André 20/08/2021
Um livro muito apegado à teoria
Pontos que gostei no livro:
O formato do livro todo é um diálogo entre o jovem e o filósofo, o que nos coloca no papel do jovem (que está aprendendo) e coloca os ensinamentos do livro ou o autor no lugar do filósofo (quem ensina). Isso torna o livro bastante didático e legal de ler.
Pontos não tão legais assim:
O jovem é uma pessoa muito explosiva, em vários momentos faz afirmações do tipo "você está completamente errado", "isso é um absurdo", "você é um hipócrita".
Em alguns momentos achei que o livro narraria uma briga entre os dois
O filósofo faz afirmações fortes sobre a psicologia adleriana (aquele tipo de afirmação que precisa ser explicada depois), mas não explica. E assim como eu, o jovem também ficou confuso
O livro é muito apegado à sua teoria que diz que as pessoas fazem as coisas não por causa do que viveram em seu passado, mas porque possuem propósitos para o futuro, o que os leva a tomar aquela decisão.
Adler nega a existência do trauma. Exemplo: uma criança que sofria bulling na escola não se torna um adulto que desconfia de todo mundo porque sofria bulling, mas porque já tinha a tendência a desconfiar de todo mundo, e acaba encontrando no bulling o motivo para justificar esse seu propósito (mas em nenhum momento mostra como surgem os propósitos).
Adler também nega a teoria de causa e efeito, dizendo que isso leva ao determinismo o que torna a vida de todo mundo previsível com base no seu passado.
A coisa mais absurda que li foi algo assim: "se uma dona de casa é responsável por limpar toda a louça enquanto o marido fica no sofá e as crianças brincando, ela não deve obrigá-los a fazer as tarefas domésticas, cada um decide o que tem que fazer. Talvez ela esteja irritada com tudo isso e crie um clima hostil enquanto faz as tarefas. Se ela criar um clima amigável nesses momentos (como por exemplo, cantar durante as atividades), talvez os outros ajudem ela."
Não acho isso um absurdo pelo ar machista da informação (acho que ele diria a mesma coisa se fosse um homem fazendo as tarefas domésticas), mas sim pelo apego à teoria e abdicação da vida real.