam estereótipos. Ao longo da prosa o autor critica a falta de revisão do texto, má escrita e erros ortográficos. Porém o livro é repleto dos erros citados, trocas de letras e pontos finais em locais errados.
Como o próprio autor diz, os colecionadores particulares guardam memórias. A biblioteca de Rubens Borba de Moraes foi tão bem pensada e cuidada que se tornou um acervo muito rico. A conclusão da prosa surpreende. Após uma longa prosa enaltecendo primeiras edições, livros raros e antigos, o autor não desdenha das produções modernas, compreende seu valor e entende que os tempos são outros. O que é proposto no início da prosa se alcança com o belo trabalho do autor. É uma obra de fácil compreensão, com vários dados e curiosidades históricas, exemplos ilustrativos e pessoais e não exaustivo, que serve, sim, de guia ao iniciar uma coleção.
Referência:
MORAES, Rubens Borba de. O bibliófilo aprendiz: prosa de um velho colecionador para ser lida por quem gosta de livros, mas pode também servir de pequeno guia aos que desejam formar uma coleção de obras raras, antigas ou modernas. 4. ed. Brasília: Briquet Lemos: Rio de Janeiro: Casa das Palavras, 2005.
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Daniel263 01/11/2021

Um manual para colecionadores de obras raras
36º livro lido em 2021.

Escrito em 1965, é quase um livro datado - e talvez um pouco elitista.

Mas Rubens Borba de Moraes é um gênio! Ele escreve o livro de forma leve e em primeira pessoa, misturando relatos, curiosidades e instruções de boa conduta com um tom bem sarcástico e irreverente.

Bibliotecário, bibliógrafo, bibliófilo, historiador e pesquisador, o autor por vezes coloca trechos com um ar quase arrogante, mas há muita ironia temperada com erudição ali!

Ele fala muito sobre os livros raros e os mil nuances desse restrito mercado, bem como das excentricidades dos colecionadores e do árduo trabalho das pesquisas bibliográficas.

É um ótimo livro para bibliófilos, mas pode ser cansativo em alguns trechos, ou até muito ultrapassado em outros.

site: https://www.instagram.com/p/CQoL9c-rgz9/
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