Madu 12/04/2023
Fonte de graça
Já tinha ouvido falar sobre esse livro, a fama dele, com certeza o precede. Ainda que tudo o que ouvi sobre ele tivesse sido positivo, demorei muito para lê-lo. A princípio tive um postura bem obstinada, não estava interessada em lê-lo.
Refletindo um pouco mais sobre o assunto, talvez eu tenha pressuposto que o livro seria maçante, e ainda que um romance, perdesse seu foco, por ter profundamente um aspecto espiritual arraigado. Nunca estive tão enganada!
Despretensiosamente, conversando com uma amiga, ela comentou que este livro estava na sua lista de leitura, e me passou uma outra perspectiva sobre seu enredo. Fiquei extremamente curiosa, e decidi, finalmente, lê-lo.
Bem... Depois dessa breve introdução sobre como entrei em contato com o livro. Falarei sobre ele, em si. Fiz questão de ser mais detalhada na resenha, pois esta obra se tornou um dos meus livros preferidos, definitivamente.
Nunca me senti tão representada por um personagem literário, como me senti pela Katy. E não é agradável ao meu ego reconhecer. Veja, quando somos apresentados a Katy, vemos uma menina extremamente infantil e superficial. Eu me vi nela, em diversas situações relatadas em seu diário. Não sei descrever inteiramente como me senti com isso - tenho refletido muito sobre minha dificuldade para encontrar palavras para sintetizar minhas emoções e pensamentos, é frustrante... meu consolo é saber que na Eternidade não haverá tal limitação.
Katy, relata em seu diário suas lutas, percepções da realidade, seus pecados e frustrações. É fascinante testemunhar o crescimento dela, ao longo da vida. O testemunho da mãe dela também foi incrível, exemplo de mulher virtuosa! Sua filha ao longo dos anos foi se tornando também uma mulher piedosa.
Os registros dela são sempre muito vividos e intenso. Nos momentos de alegria e gozo, a vida é bela e ela se encontra perfeitamente encantada com as maravilhas da criação, e crê que tal sensação será eterna. Igualmente, quando há aflição e choro, ela só enxerga desgosto e perversidade no mundo. Tudo sempre muito intenso, me faz lembrar de uma fala de Spurgeon; jovens, sua paixões são fortes e sua sabedoria é pequena, por isso orem continuamente - algo do tipo, não me lembro da citação na íntegra.
Os amores - não necessariamente, românticos, eram muito intensos. Esse é o ônus. O bônus, vem por meio de seus arrependimentos sinceros, e profundos. Quando ela era conduzida pelo Consolador a se arrepender, era uma entrega total e genuína. Desejo poder viver assim.
Com o passar dos anos, ela enfrentou diversas tribulações, muitas lutas e conflitos. Mas ela sempre buscou no fiel Amigo, auxílio para prosseguir. Foi sendo peneirada e provada, aos poucos a moderação e sobriedade foram sendo manifestas em sua vida.
Foi uma verdadeira inspiração. Eu me identifiquei, porque vi uma pecadora. Não foi uma personagem perfeita e irreal, mas alcançável e palpável com minha realidade caída. Ainda que falha, vi a redenção e santificação na vida dela. Me trouxe esperança, há misericórdia aos miseráveis e há consolo aos cansados. Tudo vindo do Trono da Graça.
Se tornou uma fonte de renovo para mim, muito mais do que um romance. Muito além!
"Esse livro é um tesouro para a sabedoria piedosa e feminina... Recomendo para toda mulher que quer andar com Deus, e homens também, que precisam entender melhor as esposas com quem vivem". -- Elisabeth Elliot