Resenhas - Flores de verão

giovanna 03/04/2024

Pesado
Pesado e agoniante. Li em menos de dois dias. É um clássico hibakusha. Quero me aprofundar mais no assunto, então achei ótimo que temos referências de outras obras sobre o tema no final do livro. É surreal pensar na quantidade de vidas afetadas pela bomba, a dor do autor é quase palpável nas páginas. A obra é dividida em três partes: antes, durante e depois do acontecimento. A escrita fica ainda mais dolorida quando você conhece a biografia do Tamiki Hara.

Silmara 26/02/2024

A biblioteca Asano, da qual somente restara a carcaça, virara um necrotério. Pelas ruas ainda havia pontos de incêndio, e era forte o cheiro da m0rte.

Rosane 30/01/2023

Uma leitura impactante
Flores de verão, um título significativo.
A história do livro se divide em 3 períodos com relação à bomba atômica jogada sobre a cidade de Hiroshima: antes, durante e depois.
De início a leitura nos faz pensar em calmaria. A rotina comum de uma casa e seus moradores. Contudo, ainda durante a primeira parte do livro a narrativa cresce e vai se transformando.
As cenas pós explosão da bomba são tão detalhadas que a sensação de se ter levado um soco no estômago é constante.
Percebe-se com nitidez toda angústia e sofrimento que acompanhou o autor durante o resto de sua vida após a bomba.
Não dá para se imaginar o que se passou no âmago dos sobreviventes.
É uma leitura impactante e importante. Dura e real. Indispensável.
Fez-me refletir sobre a vida.

Fabio.Favero 27/11/2022

Os impactos humanos da bomba atômica e seu surrealismo
Neste livro de um novo filão surgido a partir da tragédia da 2ª Guerra, a literatura da bomba atômica (Genbaku bungaku em japonês), vemos as personagens algo autobiográficas de Tamiki Hara nas semanas antes da tragédia da bomba atômica, sem conseguirem imaginar a dimensão da destruição que viria; vemos a tentativa de se salvarem após o clarão (termo que é tanto uma descrição da explosão quanto uma metáfora da radicalidade física e psicológica que causou) e cenas de morte disseminada, as pessoas deformadas pela radiação, o gradual conhecimento de que a destruição era muito mais profunda e duradoura. Leitura devia ser obrigatória para qualquer um, pois mostra a dimensão de destruição que a tecnologia humana foi capaz de conceber. O livro também se destaca pelas fotos, que contextualizam a tragédia, em especial as primeiras fotos, que mostram o clarão e a cidade arrasada depois, e que resumem o impacto da bomba naquelas vidas e na humanidade.

Daniel Moraes (Irmãos Livreiros) 11/11/2022

Flores de verão, por Tamiki Hara
Flores de verão, escrito por Tamiki Hara, publicado pela Tinta da China Brasil, é um livro que relata os acontecimentos antes e após ao atentado da bomba atômica sobre Hiroshima.

Muito provavelmente haverá outro livro que relata tão fielmente a experiência da bomba atômica sobre Hiroshima, em 6 de agosto de 1945, lançada pelos Estados Unidos no Japão, durante a Segunda Guerra Mundial.

Um dia comum na vida de qualquer habitante de Hiroshima, até que se ouve um estrondo gigantesco e ensurdecedor. Tudo vem abaixo. Uma devastação sem precedentes com a bomba atômica que dizimava os habitantes de Hiroshima.

Sobrevivente da catástrofe que mudaria o curso da humanidade, o escritor Tamiki Hara, narra em "Flores de verão" os momentos que antecede, durante e o que se passa após a explosão.

A obra ainda traz em seu projeto gráfico, muito bem feito por sinal, imagens que mostram Hiroshima destruída em diversos ângulos nas aberturas e nos fechamentos dos capítulos, o que instiga ainda mais a ler a obra de Tamiki Hara e sentir na pele o sofrimento que a população sofreu com o atentado.

Inegavelmente, Hiroshima sofre os efeitos até os dias atuais. Ler através de uma visão de quem esteve no epicentro da catástrofe, em que dizimou todos os habitantes, animais, plantas, objetos, enfim, tudo que tem vida, gera um desconforto, contudo, nos faz refletir sobre a crueldade de quem faz o impossível para conquistar território.

Flores de verão, é um clássico da literatura japonesa, traduzido por Jefferson José Teixeira, cuja publicação pela primeira vez no Brasil no ano em que marca os 77 anos da tragédia, nos presenteia com uma obra de quem melhor retratou a experiência da bomba atômica.

Altamente recomendado!

site: irmaoslivreiros.com.br/flores-de-verao

Lusia.Nicolino 17/09/2022

Um silêncio que não pode nunca ser calado
“Produziu-se um clarão, e com ruído leve e sibilante, feito magnésio queimado, tudo virou de ponta-cabeça...” É assim que começa Flores de verão, traduzido pela primeira vez para o português, e que foi o livro de agosto do Clube de Leitura da Japan House com a Quatro cinco um. Nada mais pertinente, mas leitura obrigatória em qualquer mês do ano. Precisamos conhecer o passado para proteger o futuro. Hara estava no banheiro no momento fatídico e a estrutura o protegeu do clarão que dissolveu tudo. Em sua fuga, não faltou papel e lápis para retratar o horror, o desespero das pessoas, o rio que poderia proteger, mas que já estava contaminado, não era refúgio, era mais uma parada de dor. Um clássico da literatura japonesa. Um silêncio que não pode nunca ser calado.

Quote: Pouco depois, no galinheiro ao lado do barracão, dois pintinhos começaram a piar anunciando as horas. Suas vozes imberbes por um tempo divertiram Junichi, mas naquela hora ninguém estava prestando atenção neles. Raios de sol quente inundavam o céu sereno sobre os lilases-da-índia... Havia ainda umas quarenta horas até que a bomba atômica fosse lançada sobre a cidade.


site: https://www.facebook.com/lunicolinole https://www.instagram.com/lu_nicolino_le

Marina516 28/08/2022

As descrições foram muito desoladoras, extremamente difícil de ler um livro com um testemunho tão realmente do que foi Hiroshima. A semana foi difícil então estou particularmente abalada, mas o fim acaba em um tom muito esperançoso