Maria Fernanda 21/11/2022+ 416 fucking páginas pra isso? +Eu li "They Both Die at the End" logo quando lançou, lá em 2017, e lembro que achei um livro bem divertido, mesmo que não tenha sido ótimo - e mesmo que os dois personagens principais morram no final (risos). E o que me fez querer ler "The First to Die at the End" foi, primeiramente, o fato de ser um prequel (eu amo prequels) e, em segundo lugar, a perspectiva de ter uma leitura divertida como foi com o primeiro. Mas, infelizmente, não rolou.
Não consegui me conectar com absolutamente nada dessa nova história, que de nova não tem lá muita coisa por seguir a mesma fórmula do roteiro anterior. Eu esperava que Adam Silvera fosse trazer alguma revelação a respeito da DeathCast, mas não posso dizer que me surpreendeu o fato de não termos recebido nada nesse sentido. Até porque, a empresa ser um absoluto mistério para os próprios personagens, é um ponto que beneficia muito a escrita de Silvera, permitindo que ele simplesmente não precise dar resposta alguma ao leitor - na minha opinião, ele mesmo não as tem.
Fala sério, é um universo ridiculamente cômodo pro autor por não requerer esforço criativo de escrita na hora de explicar as coisas: basta dizer que a resposta para como a DeathCast prevê as mortes é um segredo dentro da história. E pronto. Agora é só fazer o que quiser com os personagens partindo desse pressuposto. E isso até seria algo 100% ok caso nós, leitores, não tivéssemos nenhum acesso ao interior da DeathCast, mas nós temos. Não apenas isso, como capítulos pov do próprio criador da companhia. E, ainda assim, Adam Silvera quer que apenas aceitemos que o personagem vai levar o segredo pro túmulo e ponto final. É um recurso narrativo? É. Mas um recurso narrativo que eu vejo como preguiça.
É chato dizer que "The First to Die at the End" não me cativou, porque vi muita gente amando o livro, fico sentindo que perdi alguma coisa... Mas, não rolou mesmo. Achei tanto os personagens como o enredo secos, sem sal e sem charme. Além de forçar demais a barra na hora de ligar essa história com a do outro livro, um negócio bem desnecessário. Também vale muito dizer que fiquei indignada com umas discussões super erradas que vão contra o espírito desse mundo fictício: se o intuito é fazer com que todas as pessoas tenham a chance de verdadeiramente aproveitar seu último dia de vida, por que colocar o personagem que está marcado pra morrer pra passar fome e sede o dia inteiro por causa de um impasse? Foi pelo bem maior? Mas aí a mensagem que fica é que, já que a sua vida está com as horas contadas para acabar, você não pode mais se priorizar. E, se é assim, pra que querer saber que vai morrer então? Questões, questões...
Contudo, entretanto, todavia, o clímax do enredo é muito bom. Achei a tensão da cena on point mesmo que já saibamos no que vai dar. O final mesmo foi meio idiota pra mim, mas, venhamos e convenhamos, eu já não estava mais em posição de gostar de nada depois de desgostar de praticamente tudo, né? Risos, risos. No mais, esse livro é uma coisa que, como comédia, não me divertiu, e, como drama, não me emocionou.