The Wedding Crasher

The Wedding Crasher Mia Sosa




Resenhas - The Wedding Crasher


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CrisVieira~ 18/09/2022

Sobre finais e excesso de "ass"...
Eu demoro um tempo para digerir alguns livros e, por isso, só fiz esta resenha depois.
E aviso: há spoilers, montes de spoilers literalmente desconstruídos aqui.

Prosseguindo, eu achei o plot da história interessante e por isso, decidi embarcar na leitura. Porém, três pontos (ou mais) me fizeram perceber o que afirmo agora:
Um bom plot não é sinônimo de bom desenvolvimento.

Primeiro, porque mesmo que muitos não reconheçam, o gênero Chick-lit é a versão literária dos filmes de comédia romântica. Neles esperamos rir, sentir apreensão e, claro, ver um lindo final feliz para fechar a história.
E é aqui que começam os problemas. Porque é claro que queremos cenas picantes para temperar uma história de amor, mas não a cada 10, 20 páginas. Fora que eu nunca vi tanta "ass" em um livro de romance como nesse. De soft-porn à la Bella Andre, sim, mas não em algo que se vende como Chick-Lit. E esclareço: cena de sexo tem que ter, mas se for o foco da história, o plot se perde.
E este se perdeu. Porque ficou um pouco cliché as cenas de sexo. E foram em um número tã grande que, apesar de achá-las muito boas, pareceu que a autora as colocou para tampar lacunas na história do casal principal.
E eu penso que dava não só para diminuir o número, mas também incrementar as cenas com pitadas do bom humor real sobre sexo (pois sabemos que de um tudo de engraçado pode acontecer quando se está vivendo um dos melhores momentos da vida adulta); e eu duvido que ninguém conheça alguém ou já não tenha passado por situações como cãibras enquanto se transa, ou a bendita vontade de mijar “na hora errada”. rs
Mas, enfim, Sosa detalhou demais estas cenas e não fez o mesmo com outras; como para demonstrar a insegurança da personagem feminina principal sobre relacionamentos. Eu quase senti que ela esteve muito focada em dar uma história de fundo emocional sólida para o Dean (com a mãe e suas dezenas de ex-namorados, e o pai ausente e desconhecido...) e mais ou menos para a Solange e sua história de querer alguém que a ame, mas esperar que o cara decida correr atrás.
E isso me leva ao segundo ponto: o final.
Eu entendi que a autora queria criar um gancho com o início da história. A garota atrapalhou o casamento dele, então, ele deveria atrapalhar o suposto casamento dela. Porém, logo depois das tias aparecerem no avião, deu para entender que era uma armação para fazer o personagem masculino principal sair de casa para ir parar em outro estado para se declarar.
Eu quase achei legal a ideia, mas percebi que foi uma solução simplista demais. Além de que não havia motivo algum (um outro cara na jogada, o emprego que ela ia pegar em Ohio (mas que recusou), ou a Ella retornando e querendo recomeçar com o Dean) para fazer com que Solange não fosse sincera com Dean sobre estar apaixonada por ele. Na história é repetido constantemente que ela é uma jovem muito sincera e franca ao ponto de parar um casamento para o qual sequer foi convidada, mas incapaz de não aceitar entrar em uma friendzone com um sexo casual se amava o cara.
Ficou forçado porque era para, então, expor a dificuldade dela em lidar com o que sentia por ele e com o medo de ser recusada. Na verdade, uma cena com ela falando tudo para ele sem reservas e afirmando que sabia que ele não sentia o mesmo seria o apogeu. Pois ele sentia o mesmo por ela.
Mas Sosa preferiu a história do casamento fake em Las Vegas (que foi chato já que dava para resolver tudo quando ela retornasse para casa) que eu achei que terminaria com eles casando (com um mês apenas de convivência e sexo (?)), e que achei, como disse antes, simplista.
E a autora fez algo que eu detesto que façam: colocou personagens secundários, que nada tem de influência direta no romance principal, como um fechamento.
E porque eu não gosto? Porque parece uma espécie de cota na história. O casal LGBTQ não passou por qualquer desenvolvimento que nos permitisse acompanhar sua história. Elas apareceram em um jantar (e outros dois ou três eventos) como amigas e, depois, uma delas conta brevemente, como se não fosse interessante ter mais informação sobre esse plot “encaixado”, de onde elas vem e para onde Kimberly quer ir.
Ficou corrido e eu senti, como no caso do final, desleixado Sosa ter feito assim com a história das duas (e sendo secundárias, nem precisava criar um capítulo sobre um acontecimento só e acabar a história). Porque o epílogo é sobre nada diretamente relacionado a Dean e Solange. Eles não vão se casar ou mostrar algo de diferente que ocorreu após o fim, anterior ao epilogo. Pareceu que nada mais havia para dizer e a Sosa enfiou a Kimberly e a Nia no fim, como se dissesse que “elas importam”.
Mas se importassem por que não desenvolveu a história das duas paralela à do casal principal para que pudéssemos acompanhá-la?
Por isso, eu falei da cota. Porque era um romance paralelo, não desenvolvido, citado rapidamente dentro de um capítulo sobre outro assunto central e, no fim, usado como fecho.

Valeu?
Não!

E explico: o final era óbvio. Esperávamos Solange e Dean juntos. Claro! Porém, se não ia rolar casamento (como fechamento para o rompimento do início da história) entre os dois, Sosa deveria ter percebido que ela mesma já tinha criado material para fechar a história.
Veja bem, a Natália teve seu bebê fofo (de nome Sebastian que eu amo!), mas esse nascimento não tinha a menor influência na história. O acontecimento podia ter reunido Dean com os parentes de Solange, mas não os fez assumir nada ou mudar o rumo paralelo que seguiam.
Assim, se eu fosse a autora deste livro, ao invés de deixar o nascimento do bebê perdido no meio da história, o colocaria como o fechamento dela. Finais de histórias tem de ser impactantes. Nos fazer chorar de alegria, ou rir de alegria, ou sentir aquela sensação boa de um final que nos emocionou, não importa como. E eventos como casamentos, nascimentos (ou até morte!), reencontros inesperados (armação para reencontro não vale!), qualquer coisa que nos gere aquela sensação de angústia e de prazer são os que mais nos impactam.
E se não ia rolar, por lógica, um casamento, então, que o nascimento do pequeno Sebastian fosse o encerramento da história, com toda a família reunindo-se em torno disso e o casal principal, embalado pela emoção da ocasião, reconhecesse um para o outro o que sentiam.
Havia material para um final melhor, Sosa só não soube como manipular, como uma deusa, o mundo que ela mesma criou. ;)
E, claro, Kimberly e Nia mereciam o desenvolvimento, mesmo que secundário de sua história ao longo da narrativa. Porém, o epílogo tinha de ter outro casamento que todos nós esperávamos que acontecesse: O casamento da Lina.
Esse, sim, seria um epílogo que fecharia com perfeição este livro.
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