Tacia7 05/05/2024
SURPREENDENTE
A Aurora da Lótus, de Babi A. Sette, me deixou literalmente sem palavras!
É a quarta obra da autora que li, e que grata satisfação, constatar a genialidade e a sensibilidade dela em cada livro. O personagem Ramose é mais um dos personagens masculino da autora que temos sentimentos conflitantes, ou seja, fascina! A personagem Zarah não é a mocinha perfeita (ninguém é), que esperamos em uma ficção. Pois para mim, os sentimentos dela sempre foram direcionados a David. Mesmo ela tendo várias questões, que a fazia negar os seus sentimentos por ele e até dissuadi-lo em se relacionar amorosamente. Porém o envolvimento de Zarah com Ramose é de tirar o ar do leitor! Pois é um relacionamento que já começou com persuasão da parte de Ramose. E o Epílogo, surpreendente. Sobre Ramose, na nota da autora, ela diz que vamos amá-lo ou odiá-lo. Mas para mim, ele é fascinante! Babi não pode deixar de criar personagens assim! Porque Ramose é tão bem escrito e desenvolvido, que apesar da sua obsessão por Zarah, chegamos até certo ponto, a compreender muitas atitudes dele, que são abusivas. A autora em todo o enredo, desenvolveu muito bem as temáticas que foram apresentadas no livro. Principalmente ao do amor possessivo, abusivo e interesseiro (Zarah). E como Zarah vai identificando os sinais da possessividade de Ramose, mas sempre deixando passar, por interesse, seja pessoal ou para o seu povo, principalmente, depois por desejo. Ela começa a reagir, quando Ramose, por mais que a desejasse, não a colocava em primeiro lugar. Enquanto ela achava que ele fazia tudo por e para ela, ela abandonava tudo, família, valores, cultura e até o próprio eu. Mas se decepciona ao constatar, quando Ramose ao se ver questionado sobre assumi-la para a corte egípcia, acaba deixando claro que ela é somente a sua amante, a humilhando na frente de todos! Pois perderia, caso a assumisse, status e poder. Decidindo então, só mantê-la como amante e prisioneira. Essa decepção fez com que os sentimentos e ações de Zarah mudassem totalmente por ele. Consequentemente, os ciúmes, a possessividade e os abusos de Ramose ficaram mais intensificados por ela. Chegando até machuca-la fisicamente, se preciso fosse. O final foi um dos mais tocante que eu li, na minha vida literária. Pois Babi deu um final que toca profundamente e nos leva a reflexão sobre até onde podemos ir por amor e o confundimos com paixão. Ressalto também, a riqueza cultural das duas culturas descritas no livro, a egípcia e a hebraica, que a autora nos apresenta. Aprendi tanto, como sempre, aprendo lendo os livros da Babi. Viajei pelo livro lindamente entre essas duas culturas tão ricas. Para mim, a única ressalva que comento, é que a Babi poderia ter apresentado mais a visão de outros personagens. Houve da Tamit, Amsu e do David, mas não de Miriam, personagens secundários. Mas mesmo assim, muito pouco. Gostaria de ter lido mais, incluindo o da mãe de Zahar, Miriam, e principalmente de Ramose. O livro teria ficado perfeito! É acreditar que em uma próxima edição, a autora acrescente as visões dos outros personagens também. Por isso, pela primeira vez, não vou dar cinco estrelas a um livro da Babi A. Sette. Mas as quatro e meia estrelas, que estou dando, tem um sabor de cinco. Super indico esse livro. Tenho certeza de que vai te surpreender! Detalhe, ele não precisa de continuação. Pois finaliza sem deixar nem um detalhe solto. Só mesmo, a meu ver, acrescentar as visões dos demais personagens em uma próxima edição, tomara! Babi A. Sette, com certeza, está entre as minhas autoras favoritas!