O perigo de estar lúcida

O perigo de estar lúcida Rosa Montero




Resenhas - El peligro de estar cuerda


45 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3


Paola 20/05/2024

O erro de se ler um livro só pelo título?

Não curti muito o livro em si. Ele foca muito na loucura e lucidez de quem trabalha com arte (escritores, pintores, etc).
Além disso, o final fica muito bad vibe. Muitas e muitas páginas falando sobre suicídio, diferentes tipos e por aí vai.

Nota: lembrar de entender mais sobre o livro antes de começar a ler!
comentários(0)comente



Leh 18/05/2024

Sensacional
A analogia com que Rosa explica a relação de saúde mental e criatividade é fenomenal. Sou fã da escrita dela e cada livro me desperta algo novo.
comentários(0)comente



larissajustino 10/05/2024

Que-livro-meu-deus-do-céu
Eu tô desolada. Vai rolar uma ressaca das brabas por aqui. Há tempos um livro não falava tanto comigo!

Rosa Montero botou tudo pra fora nessas páginas em que percorri apressada, devorando tudo, quase que numa urgência em saber de tudo isso que nunca me foi dito antes. Meu Deus, maravilhosa.

O mais incrível é que esse livro chegou até mim sem nenhuma referência. Fui conhecer uma livraria na minha cidade natal e me deparei com ele ali, na estante. Li o que vinha na orelha e de cara achei que fazia todo sentido levar pra casa e ver o que o restante tinha pra me mostrar. Entre uma lista infindável de livros que a gente colaciona pra adquirir em algum momento, a melhor coisa foi ter passado esse na frente. Com tempo pra todos os propósitos debaixo desse céu, esse aqui chegou com os dois pés na porta, travestido em acaso mas de modo gritante me dizendo "lê isso aqui agora". E nada mais justo, porque antes tarde do que mais tarde.

Rosa Montero fala da existência enquanto artista mas fala, sobretudo, de uma existência com intensidade, com dor, com vulnerabilidade, contradição e melancolia e de sentimentos pesados que perseguem o ser humano e seus lados "difíceis", que às vezes parecem tão raros, tão pontuais em um indivíduo aqui e outro ali, quando na verdade são evitados, como um ajuste moral não verbal em que se determina "não falemos muito sobre isso". Mas Rosa faz diferente. Em O perigo de estar lúcida, todo mundo tem um quê de sofrimento e loucura e problemas mal resolvidos e flerte com a morte - vinda ao natural ou antecipada -, que nosso lado sofrido e louco e com problemas mal resolvidos se sente acolhido num lugar quente e seguro, longe de toda polidez e incompreensão.

(Essa resenha não tem propósito nenhum de ser bem escrita e bem finalizada porque simplesmente vim aqui botar pra fora tudo que senti no minuto seguinte ao fechar esse livro. Mas caio na real nesse exato momento de que não vou conseguir exprimir tudo.)

Existe um deslumbre, um sentimento sem nome pro que li ao longo dessas páginas - as quais, deixo bem claro, não são nada leves ou tranquilas, mas são como uma tormenta familiar, uma brasa morna pela qual a gente percorre descalço que não se pode dizer indolor, mas que provoca uma dor conhecida, já sentida.

São páginas de puro desfrute, em que li sem cansar como quem conversa com uma amiga. As pausas que fiz, senão pelo sono ou pelos compromissos, foram totalmente no intuito de digerir algum capítulo denso e cheio de referências, cujas notas tomei e vou atrás.

Dentre elas, uma das mais recorrentes é a que a autora faz à Sylvia Plath, e aqui registro o segundo fato mais incrível dessa leitura. No dia que adquiri O Perigo de estar lúcida, saí da livraria com ele e mais 3, sendo um deles A redoma de vidro, que já vinha na minha lista há um bom tempo. Diferente do de Rosa Montero, cheguei questionando se tinham o exemplar rosa que eu queria, porque não via exposto em nenhuma estante. E tinha, mas tava no estoque e o vendedor foi buscar, em meio à chuva, para mim. (Esse detalhe é importante pra ficar bem claro que os dois livros não estavam juntos, sequer próximos, como se a livraria ou alguém de conhecimento sobre eles pudesse fazer essa ligação organicamente algorítmica e me induzir a levar ambos. Mas, por pura obra do acaso, levei.)

Li A redoma de vidro pausadamente, porque precisava respirar em meio à tormenta mental da Esther, até pra não dissociar. O esforço era real e necessário. Lembro de uns dias depois de finalizá-lo até me sentir melhor. "Meus amigos voltei, não era depressão, eu só tava lendo Sylvia Plath", pensei em tuitar. Foi uma leitura doída, arrastada por ser doída, que fez sentido quando fechei a capa e muito mais quando abri a do livro de Rosa Montero. Inacreditável. E grande obra do destino.

A sensação é de que essa é uma obra viva, que não acaba quando termina. Eu posso voltar e reler muitos dos trechos que me atingiram porque rendem um bocado de reflexão. Posso também reabrir e buscar uma das milhares de referências entregues pra entender melhor as questões ali abordadas. Definitivamente, é um livro que não entrega suas palavras e se prontifica a ficar intacto no acervo, com sensação de missão cumprida. É fonte pra se revisitar quantas vezes necessárias. Sylvia Plath foi só uma das diversas referências ali discorridas. Tem chão demais pra explorar a cada página, cada autor, cada poema e obra mencionada.

Eu não sabia nada da Rosa Montero, mas agora quero saber o que puder. E ler o que mais ela tiver pra me mostrar - e que eu talvez sequer imagine minha urgência em descobrir.
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



Sarah ^-^ 06/05/2024

Livro incrível sobre a relação entre criatividade e a loucura. Rosa Montero escreve lindamente, mas em alguns capítulos sinto uma angústia devassaladora, pois tem temas pesados sobre suicídio, morte e etc. Curti muito o capítulo biográfico da Sylvia Plath, para conhecer melhor essa autora. Enfim, um livro super interessante para nós artistas sentirmos abraçados com a nossa loucura compartilhada ??
comentários(0)comente



nay.gba 02/05/2024

RELATOS POTENTES
O perigo de estar lúcida é uma não ficção de uma grande romancista espanhola.
Com relatos sensíveis e potentes de inúmeros artistas e de si própria, Rosa Montero costura a complexa trama da arte como ferramenta terapêutica.

Através de anos de pesquisas, a autora reúne camadas potentes e reveladoras de grandes artistas que usaram a arte como meio ou tentativa de cura.
Temas como traumas de infância, alcoolismo, distúrbios mentais, velhice, pobreza e machismo são alguns dos elementos dessas histórias.

Outro ponto importante é que senti estranheza na escrita e sendo o meu primeiro contato com Montero não saberia apontar se a foi pela tranquilidade que ela acolhe a loucura ou pelo estilo em si de sua escrita.

Enfim, gostei bastante da perspectiva da Rosa, ela tem um olhar bastante alinhado ao meu em relação a saúde mental e a intrínseca relação social. Uma ótima visão contemporânea de um passado não tão distante.
Leitura Recomendada.
Beta 04/05/2024minha estante
É curioso como ela aborda um assunto tão pesado com uma linguagem que tem até humor né?


nay.gba 04/05/2024minha estante
Ela diria que ela já abraçou essas sombras


Beta 05/05/2024minha estante
Verdade!! Me inspirar nela ?




bella 30/04/2024

Vou me arriscar porque ainda corre sangue nas minhas veias.
Fluxo absurdamente gostoso e natural. vi algumas resenhas aqui dizendo que era como se o livro fosse uma conversa entre amigas e é exatamente isso! inclusive, depois de descobrir a idade da autora, fiquei surpresa com tamanha modernidade pra tratar de alguns assuntos mais "da nossa geração" - entre aspas porque alguns temas são cíclicos no cotidiano, mas deu pra entender. também me encantei por essa arte de capa! pesquisando um pouquinho vi que era da designer luciana facchini, responsável pelos projetos internos da falecida cosac naify. que legal!!
comentários(0)comente



bella 30/04/2024

Vou me arriscar porque ainda corre sangue nas minhas veias.
Fluxo absurdamente gostoso e natural. vi algumas resenhas aqui dizendo que era como se o livro fosse uma conversa entre amigas e é exatamente isso! inclusive, depois de descobrir a idade da autora, fiquei surpresa com tamanha modernidade pra tratar de alguns assuntos mais "da nossa geração" - entre aspas porque alguns temas são cíclicos no cotidiano, mas deu pra entender. também me encantei por essa arte de capa! pesquisando um pouquinho vi que era da designer luciana facchini, responsável pelos projetos internos da falecida cosac naify. que legal!!
comentários(0)comente



Mila 28/04/2024

Diagnóstico do artista?
Me sinto como a Rosa Monteiro ao escrever essa resenha sem saber por onde começar? Esse livro foi uma descoberta interessante! Eu estava na livraria, li o início da sinopse e senti que deveria lê-lo, como se estivesse em um momento de clareza ou satori (fenômeno que é explicado no livro).

?O perigo de estar lúcida? é uma forma de autodiagnóstico artístico. A seguir preciso compartilhar algo que me deixou BEM DELULU desde o momento que eu li:

Descobri que ?alguns autores consideram que uma propriedade fundamental do cérebro criativo poderia ser a desregulação de diferentes neurotransmissores, em especial a dopamina. Pois bem, parece que os neurotransmissores também estão alterados nos casos de transtorno mental. Portanto, talvez a diferença entre a criatividade e o que chamamos de loucura seja apenas quantitativa.?

Ser viciado em intensidade é condição de vida do artista. O livro estabelece a relação dessa necessidade e a grande ?coincidência? dos casos de suicídio e uso de drogas entre escritores. O suicídio em si, na maioria dos casos entre artistas não se dá pelo agente querer morrer, mas por não conseguir viver tao intensamente como deseja, por um momento de despersonalização onde vc é apenas um espectador e nada mais faz sentido. Já o uso das drogas é para entorpecer o eu consciente e alcançar o inconsciente, que é considerado o momento de iluminação do processo criativo.

Se eu continuar a escrever sobre esse livro provavelmente contarei tudo o que descobri e que me deixou tão fascinada, de forma que não será mais uma surpresa para você que lê essa resenha.

O que posso dizer é isso: com certeza um dos melhores livros que explicam a neuro psicologia por trás do artista!
comentários(0)comente



wileninha 27/04/2024

Definitivamente não é um livro pra se ler rápido. leitura com muitas citações (bem interessantes inclusive), e capítulos bem densos. não consegui engatar muito... eu diria que é um bom livro de ler aos poucos.
comentários(0)comente



Carol2552 23/04/2024

A leitura é muito fácil, pois é como se Rosa Montero (a escritora) tivesse uma conversa com o leitor.
Confesso que em muitos momentos me sentia um pouco perdida, pois cada capítulo falava de algo diferente, mas que era relacionado com o principal tema do livro e conectado com os demais capítulos. Muitas vezes tinha que voltar e pensar do por quê ela estava mencionando aquilo rs.

Apesar da confusão, as situações são maravilhosas (apesar de muitas). A autora tem um repertório impressionante.

Uma leitura que marca e que te faz entrar na onda da autora!

*Algumas* falar da autora que me marcaram:

"Você vai crescendo e um belo dia descobre que aquilo em que acreditava firmemente na infância era uma falácia ou uma bobagem. A vida é uma constante reescrita do passado. Uma desconstrução da infância"

"Embora o mais interessante seja que justamente as partes que não são verdadqo são as mais
verdadeiras. Elas representam de modo mais profundo essa vibração na fronteira do tangível, essa realidade nebulosa e escorregadia que para mim é a essência do mundo."
comentários(0)comente



Liscarla.Duarte 22/04/2024

Foi uma leitura tranquila, sentia estar num café com uma amiga e ela me contando as maluquices que acontecem na vida dela. Entender mais sobre o ser criativo e como funciona a mente daqueles que criam é incrível
comentários(0)comente



BArbara283 22/04/2024

Loucuras com pitadas de lucidez
O trabalho que a autora fez nesse livro é sensacional e nos tira do eixo. As informações sobre doenças mentais são feitas de maneira leve, bem humorada e que traz ótimas reflexões. Umas das melhores leituras do último ano.
comentários(0)comente



wane 20/04/2024

Entre os limites da criação e da loucura
Alguém comentou que se sentiu conversando com uma amiga próxima, e eu concordo. O livro é cheio de referências e, às vezes, parece um compilado de micro biografias. Mas a obra não se limita a isso e somos apresentados também há diversas fases da vida da autora (algumas reais, outras inventadas).

Pra quem tem alma de artista, é artista ou aspira ser, o livro é reconfortante. Grandes gênios da escrita também foram/são pessoas como eu e como você. Abrace o medo de devanear demais e aproveite a viagem!
comentários(0)comente



I7bela 17/04/2024

Conhecendo Rosa
Quando eu tinha 7 anos eu comecei a criar histórias para calar o que acontecia fora do meu quarto. A primeira história foi sobre existir uma porta na parede do lado da cama, onde eu poderia me "teletransportar" para um lugar cheio de brinquedos e com uma central de comando. Os brinquedos que eu não poderia ter na época, estavam todos lá, me esperando quando as coisas ficavam pesadas na vida real. E eu me mudava para lá com frequência e eu conseguia imaginar tão nitidamente esse lugar que até hoje me lembro alguns detalhes. Não sei como isso começo, mas sei o motivo.

"O Perigo de estar lúcida", foi um dos melhores livros que li nos últimos tempos. Já faz algum tempo que não conseguia me concentrar em uma leitura e essa me levou para caminhos da história, da loucura, da criatividade e principalmente da escrita. Na adolescência me tornei viciada em cheiro de caneta e escrevi até formar um calo em meus dedos que tenho até hoje. Escrevia para criar uma outra realidade, uma outra persona para mim mesma, uma outra eu, escrevia em cadernos que emprestei para amigas da escola ler. Uma história supérflua, adolescente, mas que me salvou algumas vezes.

Escrever trouxe cura para muita das minhas dores, criar histórias e ter uma mente tão fértil sempre foi meu resgate e Rosa Montero fala tão genialmente sobre cada fragmento da minha cabeça que me perguntei seu já não conhecia ela. O livro é uma jornada entrelaçada em sua vida pessoal, citações de escritores, suas vidas pessoais, seus devaneios, suas lucidas loucuras. A sensação é que me sentei com Rosa em uma tarde e enquanto via o dia indo embora, nós falamos em risos e lágrimas sobre como é delicioso escrever e como é doloroso não ter em mãos a dose extra de loucura para a escrita.

Eu ri, chorei, me encantei com suas descobertas e sua descrição de encontro a uma baleia, sério, uma baleia. Foi um dos trechos mais lindos e quase pude estar naquele momento junto com ela. Foi meu primeiro livro de Rosa, mas espero ler muitos outros dela.

Leitura obrigatória.
comentários(0)comente



45 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3