JMariaChamomile 28/12/2022
A Aurora da Lótus
Primeiramente quero expressar meu total desgosto a esse livro, confesso que foi uma de minhas piores leituras de todos os tempos, e que creio que mais à frente se fará compreensível o meu sentimento de repugnância.
Certamente eu tenho total rechaço a história em si, de início gostei muito da proposta de provinha da autora (amor proibido entre um egípcio nobre e uma hebreia), todavia ao andar do enredo a autora se mostrou totalmente insensível com fatos repugnantes como assédio e violência contra a mulher, já que ela não soube demonstrar empatia e leveza ao escrever o que estava havendo. Creio que de primeira vista Ramose era o belo príncipe que salvava a jovem indefesa e ponto, viveram felizes para sempre. Mas não foi bem assim, minha crítica não se vai ao fato de que Ramose não foi o que se esperava, ela vai ao fato de que a autora não soube contar esse pequeno continho com as palavras corretas.
Que fique claro que não estou criticando a autora em si, e sim avaliando o jeito com que a mesma usou as palavras para retratar os gatilhos contidos no livro. Não quero influenciar a opinião de ninguém acerca da história de Babi A. Sette, pois sei que da mesma forma com que eu não gostei do livro, há pessoas que gostam dele, assim não quero pôr em pauta divergências gerais, e sim unicamente minha visão sobre os fatos de "A Aurora da Lótus".
Além de odiar a maneira usada para retratar as problemáticas, também não me afeiçoei com a maneira que as personagens foram criadas, o caráter das mesmas. Sei que não há perfeição em ninguém, mas Babi cometeu certas gafes que não foram objeto de minha adoração, como a dado exemplo temos nossa própria protagonista, Zarah, que tinha uma personalidade divergente e pouco trabalhada, ora queria fazer o que é certo e ora parecia que a mesma era desestruturada de sua personalidade inicial e retratava uma personalidade inexistente, assim é certo que houve a falta de organização no temperamento da mesma, que fez com que em momentos ela fosse uma personagem independente e digna de afeição, e em outros instantes fosse uma mocinha indefessa, o que claramente não condiz com a realidade.
Outra personagem que me decepcionou muito foi Ramose, que de início parecia ter sido criado a um propósito, e do mais completo nada, Sette decidiu que iria muda-lo indiferentemente se isso fosse afetar a história ou não. Também temos David que continha um potencial indescritivelmente gigantesco para o livro, mas o triangulo amoroso que achei que existiria, foi quase um borrão em meio a tudo que ocorre, e isso é frustrante já que David certamente poderia ter se feito mais presente, se tornando mais acessível de afeição, de modo que fosse uma personagem marcante, o que na realidade não aconteceu. E por fim vale citar a personagem Tamit, isso mesmo, Tamit a moça que simplesmente odiava Zarah por ser hebreia, mas que conquistou meu afeto durante o livro, conteve um desfecho nada empolgante e fico triste pelo simples fato de ver que ela, a mulher mais forte e incrível presente no livro, foi criada pela autora apenas no intuito de atrapalhar o romance de Ramose com Zarah.
Ademais, vale dizer que apenas não estipulei uma nota ainda mais baixa para o livro, porque houve pequenos detalhes que elevaram alguns pontos, como por exemplo o final que teve o rumo novamente colocado nos eixos (mesmo que brevemente), e o epílogo que me deixou um pouquinho feliz. O início prometia tudo e o final que foi entregue foi escasso, mas existiu a conclusão de um propósito, assim a nota que estipulei a obra, de minha visão foi mais do que justa. Não recomento muito o livro, mas se quiser lê-lo para tirar suas próprias conclusões tens total liberdade para faze-lo, todavia a meu ver foi um tempo desperdiçado e sem nenhum tipo de edificação para minha vida.