O Professor

O Professor Charlotte Brontë




Resenhas - O Professor


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Julia.Martins 07/03/2024

Charlotte não é a minha Bronte favorita, mas sim Anne e embora eu goste muito de sua Jane Eyre, prefiro Agnes Grey ou A Senhora de Wildfell Hall de Anne Bronte. O Professor é um livro interessante, mas está longe de ser uma obra marcante para mim. Obviamente que como o primeiro livro da autora, é impossível exigir uma escrita mais madura - aliás, algumas partes me pareceram desconexas e entediantes - mas já nessa primeira obra é possível ver algumas das características da escrita de Charlotte: a tendência a escrever mocinhas casadouras e sofredoras e um modelo de masculinidade agressiva, beirando o sadismo. Na narrativa, acompanhamos o jovem Crimsworth e sua luta para obter sucesso na vida sem depender das suas conexões familiares abastadas, sua mudança de uma Inglaterra vitoriana rígida e sorumbática para uma igualmente melancólica Bélgica, em que se torna professor de jovens advindos de ricas famílias. Embora sejamos presenteados com um final feliz, achei que a narrativa sai muito rapidamente de um clima hostil e denso para o seu happy ending. Achei que alguns personagens não foram muito explorados, como o irmão de Crimsworth que aparece no começo da história e é mencionado umas poucas vezes posteriormente; tive a impressão de que ele seria alguém relevante para a história, mas isso não se comprova. Fora isso, achei a relação de Crimsworth com a sua significant other, no começo, um pouco cruel, a forma como ele lidava com ela, como se estivesse brincando com os sentimentos dela não me agradou. Entendo que os relacionamentos da época giravam em torno da autoridade masculina, mas mesmo assim fiquei incomodada com isso da mesma forma que fiquei em Jane Eyre. De qualquer forma é um bom livro, um excelente retrato da sociedade inglesa no século XIX e um esboço do que estava por vir na obra de Charlotte Bronte.
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Arieska 22/01/2024

O Professor
Mais uma obra que reforça minha opinião de Charlotte ser a melhor escritora das irmãs Brontë.
A história se passa de início na Inglaterra, mas é posteriormente transferida para a Bélgica. Órfão de pais, irmãos ou quaisquer entes que se importem, William Crimsworth deve conquistar um meio de sobrevivência unicamente por seus esforços. É um personagem cheio de orgulho, honra, disciplina e dedicação. Se esforça para ser justo e para merecer cada tostão que conquistar. A luta é grande e o fim da história recompensa.
Recomendo a leitura.
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Jess 05/01/2023

Não sei muito bem como julgar esse livro
Foi uma experiência diferente da que tive lendo Jane Eyre. Muitos fatores podem estar ocasionando isso... Talvez lendo a versão na língua original tivesse me prendido mais, parece que realmente falta uma originalidade por conta da tradução; além disso esse é dito o primeiro livro de Charlotte, então talvez seja diferente dos outros. Posso dizer que não me prendeu em todos os momentos e que muitas vezes achei ele meio desconexo. Mas mesmo assim, gostei muito de ler. Gosto do estilo de escrita de Charlotte, inclusive procurei os livros dela exatamente por sua história como escritora ter me conquistado tanto. Acho que talvez eu não seja madura o suficiente, também, para entender tudo o que o livro quis passar.
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Mel Rodrigues 06/11/2022

Lottie começou tão bem...
Quando se trata das irmãs Bronte, tenho uma predileção pelos trabalhos de Anne e Emily - minha experiências de leitura com "Vilette" e o adorado-por-muitos "Jane Eyre" não foram nada possitívas, mas minha percepção dela mudou em "O Professor".

O livro está longe de ser perfeito, ou tão fluido quanto a escrita das outras irmãs, mas ele é especialmente interessante (talvez por ser sucinto), com personagens e conflitos coerentes e bem estabelecido. Certamente me deu algum animo para ao menos começar Shirley, embora este seja outro tijolo gigantesco que parece seguir no caminho das obras da autora que não caíram nas minhas graças.
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Yeda 15/09/2022

É impossível não reconhecer as obras de Charlotte Brontë, sempre permeadas de seus princípios e opiniões únicas sobre estudos, dever, mérito e honestidade, além de seus personagens austeros. "O Professor" parece um protótipo de Jane Eyre, que pende mais para o lado psicólogico das personagens do que uma trama propriamente dita. Histórias e protagonistas similare , no entanto as características tão apreciadas em Jane Eyre são desmedidas em William Crimsworth e se tornam quase defeitos. O amor próprio se torna orgulho, a educação se torna tirania, a austeridade se torna crueldade e o senso de superioridade é tao exacerbado que caminha junto com a ingratidão. Nesse livro, todas as personagens são dissecadas sob aspectos psicológicos e julgadas de acordo com os ideias de Brontë . O detentor desse julgamento tão crítico, William Crimsworth, assim como Eyre, enfrenta diversas dificuldades as quais supera com sua pungente sensação de dever e seus princípios inabaláveis. Charlotte Brontë era uma impecável analista de personalidade e caráter, e já em seu primeiro romance isso fica claro. E, mesmo o protagonista sendo o professor Crimsworth, Frances é quem traz a leveza necessária para a narrativa e expressa os pensamentos mais ardorosos da escritora: a liberdade e a intelectualidade da mulher.
Ainda assim, "O Professor" também tem em seu âmago a originalidade, que aparece através de Hunsden, provavelmente a personagem mais inteligente da trama, que é sempre desprezado pelo complexo de superioridade de Crimsworth, pois sua inteligência é prática e vem da vida. É uma leitura gostosa, apesar de perder quase todo seu fulgor nos últimos dois capítulos e, por ter lido a obra mais famosa de Brontë, reconhecer temas, aflições e ideias não tão exploradas em seu primeiro livro, mas com certeza com menos filtro(em diversos momentos a narrativa quase toma o tom de desabafo) é interessante, tal como ver a evolução de sua narrativa.
Sobre Emma, só posso dizer que é infeliz que a obra não tenha sido terminada; a leitura de dois capítulos tão promissores foi agridoce, pois parece que traria uma nova faceta da autora. Ter esse vislumbre de algo tão único e que isso seja arrancado do leitor de forma tão brusca e rápida chega a ser trágico.
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