spoiler visualizarjuliana2035 03/08/2023
Romance de verão: HISTÓRIA??
January é uma escritora romântica, é uma otimista por natureza e a típica escritora que todos os livros terminam com finais felizes.
January sempre teve amor dos seus pais e estes eram o seu lugar seguro na vida, embora passasse a vida inteira a buscar aprovação e onde podia haver muitos picos (como o câncer da mãe), mas eles dançavam no meio de um restaurante, literalmente. O mundo de January era assim, encobrir sentimentos e fazer de tudo para estar bem quando nada estava bem, até o pai morrer, e foi aí que tudo desmoronou e tudo veio a tona de uma forma brutal: estava falida, com bloqueio criativo, obrigada a escrever livros best sellers, com um péssimo relacionamento com a mãe depois da perda e ainda com a descoberta que o seu pai tinha uma casa de verão para ele e para a amante, enquanto a sua mãe sofria com a doença.
E foi aí que se mudou para a casa de verão do pai (e da amante), pois não tinha mais nenhum sítio que pudesse pagar, e afinal, era uma casa de borla e onde ela vai reencontrar como vizinho, o irresistível Augustus Everett.
Augustus é um escritor literário de sucesso, indiferente ao amor, que não acredita relações nem em compromissos, é frio por opção e que odeia finais felizes, embora já se casara e se divorciara, pois a mulher trocou-o pelo padrinho de casamento.
A mãe de Augustus deixou-o quando ele era pequeno, pois não largou o pai do seu próprio filho quando este lhe partiu o braço, quando este lhe atirava todas as culpas, quando este descarregava a sua fúria nele, quando este lhe batia por tudo e por nada, simplesmente ficou ali a qualquer preço, e parte desse preço fora o filho aprender a odiar o nome, visto que quando o dizia, era em tom de desaprovação ou num grito zangado. A única pessoa próxima da família dele era a sua madrinha Pete, a bibliotecária fixe.
January reconhecia Augustus como um rival, pois Augustus podia fazer qualquer coisa que era sempre idolatrado (mas isso não impede o facto de ela achar que ele é atraente e mauzão), sendo rival na faculdade, venda de livros, publicidade, em basicamente tudo na verdade, mas tem muito em comum os dois: estão falidos, sem saber oque escrever, uma paixão por donuts e a morar ao lado um do outro.
Então, surge uma aposta entre eles para trocar de género literário, onde January ia ter que escrever ficção literária e Augustus uma ficção feminina, ou como Augustus gosta de chamar, um ?romance cor-de-rosa com finais felizes?, e quem o publicar primeiro ganha, e o derrotado terá de bajular muito o livro do adversário, fazer o máximo de publicidade e aumentar egos, mas claro que, como nenhum deles está habituado a esses géneros, irão ter umas sessões em que vão ficar a conhecer-se muito bem seja de personalidade, medos e histórias de vida onde vão conhecer os seus géneros literários e vidas de várias pessoas com as suas histórias.
January e Augustus conheceram-se na faculdade com conversas típicas, depois acenderam entre si, literalmente, uma espécie de fricção numa festa de faculdade, onde só havia olhares intensos e de desejo, e agora são vizinhos, que nunca esqueceram aquela noite, e querem com certeza repetir.
Com as sessões para se conhecerem e conhecerem o que escrevem, eles aproximaram-se muito falando sobre absolutamente tudo, como livros, empregos, álbuns embaraçosos, concertos, medos e histórias de vida.
Em algum desses encontros, foram tendo gestos românticos, como quando January foi para a praia chorar e uma gaivota cagou-lhe na cabeça enquanto ela chorava e o lindo Augustus esteve lá para a apoiar e o maior gesto foi principalmente da January no capítulo 13 ?, mas o problema é que esta não se sentia assim há anos, aquele peso do desejo, aquele medo de dar errado.
Numa sessão onde eles iriam ver um filme ao ar livre, January bateu com a cabeça no tejadilho do carro, um tanto cómica, e foi aí que se beijaram, onde as respirações lentas empurravam um contra o outro, as suas mãos em movimentos lentos e as coxas a reagirem contra ele, e January nunca se tinha sentido assim tão excitada, na verdade sim, na festa da faculdade com o mesmo homem.
Ver Augustus para January era como se ele fosse uma força física atraindo-a para ele, de qualquer lado do mundo, onde a deixava sempre quente e excitada.
Durante estes encontros, os leitores podem ter certeza que vai haver risos, afinal, é a Emily Henry.
Quando estes dois se despediam, não desejavam ?boas noites?, apenas diziam . E esse tornou-se o ritual noturno deles.
Sempre que January chorava, Augustus estava lá para a abraçar e compreender os seus sentimentos, e sempre que Augustus queria desabafar (ou que Janie queria que ele lhe contasse), January estava lá para ouvir. Eles eram a metade um do outro, e tudo voltada à noite do drive in, mil vezes mais intensa e cheia de emoções, mas não fazer nada com o Gus era o suficiente para acreditar que Janie ficaria bem e que sabia como gostava dele e o quanto que ele começava a significar. Nos encontros revelaram tanto um ao outro e iriam revelar ainda mais com o decorrer do tempo, e pela primeira vez, January não se sentia sufocada nem sobrecarregada com as emoções aprisionadas nem com as palavras reprimidas. Sentia-se vazia, um pouco leve. Sentia-se feliz.
Mais tarde, ficamos a saber que a visão de January para Augustus nos tempos de faculdade não era a mesma de como Augustus via January. Augustus era louco por Janie na faculdade, embora esta o odiasse, mas ele tentava de tudo para a conquistar: chegava atrasado só para se sentar à beira dela, deixava cair livros para ficarem só os dois, mas ela nem sequer olhava para ele, mas depois naquela festa? ele compreendeu que é louco por ela!
É claro que Augustus tinha medo de alterar a forma como January via o mundo e o amor, é claro que tinha medo de perdê-la, é claro que tinha sempre o medo de estragar tudo, mas os momentos e a felicidade que ele tinha quando estava com ela, era surreal. Gus e Janie podiam ter muitos altos e baixos, mas sempre querem tentar um com o outro, porque para eles, não importa se não tiverem um final feliz, porque só importa o feliz deles agora, não importa se Gus tivesse medo de se casar de novo, com Janie podia sempre tentar porque sabia como ela era uma pessoa incrível, a pessoa preferida dele e que, quando ele a vê, sente-se que é maravilhado por ela existir e por terem dado esta oportunidade ao amor deles.
A história que January tinha escrito era sobre um circo, de Eleanor e a sua família, onde foi fácil escrevê-la, pois tudo oque Eleanor sentia, era o que Janie sentia.
No final do livro ficamos a saber que quem ganhou ao desafio foi January, com ?A grande família Marconi?, onde Gus tinha escrito o seu livro ?O copo já está partido? ainda em manuscrito. Ficamos a saber que também Janie vendeu a casa de praia do seu pai, passando tempos com Augustus ou no seu apartamento.
Eles só queriam aproveitar o agora, não importava saber como acabava ou se havia dificuldades, e foi aí que Gus pediu a Janie em casamento com o seu caderno e caneta como comunicavam na varanda. Foi lindo.
E o livro terminou. ??
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Um aspeto que eu adorei neste livro foi o facto de mencionar algumas vezes Taylor Swift e quando eles começaram a escrever em papéis a falar um com o outro cada um na sua casa, deu muito a ideia do clipe ?you belong with me?, e a forma como a January ficava sempre a observar o Augustus, ai adorei esta referência ao clipe da rainha Tay ?.
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?????
?Quando o mundo parecia escuro é assustador, o amor podia levar-nos repentinamente a ir dançar, o riso podia aliviar um pouco da nossa dor, a beleza podia atenuar o nosso medo.?
?
?Toda a gente tem problemas, January. Às vezes, pensar nos problemas de outra pessoa é quase um alívio?
?It?s June in January, because I?m in love?
?Sonhei com Gus Everett e acordei a precisar de tomar de um banho.?
?Neste mundo, nunca recebemos as sombrinhas de papel que nos foram prometidas.
Gus - disse eu. - Tens de ser as sombrinhas de papel que desejas ver neste mundo.?
?A cada momento de cada dia, eu recuava enquanto o resto do mundo seguia em frente.?
?Finais felizes não acontecem a todos. Não há nada que possas fazer para que alguém continue a amar-te.?
?Nos livros sempre achei que os finais felizes surgiam com um novo começo, mas eu não sentia nada disso. O meu final feliz. era uma espécie de «felizes por agora», momentos de felicidade ligados uns aos outros e que não duravam apenas há um ano mas recuavam trinta. O meu «felizes por agora» já tinha começado e por isso este dia não era nem um início nem um fim.
Era mais um dia bom. Um dia perfeito. Um «felizes por agora» tão vasto e profundo que eu sabia - ou melhor acreditava - que não tinha de me preocupar com o dia seguinte.?