Tico Menezes 03/02/2024
Mais um capítulo perfeito!
O run de Chip Zdarsky no Demolidor é um dos meus favoritos da história do personagem. A cada encadernado, a cada arco iniciado a coisa só melhora. O ritmo frenético com pausas quase poéticas, a compreensão da Cozinha do Inferno, a interação sempre humana e interessante entre os personagens e a culpa constante do Matt fazem desse run algo mais, algo memorável.
O começo de Elektra como Demolidora, seguindo os valores prometidos a Matt, já a colocam em problemas parecidos com os de seu antecessor. Ela não mata, se sensibiliza e até acolhe uma órfã para ajudá-la a encontrar um novo caminho. Mas isso não vem só pela bondade de seu coração, não vem sem ressalvas. Elektra é muito diferente de Matt, então seus pensamentos, sua hesitação e suas vontades são bem escritas por Zdarsky. É uma missão, e nossa ninja assassina precisa cumpri-la.
O tempo de Matt na prisão é igualmente bem escrito. Suas lamentações, a relação com outros prisioneiros, a corrupção e as reflexões sobre a efetividade do sistema carcerário estadunidense são trabalhados com sensibilidade e um senso crítico apurado, maduro e destemido. As sessões de terapia de Matt e as reuniões com seus advogados - Foggy e Kirsten, cada vez mais incrédulos com o amigo - mostram como ele é um homem em conflito, que está numa busca incessante por paz interior. É de uma profundidade que faz falta em histórias de super-heróis. Que run maravilhoso!
A arte de Checchetto é uma das minhas favoritas dos quadrinhos atuais. Dinâmica, ágil, detalhista e bonita tanto em quadros amplos quanto pequenos. Dá pra passar um bom tempo percebendo os detalhes e a beleza das cenas. Mas o que engrandece ainda mais esses traços são as cores do nosso queridão brasileiro Márcio Menyz. Belíssimas, intensificando o tom da história e auxiliando no dinamismo dos movimento dos personagens. Equipe criativa PERFEITA!
Mais um volume 100% do nosso atrevido! Por mim essa equipe ficaria eternamente no personagem e eu leria tudo.