A consulta

A consulta Katharina Volckmer




Resenhas - A consulta


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Rosangela Max 08/05/2024

Temas interessantes em meio a muita bizarrice.
Ê uma história curta e a sinopse entrega boa parte do que acontecerá.
Tem uma escrita corrida, sem quebra em capítulos e com parágrafos longos. Os assuntos são emendados um no outro, o que pode confundir as vezes.
É impressionante a quantidade de temas que a autora conseguiu abordar em poucas páginas. Não se prolongou em nenhum deles, mas transmitiu a essência de cada um. Todos dividem espaço com relatos pervertidos e peculiares da protagonista. Sem contar que foi divertido tentar montar o perfil dela tendo como base as dicas que são contadas ao longo da história.
Foi uma leitura surpreendente para mim porque saiu da mesmice. Apesar de ter achado algumas partes exageradas na ?estranheza?, outras foram sensíveis e realistas a ponto de me sentir conectada.
Valeu a experiência e recomendo para quem quer uma leitura ?fora da caixinha?.
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jota 15/01/2023

ÓTIMO: cáustico e hilariante monólogo com pitadas de Roth e Bernhard, que ainda mistura personagens tão distintos como Hitler, Jesus, Bambi, Frankenstein etc.
Lido entre 11 e 13 de janeiro de 2023.

Na sinopse do livro de Katharina Volckmer, a editora brasileira de A Consulta, a Fósforo, diz que o volume é assim uma espécie de O Complexo de Portnoy às avessas. Alguns críticos estrangeiros veem no monólogo torrencial da escritora alemã radicada em Londres uma prosa ácida que também lembra a escrita do austríaco Thomas Bernhard. Para quem aprecia Philip Roth assim como o autor de Extinção, meu caso, o livro de Volckmer é uma festa. Da qual só participei quando descobri na internet que Carlos Willian Leite, da Bula, havia incluído A Consulta entre suas melhores leituras do ano passado. Para mim, seguramente, essa será uma das melhores leituras de 2023; iniciei o ano literário muito bem, portanto.

Tal como está na sinopse, temos Sarah, uma jovem alemã de cerca de trinta anos, no consultório de um ginecologista judeu de Londres, metido entre suas pernas, que tudo ouve e nada diz, o doutor Seligman. Que ao mesmo tempo também poderia ser um cirurgião plástico a realizar um procedimento nas suas partes íntimas ou até mesmo um psiquiatra a ouvir incessantemente as confissões freudianas da paciente, uma mulher que gostaria de ser homem. Razão pela qual a Fósforo escreveu que o livro de Volckmer “retoma a melhor tradição do romance neurótico, ela nos conduz por uma jornada verborrágica que vai de mães controladoras e fantasias sexuais com Hitler até as propriedades medicinais da cauda do esquilo, passando pela inusitada ideia de que as mudanças anatômicas podem servir de reparação histórica.” Isso não é pouco, convenhamos, faz a festa do leitor se tornar um festival.

Evidentemente que ao chegar até sua tradução brasileira o livro já vinha do exterior carregado por uma série de resenhas entusiasmadas, como a do New York Times Review: “Um furioso monólogo cômico... com um desrespeito pelo decoro digno de Alexander Portnoy.” Ou ainda do Guardian: “Um desenredamento sombriamente engraçado da identidade nacional e sexual.”; da New Yorker: “Transgressivo... Incendiário.” E da Paris Review: “Sexy, hilário e subversivo.”, só para ficar com apenas algumas das mais expressivas. Não se trata de bajulação para vender livros ou ficar bem com a escritora estreante; de fato o monólogo de Volckmer tem todas essas qualidades mesmo. Ela trata de assuntos sérios, como a culpa alemã pelo Holocausto, por exemplo, com humor, ironia e mordacidade. E sobretudo com honestidade, como sua autora.

Numa entrevista a um periódico italiano Volckmer confessa que seu sentimento de culpa em relação aos judeus ainda é muito forte: “Quando vou a um jantar e me apresentam a alguém e só depois me dizem que é judeu, me sinto extremamente incomodada. Gostaria de pedir desculpas, de fazer alguma coisa, mas seria tudo inapropriado. Então permaneço calada.” Ao contrário de sua personagem, que fala pelos cotovelos e assim prende a atenção do leitor ininterruptamente. De volta a CWL, da Bula, que escreve muito melhor do que eu, claro, e soube resumir bem o conteúdo de A Consulta:

“Divertido, engraçado, chocante, mas também severo, sério e dolorido, o livro é, sobretudo, o diário de uma guerra interior, contra algo que habita os mais profundos recônditos da mente, uma guerra travada com a própria identidade sexual — mas com alguma esperança de que uma mudança anatômica seja capaz de reparar a história.” É isso.
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juddy1 16/06/2022

"Somos os pecados uns dos outros, dr. Seligman..."
Primeiramente esse livro aborda tantos assuntos que eu me pergunto como a autora conseguiu compactar tudo isso em meras 104 páginas... Sexualidade, identidade de gênero, pertencimento.. enfim kkkkk muitos assuntos

Por se tratar de um monólogo a personagem principal vai falando tudo o que dá na telha, é como um fluxo de pensamentos em que você às vezes se perde com tantas comparações mas que no final sempre fazem sentido kkkkkk e muuuitas vezes surgem idéias bem bizarras mas que só deixa a história mais envolvente a cada página.
Em um primeiro momento até parece que ela está em uma sessão de terapia, mas você descobre que na verdade não é bem isso que está acontecendo, e vai descobrindo mais da história quanto mais ela fala. Eu realmente me conectei com a personagem e a vida dela com poucas páginas, é até como se conhecesse ela a um bom tempo.
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Jackie! 17/08/2023

Mulher Doida!
Eu nunca tinha lido um livro alemão antes, acompanhar uma mulher lidando com o peso dos horrores produzidos por sua pátria não tão amada assim, foi bem interessante.

Eu adoro livro de mulher doida, que fala tudo sem se censurar ou temer o que vão achar e aqui isso é muito bem servido. A protagonista está no meio de um procedimento, enquanto em meio a um grande monólogo conta ao doutor tudo que a levou até aquela consulta.

É um livro bem divertido que te faz parar e colocar a mão na consciência em diversos momentos com um humor super ácido!
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Rapha (: 18/09/2022

Um livro incrível!
A consulta é um livro potente, corajoso e muito afiado. Do começo ao fim, temos um monólogo neurótico de uma mulher que tem como interlocutor seu médico. No entanto, é aos poucos que vamos entendendo qual a especialidade desse médico e o que ela faz ali, e descobrimos que não é o que somos levados a imaginar em um primeiro momento, e ao compreendermos o significado dessa consulta, conseguimos enxergar novas camadas de interpretação a todo os questionamentos feitos pela narradora. É também aos poucos que vamos entendendo toda sua história, seu processo de autoaceitação decorrente de uma lúcida compreensão da sociedade, e consequentemente, do seu papel nela.
Durante a narrativa vários assuntos profundamente atuais são abordados: a dominação masculina, padrões de beleza, sexualidade, pertencimento, religião, suicídio, família, entre tantos outros. A questão da culpa que os alemães carregam também perpassa toda a obra, e a narradora aborda isso como alguém que não vivenciou o Nazismo, mas se sente obrigada pela sociedade a compartilhar esse sentimento, no qual, de maneira muito clara e crítica ela consegue ver muita incoerência e hipocrisia.
O que me chamou muita atenção é a mordacidade com que a narradora trata todas essas questões e o seu humor ácido, zero preocupada com o politicamente correto. As piadas que no começo pode incomodar, vão dando espaço para um discurso mais sincero, e vamos percebendo que ela, na verdade, faz uso dessas piadas como uma forma de autoproteção, e que ao se sentir confortável e confiante, baixa a guarda e abre mão delas. É também muito interessante a capacidade da autora em transparecer na escrita essa mudança de tom que ocorre de modo muito sutil. Sutileza e mordacidade, o escancarado e o não dito: pra mim são essas dualidades que dão um tom tão único a esse livro que me ganhou totalmente.
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Mari Pereira 04/02/2023

"A maioria das pessoas é muito chata, não?"
Inteligente, afiado, divertido, profundo.
"A consulta" é um livro-desabafo de uma paciente em um consultório.
Ao poucos vamos conhecendo sua história e o contexto da misteriosa consulta, enquanto ouvimos (lemos, na verdade) as elucubrações da personagem, que fala um pouco sobre tudo: sonhos, pesadelos, mãe, pai, amor, trabalho, sexualidade, Hitler, nazismo, igreja católica, corpo, judeus, Hollywood, Bambi, culpa, férias e por aí vai.
Entre cenas de riso incontrolável e outras de dor profunda, achei a leitura incrível.
Só posso indicar que leiam.
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Alisson.Venazzi 16/05/2022

O pau judeu
Sempre achei que o medo é a coisa mais íntima que carregamos conosco. E esse medo nos deforma, nos pesa e nos preenche e, se deixarmos, nos reveste e por nós se apresenta. E assim nós definimos, por nosso medo.
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@buenos_livros 19/06/2022

A Consulta - Katharina Volckmer ??
?Tentei durante tantos anos ser alguma coisa que considerassem genuína, mas agora sei que sou apenas o produto de todas as vozes que já ouvi e de todas as cores que já vi, e que tudo o que a gente faz causa sofrimento em alguma parte.?
-
. 49/2022
. A Consulta (2020)
. Katharina Volckmer ??
. Tradução: Angélica Freitas
. Romance | 104p. | e-Book
. @fosforoeditora
-
. Um fluxo de consciência que discute temas como a síndrome de Quasímodo, as profundezas da psique humana e seus desejos mais íntimos. Qualquer coisa que fale sobre a história poderá ser spolier, mas adianto que não é uma leitura para todos, momentos de escatologia e brutalidade quem podem gerar gatilhos. Vale pelas discussões que suscita e pela escrita veloz que replicam perfeitamente uma mente que não encontra paz.
. ??????
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Marilia Verdussen 19/06/2022

A quarta estrela veio nas últimas duas páginas
Acompanhando clubes de leitura, lançamentos e críticas empolgadas, peguei livros muito bem indicados para acabar me deparando com histórias de perversões, escatológicas, pesadas. "Rinha de galos", "Temporada de furacões", "Morra, amor, morra", apesar de tremendamente bem escritos (e é por isso que se segue neles até o fim), parecem que estão mais a fim de seguirem na transgressão do que aprofundar em algum tema. Cansativo. "A consulta" traz perversões, é muito bem escrito, mas vai mais longe, traz reflexões que gostei bem. Comecei a ler sem saber do que se tratava, rápido se saca o tom de "O complexo de Portnoy". O Roth tem um personagem se confessando para o analista, cheio de culpa, angustiado e acachapado pelo Outro. Katharina Volckmer traz uma personagem se abrindo pro médico que vai operá-la, personagem cheia de culpa e angustiada, mas que ridiculariza o Outro. Ela se ridiculariza também. Cansei logo com o exagero das transgressões. Mas o livro anda e desenha cada vez mais e muito bem e delicadamente, sem insistência, o que é ser criada como menina, ter dificuldades com a mãe, com o pai, com a própria história e, surpresa, como o amor pode possibilitar uma cura nesse horror que pode ser a relação com o próprio corpo. É um amor difícil de se reconhecer, que nasce no perverso, em que duas loucuras ou dois sintomas se encontram (e é assim mesmo, com ou sem podridão). As duas últimas páginas me deram um golpe tão forte que fiquei feliz de tê-lo lido. Indico o livro? Só se você tiver curiosidade sobre os temas e suportar o pesado. É bem pesado. 98 páginas que não se lê em um dia.
Raquel 22/09/2022minha estante
também passei quase a leitura inteira achando que se tratava da transgressão como próprio fim. Mas de fato, a redenção vem ao longo da leitura. Tenho a impressão que o mesmo se passa nas relações com as pessoas: assim como poderias ter largado o livro por achá-lo por demais violento, às vezes rejeitamos as pessoas por não as compreendermos. Insistir na leitura me possibilitou uma melhor compreensão e inevitavelmente, empatia pela personagem. Fiquei pensando nas pessoas a quem não é dada essa chance de compreesão amorosa.




Nat 08/10/2023

Leitura super rápida e fluida.
Cheia de reflexões, consegui marcar muita coisa dele.
Bastante cômico também
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livrosmortificados 16/09/2023

Hitler, jesus e frankenstein
Engraçado, cru e profundo.
Eu amo livros que são basicamente um monologo, um desabafo basicamente do (a) protagonista, você termina de ler e fica tentando digerir tudo aquilo.
É um livro sobre muitas coisas, mas principalmente sobre feridas abertas que mesmo ignoradas estão ali, a protagonista tem questoes com o nazismo por conta de sua descendencia alemã e por conta da familia, temos questoes de identidade de gênero, questoes familiares, e até mesmo o amor, tudo isso em 104 paginas por meio de desvaneios da personagem com seu médico.
Eu amei o livro, ri e chorei lendo, me identifiquei com muitas coisas que a ou o protagonista fala no livro.

"Não tenho medo de morrer ou coisa parecida. Sei que posso confiar no senhor, e que a morte é silenciosa. Não são nunca as coisas barulhentas que nos matam, as coisas que nos fazem vomitar, gritar e chorar.[...]A morte é tudo o que cresce dentro de nós, tudo o que vai finalmente explodir, abandonando seus circuitos naturais e inundando tudo o que precisa respirar. As infecções que supuram na surdina, os corações que se partem sem aviso."
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monteirobiaaa 04/12/2023

.
Nao funcionou p mim. a forma de narração (monólogo) não me atraiu, achei q juntou muito assunto, muitas vezes fiquei perdida com o tanto de informações.
demorei p pegar o ritmo desse livro e p entender o q de fato ele propunha.
muitas coisas desconfortáveis, cruas e reais. outras, na minha visão, desnecessárias.
nunca li nada parecido e deve ser por isso que estranhei.
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yas :) 20/02/2024

Um gato que late
Que escolha ousada estrear com um livro de tamanha incongruência (isso não é uma crítica!).

A consulta (ou a história de um pau judeu) nos leva à mente perturbada de alguém sem nome, sem início, sem meio, sem fim. Somos jogados ali no meio das pernas de um paciente em meio à uma cirurgia de início confusa, depois esclarecedora. E somos forçados, completamente contra nossa vontade mesmo, à penetrar essa psique pervertida, perdida, irreverente e disruptiva.

A/o personagem principal não pede desculpas por sua falta de tato social, apesar de constantemente fazer seu auto julgamento e ser uma espécie de carrasco de si mesmo, ainda assim fala e goza de uma lábia que, pela maneira como o livro foi construído, nos dá a impressão de uma torneira arrebentada que não para de espirrar litros e litros de água. É uma história para ler em um só fôlego, mas com muito cuidado. Personagens assim me ganham, porque diz muito do real e sai da chatice binária de ruim/bom. É humano e é estranho e é absurdamente isso mesmo.

Apesar disso tudo, me perdi na leitura por ler aos poucos e fui me desprendendo desse emaranhado de pensamentos, o que absolutamente influenciou negativamente a leitura para mim.

Puxem o ar e leiam tudo de uma vez, é surpreendente!
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Beatriz 18/05/2023

Pra ser sincera? não gostei, achei um monólogo cansativo e tão cheio de ideias e informações importantes misturado com humor ácido que te faz perder a meada dos pensamentos e compreender o que está sendo passado. apesar de abordar alguns temas tão importantes e íntimos, não dava pra absorver e refletir tanto porque logo vinha milhões de outras coisas que não agregavam na história. provavelmente era a intenção de quem escreveu causar esse desconforto por ser um monólogo em uma sessão de terapia, mas eu não curti.
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ban 01/02/2023

diferente do que estou acostumada?
é uma leitura engraçada e dolorosa. carregada de humor ácido com uma prosa crua sem fim.

a protagonista conversa sobre seus pensamentos mais polêmicos e banais para seu médico. chegamos a tirar conclusões precipitadas sobre o que está acontecendo, já que a autora não deixa claro a situação da paciente até o fim da obra.

o livro aborda tantos assuntos que me questiono como a escritora fez essa bagunça no meu cérebro com apenas 100 páginas.

consegui achar, no mínimo, diferente o jeito que a ela escreveu sobre coisas extremamente polêmicas de maneira agressiva e mordaz e no parágrafo seguinte falava algo leve e pacífico.

apesar de ser um livro pequeno foi uma leitura cansativa e que precisei de três dias para finalizar.

não sei se recomendaria acho que tem que ter muita força de vontade para ler esse monólogo neurótico?
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