Justthais 13/02/2024
Não há como vencer quando se nasce mulher
A leitura desse livro me causou profunda sensação de raiva, tristeza, frustração, indignação e reconhecimento. Apesar de retratar a figura feminina coreana, a autora consegue retratar as micro agressões e problemáticas que qualquer mulher já sofreu: ser culpabilizada pelo assédio, desigualdade salarial, pressão da maternidade, etc.
Porém, voltando a mulher coreana, o livro é muito enriquecedor. Como se já não bastasse todos os problemas que enfrentamos, perceber a realidade feminina oriental é muito é estarrecedor. Desde da aceitação do aborto de bebês MENINAS, o fato que há pouco mais de 50 anos, as mulheres (irmãs ) iam trabalhar em situações degradantes para permitir que os homens da família pudessem estudar e prosperar, e até a recente recomendação da "mamãe em casa" como "receita" para melhorar um filho problemático, mostram como ser mulher em todas as épocas é difícil. Lutamos e conquistamos, mas a situação geral ainda tá longe de mudar, sem falar que ainda há muito mais o que conquistar
Se a mulher tem marido e filho e sai para trabalhar é relapsa, se desiste da carreira por eles, é sanguessuga... Quando vencemos afinal? Não importa qual caminho tomamos, sempre seremos infinitamente mais julgadas do que qualquer homem.
E o final... É risível porque é muito verdadeiro. Enfim, o livro é curto e ganha mais relevância com várias informações referenciadas de pesquisa que a autora traz nas notas.
Agora, só o que eu quero é poder usar um pouco da voz que tenho para poder fazer algo por aquelas que ainda são silenciadas e/ou não sabem a voz que podem ter.