sojudeblueberry 16/05/2024
Seja mãe, eles disseram, é ótimo!
Esse livro é absurdamente necessário.
pra qualquer mulher, em qualquer lugar do mundo.
o importante é notar que por mais que a maternidade seja, onde aparentemente a condição da personagem comece, na verdade ao longo da narrativa da vida dela, a gente compreende que ali é quando vários pontos se ligam e a consiência de ser mulher ecoa.
ela viveu várias situações absurdamente injustas e cruéis apenas por ser mulher, e continuou respirando.
dentro do ambiente familiar, na escola, na faculdade, no trabalho.
ela viu sua mãe e irmã passando pelo mesmo.
sua chefe passar pelo mesmo.
mas ela continuou acreditando ou talvez, fingindo normalizar que todas os conselhos sociais a respeito de como a mulher deve viver em sociedade ou o seu valor dentro de uma, não é uma grande pataquada e lorota, ou que talvez as coisas um dia fossem melhorar.
ou até pensava se convencendo que, hoje não era tão ruim assim.
houve tempos que era pior.
o que nos trás a outro ponto muito importante na narrativa, que é, mesmo que leis mudem, a cultura é tão forte que não causam o impacto esperado.
não faz diferença.
muitas coisas continuam como sempre foram. e talvez ainda, serão.
é díficil ir de contra ela, por mais errada que esteja e por mais que saiba o quão errada ela tá.
o que acontece com Jiyoung é que até então, ela ainda tinha o "ela".
por mais que a sociedade tentasse lhe tirar todos os seus direitos, ainda sim ela era independente, até que depois da maternidade ela não era mais.
então ela era o quê?
ela era quem?
aquelas pessoas diziam que ela era mãe.
e ela deveria ser apenas isso?
ela se sentia feliz sendo apenas mãe e esposa? porque esses dois papéis a anularam completamente.
é aqui que o feminismo é importante.
se você não está feliz na posição em que te colocaram, apenas por ser mulher e esse ser o seu dever como uma.
esse livro é necessário para qualquer mulher.
para todas as mulheres.