Resenhas - Taxista

William.Ramos 21/05/2024

Tirando o valor histórico, sobra muito pouco...
É importante entender que esse quadrinho é pós ditadura de Franco e carrega um caráter experimental e principalmente provocador em seus tempos, como resposta a tantos anos de repreensão.
No entanto, tirando esse valor histórico, sobra muito pouco, o personagem é muito inspirado no Táxi Driver de Scorsese, um "Zé ninguém" de moralidade dúbia, que acredita ser um herói de uma sociedade podre.
A narrativa é muito fraca, são inúmeras coincidências de roteiro, que mesmo propositais, te tiram a todo momento da trama.
As conclusões da duas histórias é uma tragédia a parte, os acontecimentos sem pé nem cabeça a lá irmãos coen, se encontram em uma conclusão simplista, no fim o sentimento é de perda de tempo.

johannbsf 24/02/2024

Um "mundo cão" como você nunca viu
Quando digo que "taxista" de martí é um mundo cão, quero dizer que se trata daquelas histórias que mostram o pior de uma sociedade e do intimo dos indivíduos, com sua mais pura violência.

Deve parecer estranho que eu diga que algo tão visceral venha de um gibizinho com traço cartoon e piadinhas, mas assim como maus, o traço simples em preto e branco e altamente expressivo, ressaltam uma crueza na história.

Taxista é um quadrinho punk, mostrando a falsa moralidade e religiosidade do nosso protagonista, que seria facilmente um redpill atualmente, destilando todos os seus preconceitos. Além de uma burguesia sem escrúpulos, uma família de desvalidos e uma irmã em estado vegetativo.

Martin scorcese encontra Nelson Rodrigues aqui

Essa história pode facilmente chocar alguém, pois certos temas em estilo cartoon tendem a ser doentios.

Vale a pena ressaltar as referências cinematográficas como taxi driver e mad max.

_lendogibi 13/02/2024

TAXISTA ?
Taxista é uma hq única, é necessário ter conhecimento do que rolava na espanha nos anos 80 pra tirar total proveito da história.

posso dizer que a hq é ruim? não!
mas ela não me pegou.

por não ter o contexto e conhecimento histórico suficiente, pra mim se tornou apenas uma história forçada e exagerada.

a segunda história é bem mais legal que a primeira e muito mais fácil de pegar as referências e a arte tem seus momentos.

apesar de tudo isso, entendo a importância da obra para a história e evolução dos quadrinhos europeus.

hq escrita e desenhada por marti e imprópria para menores de 18 anos.

Trindade 17/09/2023

De lugar nenhum
Esta HQ foi uma grande decepção. Fui levado a acreditar que seria excelente e um dos melhores trabalhos da editora. No entanto, pelo menos na minha opinião, esta HQ parece não ter um rumo claro e não leva a nenhuma conclusão satisfatória. Muitas ideias promissoras foram desperdiçadas, e o enredo parece cheio de espaços não finalizados. Além disso, a qualidade da arte deixou bastante a desejar.

Robremir 06/08/2023

Algo que prometia
A leitura deste gibi precisa ser contextualizada. Inicialmente ela foi publicada em periódicos. O livro contém dois arcos do personagem, e acredito que a intenção do autor era fazer alguns mais, mas então desistiu da profissão. A obra é de 82 e o autor tinha 27 anos na época. Dá para perceber o caráter experimental da história, e novelesco. Me lembrou um pouco Almodóvar na mesma época. Em algumas histórias percebe-se até a falta de tempo do autor para desenhar ( e tudo se consome no fogo). Em alguns momentos há uma real tentativa de crítica social. De certa forma, no primeiro arco se critica os pobres e no segundo arco foca os ricos, mas o taxista é um personagem que não se engole. Além de fazer poucas corridas ( há no máximo 4 corridas nas 160 páginas) é um personagem sem muita personalidade - ora heróico, ora vilanesco. Muito ingênuo, corajoso, mas pouco inteligente e extremista. Como os personagens dos filmes oitentistas. O texto é bom. Dá vontade de continuar a leitura. Os desenhos não são excepcionais, mas não são ruins. A apresentação é do Art Spielmann ( o que acrescenta um valor muito bom a obra). Acredito que não dá para falar que é um quadrinho ruim quando se pensa em tudo isso. Lamento pel quadrinista ter desistido

Guilherme 09/01/2023

Taxista
"Taxista" de Martí Riera foi um quadrinho que demorou a me fisgar, mais precisamente a partir do segundo arco de história (na metade do livro) que consegui achar um profundo valor na obra. Acho que isso acontece porque o estilo de narrativa confunde um pouco, fica entre uma aventura surrealista e uma comédia de humor negro. Mas é no segundo arco de história que já estamos mais habituados com a prosa de Martí Riera que somos tragados para uma aventura de tirar o fôlego, cheia de ação e decisões inesperadas. Vale muito a leitura.

Bruno Henrique 07/10/2022

Qual o valor?
Depois de quase duzentas páginas fiquei me perguntando qual seria o valor dessa leitura. Artístico, histórico, narrativo? Pelo menos para esses três não encontrei valor nenhum.
Uma leitura inócua perdida no bom catálogo da editora. Uma história preguiçosa, um texto muito bobo e uma arte qualquer coisa. Isso sem falar do final completamente sem graça.
O taxista entregou raros momentos de bom humor e ficou por isso.