elycely 30/11/2021
Um belo livro, cativante e profundo como só Elisabeth Eliott sabe ser! Embora fiquei em vários momentos incomodada com as atitudes e palavras de Jim, também com os estereótipos de gênero (é preciso sempre respeitar o lugar do qual um autor escreve, sua época, sua vivência, etc), é tocante o compromisso com o Senhor dos dois e o profundo anseio de viver sua vontade, e ter um relacionamento pleno, com tudo que ele pode ser como expressão humana da unidade divina. O que permeia o livro é a espera, a espera entre o momento em que se conhecem e se apaixonam, até o momento em que casam-se e viver plenamente seu amor. Por que esperam? Para mim, sua relação começou como começam muitas das relações entre homens e mulheres: com dois "incompletos", buscando no outro suprir o que lhe falta. Embora eles provavelmente não tinham consciência disso, o risco era grande de, se dessem um passo para um relaicomanto logo no início, esta paixão consumi-los. Um se tornaria o Grande Outro do outro, e se perderiam ali, no relacionamento, um no outro. Deus? Teria espaço secundário na força dessa paixão. Então, o Espírito os guia, a esperar, até que o amor não seja mais menino, até que não haja a tentação de colocar o outro em um lugar que seja mais do que humano.
Nesta leitura, Elisabeth nos lembra a maturidade da espera nos relacionamentos amorosos. Espera, até se Deus ocupe o primeiro lugar, até que cada um possa ser inteiro em si mesmo, antes que possa ser um com o outro. Lido com esse olhar, é muito recomendado!