Giacomet1 04/03/2024
História sobre poder da comunicação entre mulheres
A história prometia, mas demorei um pouco para engrenar no livro. Ainda bem que insisti, porque o livro é bem interessante, apesar de eu ter algumas críticas quanto ao enredo. Gostei mais da descrição do passado que do presente. E, de fato, os eventos do passado é que tomam a maior parte do livro. Ocorre que o evento mais dramático do livro não acontece com a família Flores, mas com uma amiga, Eugênia, que é forçada a se casar com um Coronel e faz um plano de fuga que tem um final trágico. É interessante que Eugênia cria uma codificação por meio dos pontos de rendas para se comunicar com sua amiga, Inês, que narra a parte do passado. Aqui parece ser o ponto central, a capacidade de comunicação entre mulheres, mesmo quando há tentativas de silenciamento. Na descrição do presente, Alice é uma menina mimada, que não se dá bem com a mãe, mas ao longo do livro, parece dar aquele despertar para as reais condições das mulheres, e começa a entender a mãe. E esse despertar ocorre porque ela recebe um véu rendado por Eugênia, com a codificação, que ela e a namorada conseguem desvendar. Alice é uma das Flores, a sétima e última a estar sob a maldição. A autora também coloca alguns eventos de violência de gênero ao longo do livro que não tem relação com a história, e eu achei que ficou um pouco perdido. Ao mesmo tempo, a maldição das mulheres da família Flores é um pano de fundo bem interessante, que eu achei que poderia ter sido mais bem retratada.