Cidade nas nuvens

Cidade nas nuvens Anthony Doerr




Resenhas -


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anna v. 03/02/2022

Tentei... mas não rolou
Algumas suposições que faço sobre este livro:
1. A maioria dos leitores resolverá ler "Cidade nas nuvens" por ter amado "Toda luz que não podemos ver".
2. As opiniões serão extremadas: alguns vão amar, outros vão odiar.
No ponto 1, eu me incluo. Acho "Toda luz" um livro realmente maravilhoso e merecedor de todo sucesso, que me tocou profundamente.
No ponto 2, infelizmente não posso me incluir entre os que amaram.
Achei o livro muito cansativo. São 5 pontos de vista narrativos distintos, sendo que 2 deles alternam cronologias diferentes, totalizando 7 situações pelas quais o leitor precisa navegar. Além disso, cada capítulo é muito curto (4-5 páginas), então ficamos pulando o tempo todo pra lá e pra cá no tempo e no espaço.
Mas o que realmente me desanimou é que não consegui me conectar com nenhum desses personagens. Não me interessei suficientemente por suas vidas. Não achei graça no ponto de conexão entre todas as histórias, que é um antigo manuscrito grego (que vai sendo reproduzido no início de cada parte, tornando-se na verdade uma oitava história a acompanhar). Nada aqui funcionou para mim.
Tem uma personagem, Konstance, que vive no futuro, numa nave espacial a caminho de outro planeta, depois que a Terra ficou inabitável. Eu não curto ficção científica e detesto quando, nos livros, tem essas palavras inventadas, para nomear coisas que (ainda) não existem - como por exemplo, neste livro, "Videor" e "Perambulador". Esse tipo de história definitivamente não é a minha praia.
Tem um personagem, Seymour, que logo no início coloca uma bomba numa biblioteca cheia de crianças, aparentemente seguindo instruções de alguma espécie de culto extremista. Mas conforme aprendemos a história passada dele, entendemos que ele é neurodivergente. Fiquei incomodada com essa relação personagem neurodivergente > personagem que planta bombas e mata inocentes.
Tem 2 personagens, Anna e Omeir, que vivem na mesma época e local. Eles estão em lados opostos durante o Cerco e a Queda de Constantinopla, 1453. Foram as histórias mais interessantes para mim, mas no fundo, nada de muito instigante a ponto de me fazer ansiar por saber o que aconteceria a eles.
E temos Zeno, que já um velho senhor em 2020, em Idaho, e está na biblioteca a ser atacada por Seymour. Vamos passeando pela história dele desde a infância, e mais uma vez, é ok, mas é só isso: ok.
Eu insisti bastante. O livro é grande, e eu li 70% antes de abandonar. Mas acabei desistindo quando percebi que 30% de um livro deste tamanho é muita coisa, e eu não estava realmente gostando da leitura. Fiquei com pena, porque esperei por este lançamento e corri para começar a ler.
Enfim, não vou dizer que seja ruim, e tenho certeza de que muita gente vai se encantar, mas para mim realmente não funcionou.
lailarosenbach 26/06/2022minha estante
é uma serie??


anna v. 27/06/2022minha estante
Não. Livro independente.


Claudia Cordeiro 26/06/2023minha estante
Pela sinopse achei q era um porre. Sua resenha confirmou. Esse tô fora


Estevao 10/07/2023minha estante
Meu medo na compra deste livro é o de não gostar , pois não curti o Toda luz ..... Também achei arrastado, nao me conectei com a história e personagens , nenhum, enfim , livro não me conquistou . Ao mesmo tempo fico curioso pra dar mais uma chance, vou pensar mais um pouco.


Maria.Santos 04/08/2023minha estante
Já gostei dos acontecimentos em diferentes espaços de tempo.
Me conectei muito com a história de Anna, a garotinha grega, suas lutas, seus objetivos, as dificuldades que enfrenta e como enfrenta.
Todas as historias tem em comum o livro cidade nas nuvens, mesmo em epocas diferentes, onde várias gerações leram o mesmo livro, sem saber o impacto que causou em gerações anteriores ou causará nas futuras.


Estevao 08/11/2023minha estante
Interessante essa sua resenha , pois me inclui entre os que leram Toda a luz que não podemos ver , porém não me apaixonei pela história, não foi um marcante pra mim, não me apeguei a personagem algum , achei a leitura muito cansativa , chata na maior parte , totalmente desinteressante pra mim . Apesar disso , resolvi dar nova chance ao autor e comprei o Cidade nas Nuvens , por curiosidade também, após ter lido e assistido vídeos de pessoas que amam ou odeiam, porém ainda não o li . Um dia volto aqui e conto a minha experiência.


Sheila 31/01/2024minha estante
Um spoiler: não melhora nos 30% restantes


Fernanda 23/03/2024minha estante
Misericórdia kkkkkkkk só comprei por causa de Toda luz, nem sabia sobre a sinopse. Recebi um balde de água fria




edu basílio 28/04/2022

literatura como transcendência

cinco protagonistas, em três épocas, locais e circunstâncias bem diferentes: anna e omeir (na constantinopla do século XV sob o cerco de invasores), seymour e zeno (em 2020, em uma biblioteca pública nos estados unidos prestes a sofrer um atentado), e konstance (num futuro próximo, após a hecatombe ecológica na terra, em uma nave rumo a um exoplaneta habitável por humanos, e que se vê com a tripulação subitamente acometida por uma doença inexplicável).

o que eles têm em comum? estão todos com os rostos espremidos contra as vidraças de sua própria finitude.
e o que os conecta? a princípio, os resquícios danificados, embora em grande parte ainda legíveis, de uma narrativa ficcional (uma peça? um conto? um proto-romance?) produzida na grécia antiga. adiante, desvelam-se elos novos, alguns dos quais surpreendentes.

com estrutura e ritmo sólidos, o romance presta uma linda homenagem ao poder de transcendência que a literatura possui (felizmente não é necessário explicar isso aos skoobers, que sentem esse poder em suas próprias peles, vísceras e almas). para mim, a leitura foi um gostoso entretenimento. e como tal, acho grandes as chances de que a obra agrade a pessoas de várias faixas etárias -- desde que os mais jovens não pensem estar embarcando em alguma distopia fantástica cheia de magia, e os menos jovens se entreguem à leitura com serenidade e sem pretensões intelectualóides.

sobre o livro físico: se o tamanho da fonte e o espaçamento entre as linhas fossem adequados, e se não houvesse CERCA DE UMA CENTENA DE PÁGINAS total ou quase totalmente em branco, a apresentação do livro seria "normal", e não a de um (falso) calhamaço medonho. e já que tocamos no assunto "edição", registre-se que o papel é de qualidade bem inferior à habitual mesmo para a própria editora. e assim, em minha avaliação pessoal, a edição da intrínseca consegue a façanha de apagar uma estrelinha na nota global de um livro que facilmente faturaria de mim as 5 estrelas -- pela sua qualidade como entretenimento, e sobretudo pela declaração de amor à escrita e à leitura que ele traz.

--
Vinicius 28/04/2022minha estante
Bom rever suas resenhas por aqui :)


edu basílio 29/04/2022minha estante
que gentil, vini =) obrigado! compartilhar as impressões das leituras é sempre bom, mas há períodos em que mal sobra tempo para as leituras em si... :-(


Túlio 29/04/2022minha estante
Considerando a temática e tals, a escrita é tipo na pegada do Zafón? Quero dizer, fluidez, diálogos, etc...?


edu basílio 29/04/2022minha estante
achei a escrita fluida sim. texto sem rebuscamento, capítulos curtos, ritmo sustentado e, principalmente, um equilíbrio bacana para manejar 3 linhas narrativas alternadas. mas como um todo, pessoalmente eu não consigo ver paralelos explícitos com os livros do zafón que li.


Daniel 15/01/2023minha estante
Edu, gostei da resenha. Os livros de Anthony Doerr tem chamado a minha atenção nos últimos anos. Vou incluí-lo nos meus ?Quero Ler?.


edu basílio 15/01/2023minha estante
pois é... o anterior, um bem premiado de título longo, algo como "a luz etc e tal" (rsrs) desperta reações de amor e ódio pelo que vejo no skoob... eu até tenho curiosidade, mas vou esperar uma boa promoção hehe...




Doodu 17/04/2024

Ei estranho
Curioso eu ter comprado esse livro praticamente as cegas. Sou um proletariado comum, que só queria uma boa história pra ler na hora do almoço. Me distanciar do computador e dos números e presentear minha mente com muita imaginação. Tinha 30 reais, e achei que valia a pena gastar em um livro de 750 páginas. Não imaginava do que se tratava... Que maravilha que foi.

Cidade nas nuvens é um "Hino aos livros" como o autor mesmo disse. Quem ama ler, seja lá qual for o gênero literário, vai no mínimo sentir familiaridade com alguns sentimentos descritos na história.

Sobre a história... Recomendo que quem se interessar em ler, procure saber pouco e se permita a surpresa de sentir, em varias perspectivas, um mundo complexo; No passado, presente e futuro.
Mimi Macedo 17/04/2024minha estante
Que resenha sincera e cheia de amor.


Doodu 17/04/2024minha estante
Obrigado! Senti muito lendo essa história.


Mariana 17/04/2024minha estante
nossa, me pegou. coloquei na minha listinha. ?


Doodu 17/04/2024minha estante
Boa! Vou acompanhar aqui quando tu estiver lendo ??


Mimi Macedo 17/04/2024minha estante
Tb tá na minha, porém tá quase 70 reais ?????




Saava 19/12/2023

AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA estou destruido mas amei.
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
Beatriz2268 19/12/2023minha estante
esse A me influenciou a ler


RafaelaLindaperfeitaduarte 19/12/2023minha estante
KKKKKKKKKKKKKKKK




Hayð§ââï¸ 27/02/2024

Pensei que ia demorar muito mais para terminar o livro, por se tratar de um livro de mais de 700 páginas, mas a história me cativou tanto que eu não conseguia parar de ler, para vocês terem ideia eu lia umas 200/250 páginas por dia porque eu estava encantada e precisava saber cada vez mais.
o jeito que o autor ligou todos os personagens foi genial e eu adorei o efeito borboleta que ele criou no decorrer da história, todos tiveram um final digno (ou pelo menos uma vida digna) e fiquei muito feliz por isso, uma história com muitos personagens merece mais atenção e cuidado para que cada um deles tenham a devida importância, e nesse caso o Anthony fez seu trabalho muito bem.
acho que esse vai ser o meu último livro lido com 17 anos e fico contente com a escolha do livro.
ju.evy 12/04/2024minha estante
tem romance amg?




Isabella.Carvalho 01/01/2023

O maioral!
Incrível!! Todas as páginas são necessárias para aprofundar ainda mais na história! Com 3 linhas do tempo e diversos personagens somos apresentados a história de um livro e sua jornada através dos anos!
Nilsonln 01/01/2023minha estante
Está nas minhas metas 2023!




danie 26/12/2022

quando chegou na página 300 que eu comecei a entender e me prender na história. Da página 300 a 600 eu tava gostando, mas no desfecho da konstance eu não entendi nada, eu devo ser muito burra por isso, mas enfim.
Juliano.Ramos 06/03/2023minha estante
Na verdade a Konstance fazia parte de um experimento, ela estava na terra.




Renata.Oliveira 03/03/2022

É um livro como eu vi em uma resenha por aí, que pode não agradar a todos, mas eu adorei descobrir como as histórias desses 5 personagens estão interligadas e apesar da parte do Seymour não ser a minha favorita, esse livro merece ser conhecido
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Gramatura Alta 16/03/2022

http://gramaturaalta.com.br/2022/03/05/cidade-nas-nuvens/
Constantinopla, século XV, a maior e a mais rica cidade da europa, que já havia sido a capital do Império Romano (330–395), do Império Bizantino (ou Império Romano do Oriente) (395–1204 e 1261–1453), do Império Latino (1204–1261), sofre o ataque dos turcos, que eventualmente irão conseguir passar pelos gigantescos muros da cidade. Anna é uma órfã de treze anos que mora em Constantinopla e trabalha em uma casa de mulheres que ganham a vida bordando trajes eclesiásticos.

Anna tem uma irmã mais velha, Maria, de quem nutre enorme afeição. Inquieta e de uma curiosidade insaciável, ela aprende a ler com um velho mestre, mesmo sendo algo proibido para mulheres. Junto com Himério, um garoto pouco mais velho do que ela, invade a torre de um convento, onde fica uma biblioteca esquecida pelo tempo, e rouba rolos de pergaminhos para vender a homens misteriosos. Numa dessas incursões, encontra um livro intitulado Cuconuvolândia, de Antônio Diógenes, escrito no século II, que narra a história de Éton, um rapaz que deseja ser transformado em pássaro e voar até um paraíso utópico no céu. Após uma situação que deixa Maria muito doente, Anna usa a leitura do livro de Diógenes para entreter as noites da irmã e diminuir seu sofrimento. Até que Constantinopla é invadida pelos Turcos e o destino de Anna é dramaticamente decidido.

Omeir nasceu a trezentos quilômetros de Constantinopla. Nasceu com um defeito: no lado esquerdo de sua boca, uma fenda divide o lábio superior da gengiva até a base do nariz. Na época, o prenúncio de uma maldição. Mesmo assim, divide sua vida com o avô, com quem aprende a cuidar de animais, e com a mãe e irmãs. Quando os turcos chegam para invadir Constantinopla, Omeir é convocado à força, bem como os animais de quem cuida, que servirão para o transporte de mantimentos das tropas e, futuramente, de alimento. Até que os turcos conseguem vencer a resistência da cidade, e Omeir tem a chance de fugir. Mas ele se depara com alguém que irá mudar sua vida completamente.

Em 2020, Zeno é um homem já de idade, que conseguiu sobreviver aos horrores da guerra, e trabalha em uma biblioteca escolar de uma pequena cidade dos Estados Unidos. Durante a época em que foi prisioneiro dos nazistas, Zeno aprendeu grego, um conhecimento que se demonstrou útil quando chegou às suas mãos os fragmentos de um livro muito antigo, Cuconuvolândia, de Antônio Diógenes. Fascinado, durante décadas, Zeno se dedicou à tradução das páginas incompletas. Essa paixão, Zeno divide com cinco crianças da escola, e agora ensaiam uma peça de teatro que irá contar as aventuras do personagem Éton. Até que são interrompidos por um rapaz que planeja plantar uma bomba e destruir a escola.

Seymour é um adolescente problemático. Nasceu com uma condição que torna todos os seus sentidos extremamente fortes. Precisa usar abafadores nos ouvidos para conseguir se concentrar. Ainda criança, ficou fascinado por uma coruja que tinha um ninho na floresta ao lado de sua casa. Até que uma construtora resolveu construir um condomínio, o que causou a morte de muitos animais, inclusive da coruja. Revoltado, Seymour começa uma jornada rumo a atos violentos de vingança, que culminam no plano de explodir o escritório da construtora, que fica ao lado da biblioteca de um colégio. Ele invade a biblioteca com uma mochila cheia de explosivos, mas algo acontece que inicia uma sequência de eventos que irão mudar a sua vida e a de muitas outras pessoas no futuro.

Missão ano 65, a milhões de quilômetros da Terra. Nesse futuro, Konstance é uma garota de catorze anos que nasceu na nave Argos, junto com dezenas de outras pessoas. Eles rumam para um planeta que será o novo lar da humanidade. Durante a viagem, ela e os outros jovens estudam em um ambiente virtual, uma gigantesca biblioteca que contém todas as informações do planeta, todos os livros publicados, uma enciclopédia completa de todo o conhecimento possível, bem como um mapeamento preciso de cada canto da Terra. A viagem acontece de forma tranquila, até que uma criança adoece misteriosamente. É algo contagioso que se espalha rapidamente. Konstance é isolada em um quarto pela inteligência artificial da nave, e passa meses presa sem saber o que acontece fora de seu quarto. Durante esse tempo, ela inicia uma investigação da missão em que está, usando o espaço virtual, até que encontra estranhos sinais, pistas espalhadas por vários locais do planeta, que a levam a uma biblioteca escolar do século 21, onde está um livro em destaque, Cuconuvolândia, de Antônio Diógenes. E isso desencadeia uma série de descobertas que levarão Konstance para um destino muito diferente daquele que ela pensou que teria.

CIDADE NAS NUVENS conta a história de cinco personagens, Anna, Omeir, Zeno, Seymour e Konstance, cinco histórias separadas por séculos e contadas em capítulos alternados, que em determinado ponto se conectam pela presença de um ponto em comum; o livro Cuconuvolândia, de Antônio Diógenes. A importância e o significado desse livro é diferente de personagem para personagem. Para Anna é a esperança; para Omeir, é um milagre; para Zeno é uma obsessão; para Seymour é a chance de redenção; para Konstance, é a salvação. Mas como um livro pode ter tamanha importância e tantos significados? Como um livro pode mudar a vida desses cinco personagens de maneira tão profunda? Essa é a descoberta que o leitor faz durante a leitura das mais de 700 páginas de CIDADE NAS NUVENS. E quanto ela acontece, é uma experiência única, emocionante. É uma necessidade de parar, de pensar, de analisar a nossa vida e as escolhas que fazemos.

Com cinco personagens e cinco histórias, é natural ter alguma preferência. Eu tive. Os capítulos que narram a vida de Anna, para mim, são magníficos. Ela é uma personagem jovem, determinada, sobrevivendo em um mundo selvagem, cruel, mas com uma sede tão grande de conhecimento, que é apaixonante. Mas o mais empático, é ela ser uma garota imperfeita, com decisões que colocam em risco sua vida e a vida de pessoas que ama. E é muito forte, profundo, triste, como ela precisa lidar com as consequências dessas decisões. Bem como é a parte em que Anna foge de Constantinopla e, em um único capítulo, é narrada toda a sua vida futura ao lado de um outro personagem. É muito lindo!

Minha segunda preferência são os capítulos de Konstance, e eles guardam a maior surpresa da história, principalmente quando descobrimos como o livro de Diógenes consegue chegar até ela e como salva sua vida. Konstance é muito parecida com Anna, na idade, na sede de conhecimento, na determinação. Essa semelhança não é acidental, embora não exista qualquer menção a uma descendência. Fica evidente que a jornada do livro Cuconuvolândia começa e termina na mão de duas personagens que poderiam ser a mesma. Inclusive, após a grande surpresa e reviravolta do final, a vida futura de Konstance é narrada de maneira bem próxima à de Anna, com o mesmo final. É muito emocionante.

Omeir e Zeno possuem histórias compostas por grande sofrimento e uma enorme porção de coragem. Um pela descriminação e solidão impostas pelo defeito facial de nascença. O outro, pela luta durante a guerra. Mas é com Seymour que recebemos uma surpresa que reverbera pelo futuro e será o estopim para que Konstance encontre o livro e tenha sua vida salva. São histórias tão bem construídas, tão bem conectadas, que, sinceramente, me impactou de uma maneira que transformou esse livro em um dos favoritos da vida.

Se puder, leia CIDADE NAS NUVENS, com calma, para conseguir abstrair todas as mensagens e lições, para se apaixonar por Anna, para torcer por Konstance, para perdoar Seymour, para se compadecer por Omeir, para admirar Zeno. Não é apenas uma leitura, é uma experiência única.

Ah, Cuconuvolândia, de Antônio Diógenes, realmente existiu. Antônio Diógenes foi autor, nascido no século II, segundo alguns estudiosos. Seu romance consistia de vinte e quatro livros, escritos na forma de diálogos, mas, como tantos outros textos, se perdeu no tempo. Ele é considerado o primeiro autor de uma ficção-científica da história da humanidade.

site: http://gramaturaalta.com.br/2022/03/05/cidade-nas-nuvens/
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Ana 29/03/2022

Vai ficar comigo
O tamanho assusta mas não tenham medo. Os capítulos são curtos, vários personagens e vários pontos de vista chegando a um momento que eu queria saber mais sobre algumas coisas, principalmente da Konstance e da Anna. O livro passa voando.

Foi meu número, assim como Mar sem Estrelas foi pra mim. Mas assim como o outro livro, eu entendo que não seja do gosto de todo mundo. Um dos favoritos da vida.
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matty0 30/03/2022

no início eu estava gostando muito, mas em certo momento, infelizmente, me desconectei da história e não conseguia mais sentir as emoções. É normal, eu acho, pq meio que são 5 livros em um, e ter uma conexão com todos os povs é difícil. Queria ter tido mais, mas é mt interessante
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Poliana 01/04/2022

Psicodélico
É meu primeiro favorito do ano, segundo livro desse autor que se torna fav.
A leitura inicial não foi fácil, acho que muito por falta de atenção minha, então nós 10% eu voltei pra trás e recomecei, dessa vez tomando cuidado pra me localizar bem sobre quem era quem, afinal de contas são cinco personagens em épocas diferentes narrando a história.
É um livro psicodélico. Ele vai tratar de muitas coisas de um jeito único, gosto de como a escrita do Anthony Doerr tem isso de originalidade. Os personagens são ótimos e é impossível não se importar ou não torcer por eles.
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Melonway 30/05/2024

Fluido, muito bem pensado. As passagens em Constantinopla me derm um pouco de sono. Gostei de como o autor amarrou as histórias e de como conectou tudo. Porém senti falta de mais explicações para o arco e final da Konstance.
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Vaskar 19/04/2022

Perfeição.
Só tenho isso a dizer. Esse livro é perfeito e magnífico, virou um dos meus livros favoritos da vida inteira.
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adrianlendo 22/04/2022

"Cidade Nas Nuvens" é um daqueles casos de livros onde é impossível falar sobre o que exatamente ele é, sabe? Se fosse escrever uma sinopse ia acabar me estendendo demais, mas ao mesmo tempo sinto que falar que é uma história sobre cinco pessoas de séculos diferentes interligadas por um livro seria simplório demais e isso é definitivamente algo que esse livro não é.

Anthony Doerr escreve aqui, levando todo o tempo necessário, nada mais e nada menos, uma grande carta de amor à literatura. Seu livro vai falar sobre o poder de uma história na vida das pessoas ou como o tempo pode ser um vilão ao mesmo tempo que pode ser a artimanha que te faz imortal. É também, em um segundo plano, sobre a imbecilidade e irresponsabilidade humana com o próprio planeta e as consequências disso. Só que no fim, é sobre mágica.

Não teria como essas 752 páginas passarem tão rápido se não fosse por mágica, nem como essa mistura maluca de ficção histórica com ficção científica dar certo sem nem um pouquinho de magia. E a magia nessa história tem nomes gigantes: literatura e biblioteca. A magia aqui é justamente sobre o que o livro é, sobre os lugares onde ele pode estar e como sua história pode ser compartilhada. É emocionante, é fantástico, é a mais pura literatura: gostosa de ler, apaixonante, representativa (!!!!) e que deixa nas nuvens.
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