Carous 05/05/2023Confesso que torcia para que eu curtisse o livro, mas não esperava muito dele além de uma história romântica, com os clichês comuns do gênero e tudo, mas nenhuma reviravolta. Porém me surpreendi que o livro é mais do que a sinopse informa e tomou rumos que eu não esperava.
Agora que concluí a leitura, espero que
Dream On alcance mais leitores, principalmente porque foi publicado no Brasil e a editora não fez um bom trabalho de divulgação. Não é uma obra prima nunca vista na História da Literatura, mas é um livro
bem feito. Bem feito no desenvolvimento, bem feito na construção dos personagens, diálogos bem feitos... até a quantidade de página é adequada, ou seja, acaba na hora certa. E, apesar da história romântica pouco original, ela te prende do começo ao fim.
Cassidy é uma protagonista bem simpática. Confesso que só revirei os olhos com ela quando ela estava reclamando de ter atingido todas as metas da vida antes dos 25 anos: se formar em Direito, passar no Exame da Ordem e conseguir emprego numa das melhores firmas de advocacia de Cleveland com um salário que garantia conforto para a vida toda. E Cassidy estava insatisfeita com tudo isso, se perguntando "e agora?" Poxa, que barra, amiga #sóquenão.
Fora isso, ela é uma pessoa boa e conquistou todo o sucesso porque mereceu.
A melhor amiga dela, Brie, também é uma personagem adorável.
Aliás, esse livro é cheio de personagens bacanas. E os secundários fazem mais do que orbitar ao redor da protagonista e das questões dela. Claro, ela é o foco da história, mas eles também têm uma composição.
Porém achei o acerto final do casal desnecessariamente brega e midiático. Romance é mesmo brega e cafona, mas aqui senti que, como se tratava de duas pessoas maduras, eles poderiam ter resolvido com uma conversa e tempo.
Mas isso sou eu que detesta grandes gestos e declarações de amor públicas para todo mundo ver. Me encolho de constrangimento.
Outra coisa que torci o nariz, que tenho ciência de que é gosto pessoal, mas que não influenciou na nota final que dei pro livro é porque mais uma vez o Direito é retratado da mesma forma estereotipada.
Acho que até hoje só encontei um livro em que a protagonista (advogada também) gosta do seu trabalho, gosta dos horários pouco flexíveis do trabalho, gosta de trabalhar para grandes corporações e não busca exercer a profissão numa causa social.
Gostaria que a autora não tivesse apelado para uma abordagem tão comum.
Quase esqueci de elogiar a narração. Não é digna de prêmio, mas não é um lixo. Não tenho dúvidas de que o bom trabalho da narradora permitiu que eu ficasse tão envolvida com a história.
Inclusive, ouvi o audiolivro acompanhando o ebook em português. Fiquei surpresa que a edição brasileira ""comeu"" algumas frases. Não sei se ocorre o mesmo com a versão física, mas posso dizer que estou aliviada de ter escolhido ouvir o livro.