EmillyLuna 12/05/2024
A grandeza leva tempo, Banu Nahri | nunca li algo assim ??
Eu preciso começar dizendo que não esperava nem metade de tudo que é entregue aqui nessa trilogia. Se pudesse ler como a primeira vez, leria novamente e novamente. Eventualmente, ainda quero voltar e visitar o livro com a ótica atual, acho que o impacto vai ser tão incrível quanto, mas a percepção vai ser mais fiel aos detalhes. É simplesmente uma das melhores fantasias que eu já li.
Comecei Cidade de Bronze por indicação, mas essa era minha única expectativa, o início tem muitas informações, acabei ficando confusa e voltando umas semanas depois. Só que é simplesmente surreal, original e bem tecido. Tudo se encaixa tão bem e os acontecimentos são tão chocantes que após engatar não consegui mais largar o livro e engatei um atrás do outro. A extensão do universo e do planejamento da autora é tão grande que, ao terminar Reino de Cobre, não conseguia comentar absolutamente nada. Me sentia (e ainda me sinto) incapaz de dar qualquer opinião. Volto agora 6 meses depois sabendo que ainda não poderei fazer jus a tudo. É um livro extraordinário e que foge bastante do padrão de fantasias que ultimamente têm aparecido, e eu dou muito valor a isso, como cada plot foi bem pensado e bem cultivado para que no futuro as coisas acontecessem tão certas.
Não se enganem: é um livro muito complexo. Até entender todo sistema político você fica doido da cabeça, tem momentos que ainda acho que perdi metade dos fios sobre a guerra e que, se um dia voltar a ler, vou perceber mil coisas que não notei antes. Todos os personagens possuem um lado, uma versão da história acontecendo e, sério, NÃO TEM COMO escolher qual lado apoiar. Toda hora algo muda as perspectivas e a situação, como se fosse um jogo sem interrupção. E isso é muito legal. Parece que você está inserido em todos os problemas e quebrando cabeça junto com eles, é inacreditável.
S. A. Chakraborty é claramente uma mestre no que faz. Mesmo depois de todo esse tempo, estou com muita dificuldade de expressar quão grande esse universo é ou comentar sobre o enredo.
???? ?? alerta de spoiler, eu me empolguei ??????
A evolução da Nahri é absurdamente prazerosa de acompanhar, a gente consegue acompanhar cada mudança, cada novo aprendizado, todo o impacto depois de descobrir que ela não é uma simples curandeira, mas a Banu Nahri e-Nahid. E ela é esperta DEMAIS, eu adoro protagonistas assim. No lugar dela, eu não teria passado do primeiro livro. Teria caído mortinha e desistido ali mesmo. Toda a revolução que ela proporcionou foi inacreditável. Todas as questões políticas, desde o casamento para "unir" as linhagens até o momento em que ela volta e reivindica Daevabad são muitíssimo bem pensadas. Desde o início, as descobertas sobre a família dela, a persistência dela em não se submeter ao controle do Ghassan, as descobertas e treinamentos junto com o Alizayd, a união com o Muntadhir e a maneira como ela usou isso ao seu favor, fazendo tudo que podia para aprender o máximo e construir o hospital. Admiro demais como ela tentou incluir e proteger os shafits, tomando o anel de Suleiman e mostrando que eles podiam sim ser algo. A EVOLUÇÃO SURREAL do poder dela!!!! No início, com todas as dificuldades; no fim, reconstruindo e libertando a cidade da escolha da Anahid séculos antes. A cirurgia do Ali, a força dela diante dos problemas... tantas coisas.
Nahri rainha o resto nadinha, se errou foi tentando acertar. Simplesmente uma das melhores protagonistas mulheres que já pude ler.
O Dara passou boa parte da trilogia como uma incógnita para mim, eu não sabia se defendia ou se acusava. No fim das contas, acho que entendo melhor, e fiquei bem triste por tudo que ele teve que passar. Todas as coisas horríveis que ele fez e recaíram sobre ele quando era escravo para, quando achou que seria livre enfim e começoua se ver melhor, se repetir e ele ser usado novamente. Foi tudo muito cruel, enlouquecedor. Achei algumas posturas absurdas, peguei raiva dele em boa parte do segundo livro, principalmente quando ele foi por livre e espontânea vontade. Só que ele sofreu tanto que acho que nem posso julgar. Não tenho esse direito. Ele cometeu vários erros, mas o contexto dói demais, foi a forma que ele enxergou de consertar tudo, a fé em que foi ensinado a acreditar. O juramento como afshin, afinal. Fico feliz que pelo menos no desfecho ele tenha podido ser livre. Realizar a vontade dele por ele e não pelos outros. Não defendo, nem condeno as decisões dele: tento ser compreensiva, porque depois de tudo, o impacto foi grande demais. Ele merecia um recomeço, uma nova chance. Paz.
Alizayd é o amorzinho estressado do meu coração. No início, queria chacoalhar ele, mas depois entendi as motivações e aprendi a gostar muito dele. Amo como ela muda com o passar dos livros, como insiste em lutar pelo que acha certo e tenta ajudar as pessoas que estão sendo injustiçadas. Acho a complexidade dele ainda maior, chega a ser difícil explicar. O fato de o Ali ter sido obrigado a lutar contra tudo que acreditava (já falei disso antes) e torturar as pessoas que ele gostaria de defender, ter que assumir uma responsabilidade tão grande (ser qaid) sem estar preparado para isso e todo o risco de algo ruim acontecer com ele. A defesa dos shafits, o exilio dele, ele se voltando contra o pai e o irmão, depois descobrindo ter relações com os marids, tudo incrível e mesmo depois de meses ainda não sei o que dizer!!!!!! Ele revelando o passado da Nahri tem o meu coração.
"Não se para de travar uma guerra só porque se está perdendo batalhas, Alizayd. É preciso mudar de tática."
Muntadhir começou tendo um pouco do meu apreço (bem pouco) pela relação dele com o Alizayd, mas depois só desandou. A trama dele é tão interessante quanto as outras (todas são ?). Ele como emir é péssimo, quão manipulável ele consegue se tornar. Toda a situação com o Ghassan me faz compreender um pouco, a união com a Nahri tem mil e uma nuances, a relação com a Alizayd que sofre uma queda absurda, a proximidade dele com o Jamshid, a responsabilidade de herdar o trono e toda a situação terrível de Daevabad. Muitas coisas.
Ghassan al Qahtani tem toda minha aversão, mas isso não faz com que ele deixe de ser um baita "vilão". As estratégias e execuções dele... às vezes me via surpresa e chocada porque não era minimamente previsível. O cara conseguiu entrar em guerra com tudo e todos e ainda manter o controle da cidade. Os embates políticos são inacreditáveis, a preocupação da autora em cuidar de todos os detalhes e contextos... uau. Hatset, para mim, era tão esperta e calculista quanto ele, por mais que pensassem e fossem muito diferentes.
O Jamshid tem muito da minha simpatia para ele. Todas as reviravoltas foram absurdas, tadinho. Perder e descobrir a verdade sobre o pai, sobre a mãe, o fato de ser um Nahid e o ocorrido com as flechas por anos destruindo a saúde dele para que ninguém descobrisse... gostei muito que ele se manteve do lado certo no fim das contas. Que ele fez escolhas racionais e corretas, pois ele poderia muito bem ter escolhido a mãe e os daeva, mas ficou ao lado da Nahri. Amo muito. O shedu !!!!!!
Manizheh quase me deixou DOIDA!!!! Todos os plots com ela, primeiro como vítima, depois como a vilã... O Jamshid, Daevabad, a crueldade com o Dara, as mentira para a Nahri, a relação com o Ghassan. Ela me enganou muito, todas as vezes. A bondade e justiça inicial, a história que contavam e acreditavam sobre ela contrastando com a realidade (maldade e vingança), a maneira como ela conseguiu manipular todo mundo, matar todas aquelas pessoas sem nenhum remorso, tentar manipular a Nahri pelo Anel de Suleiman e persegui-la depois, a tentativa de fazer a cabeça do Jamshid e destruir todos os que estavam no caminho dela, a parceria com os ifrits para conseguir usar magia de sangue... surreal. A mulher é literalmente um monstro. Que bom que o fim dela foi como foi, torci muito ???
Yaqub merece toda a felicidade e sucesso do mundo, ele é simplesmente um amorzinho que protejo para sempre.
Amo que a Zaynab pode receber a liberdade que sempre quis no fim. Aprendi a gostar muito dela, foi muito importante para a liderança e acontecimentos de tudo. Ela é tão inteligente quanto a mãe. Uma queen.
Tem TANTO MAIS a dizer sobre eles, mas é TÃO difícil explicar porque são tantos fios, tantas conexões, maravilhoso, simplesmente maravilhoso.
É tão bem feito que chega a ser inexplicável, me sinto incapaz de conversar sobre esse livro com qualquer pessoa que seja. Surreal, extraordinário, fantástico. Que universo bem feito. Que personagens bem tecidos. Que plot original. Simplesmente INCRÍVEL.
Cidade de Bronze, Reino de Cobre e Império de Ouro. Absolutamente impecáveis.