Priii Reis 16/10/2022Curto e profundo como a vida.Daqueles livros que apesar de poucas páginas te faz vários questionamentos sobre a vida,e causa de tudo ânimo,encorajamento,vontade de chorar,de agradecer!
A personagem Ophelia tem muito haver com a escritora no final (pra quem gosta de ler comentários do autor(a) tem falando muito sobre isso, não foi tudo mas a essência estava ali.
É um conto lindo onde 4 personagens vão até sua criadora esperando para saber se ela os deixa guardados(quando não pública o livro)e eles voltam para o segundo limbo,ou se ela pública e os deixa livre para construírem suas próprias histórias no paraíso dos personagens.
Ophelia esta completamente em negação sobre aquilo,mas seus próprios personagens a incentivam a pensar que sim faz todo o sentido e que está nas mãos dela o futuro deles e isso envolve finalmente todos conhecerem o trabalho que ela tanto dedicou sua vida.
*******Resumo com Spoilers e trechos *****
Ophelia tinha acabado de concluir seu livro,depois de tanto tempo e dedicação e mesmo acreditando que não estava perfeito e nem um pouco segura do porque estava com medo, já que em sua profunda opinião nunca teria coragem de mostrar para ninguém,ela deu o inocente ponto final. E sua mente trabalhava no negativo,sempre se colocando pra baixo, se humilhando, não estava bom o bastante,era uma fraude, uma perca de tempo, ela sabia.
**Eu não tenho mais medo do escuro. Pelo menos não do que vem de fora. Meu maior medo está nas trevas que carrego dentro de mim. Dessas que estão tomando meu coração agora, até que eu esteja cansada demais para me preocupar.**
Enquanto dormia ela foi acordada por quatro fantasmas muito familiares dos quais ela tinha desenhado para sua história,no primeiro momento sem entender nada,não sabia que era possível saber que estava sonhando mas sentir que não.
**— Ophelia está... como é mesmo a palavra que ela adora usar? Ah, sim! Embasbacada.**
Sem entender absolutamente nada,e no mais suave silêncio alguém teve de perguntar porque estavam todos ali? Como eles estavam ali? Estaria ficando louca?
**— Estamos aqui para o nosso encontro, Ophelia. Você não pode estar assim tão surpresa. -¥£ – Que encontro?
— O encontro, Ophelia. O maldito encontro que toda criatura espera para ter com seu Criador. O encontro que vocês, pessoas de carne e osso, anseiam para ter com o seu Deus, e que nós, meros seres de éter e sonhos, estamos tendo com você.**
Entendendo menos ainda Ophelia rir,e percebe logo que ninguém mais o faz. E com uma grosseira um deles grita e fala:
**— Pelo Mar, Ophelia, publique logo esse livro! — O berro dramático de Frick desperta a minha atenção de volta a ele, que está deitado em minha cama com a pose de quem foi brutalmente assassinado. — Publicar? — Engasgo uma risada. — Não, não, não, essa história nunca vai conhecer leitor nenhum. Sem chance.*
Eles não entendiam,ela tinha um processo não estava pronto. Porque faria isso? Ela admite em alto e bom som, não era boa o bastante,não acreditava que fazia jus a nenhum deles,ela rasgou o peito para gritar ao mundo e aos seus sonhos que não era digna de te-los criado.
Então ela percebe,estão todos mortos e ele o pirata sedutor explica: Quando você nos matou, fomos para um primeiro limbo,até que o livro fosse finalizado. Ele inclusive sentia falta da única na trama que o Mar havia devolvido e reviveu Evangeline.
**— O segundo limbo — Strizax continua, alheio ao turbilhão de pensamentos que ocupou minha mente nos últimos instantes — é para onde vamos assim que o sol nascer. — Ele aponta para a janela que mostra a escuridão noturna. — E lá ficaremos até que você nos conceda a vida eterna.**
Ainda sem entender e descrente de tamanha responsabilidade,o mago explica: Ophelia você é a nossa criadora, o princípio de tudo que somos.
**Não somos criaturas feitas para isso, Ophelia. Somos feitos para conhecer novos mundos. Nossas existências dependem da multiplicidade de vidas que teremos em outras mentes. Em outros corações.**
E mesmo em negação no seu íntimo ela sabia e entendia. Mas ela não entendia isso acontecia com todos os escritores? Sim. Mas não era mencionado,o que podia dar a duas possibilidades:
o escritor nunca chegaria ao final ou mudaria tudo sendo que eles,os personagens apesar de tudo,assim que foram criados tinham livre arbitrio e suas aventuras levavam onde ele estavam predestinados ou escolhido.
**E todas as grandes histórias são sobre isso: não o que queremos, mas o que necessitamos .**
E mesmo depois de toda a descoberta Ophelia lutava consigo mesma, tudo era muito lou, o, irreal. Não teria coragem,sabia que não. Todos ficaram decepcionados, a mulher que os havia criado com tanta ferocidade, determinação e amor estava ali se desmerecendo.
**Se quer morrer pelo que ama, se quer doar tudo de si a essa arte, à sua criatividade, aos mundos que você criou, que seja da forma certa. Que seja uma morte grata e voluntária, como a de Frick.Que seja morrer uma parte de você para dar a vida à sua Criação. Nunca, nunca, morrer no desgosto e levá-la consigo.**
O final? surpreendente!! Amei. s2 mesmo em poucas páginas me mostrou tanto!